31/01/2011

Falso Profeta


Benny Hinn - O profeta da prosperidade
Um dos ministérios que mais tem chamado a atenção neste tupiniquim país é o do Pr. Benny Hinn. Infelizmente um número incontável de cristãos tem se deixado iludir por suas doutrinas e ensinamentos que dentre tantas coisas ensina:


1º) Cristãos são pequenos messias, são pequenos deuses". Benny Hinn, Praise-a-thon (TBN), Novembro 1990.


2º) "Jesus na sua morte se tornou um com satanás". - Benny Hinn, transmissão de Benny Hinn, 12/15/90

3º) " A Pobreza vem do Inferno. Prosperidade vem do Céu. Adão teve domínio completo sobre a terra e tudo que nela contém. Adão podia voar como um pássaro. Adão podia nadar embaixo d’água e respirar como um peixe. Adão foi para a lua. Adão caminhou sobre as águas, ele foi o primeiro super-homem que viveu. Adão teve domínio sobre o sol, lua e estrelas. Cristãos não têm Cristo em seus corações. Semeia uma grande semente, quando você a confessa, você está ativando as forças sobrenaturais de Deus". - Benny Hinn, Praise-a-thon (TBN), Novembro 1990.

4º) "Quando você não dá dinheiro (para a igreja), mostra que tem a natureza do diabo"- Benny Hinn, Praise-a-thon (TBN), 4/21/91

5º) "Algumas vezes eu desejaria que Deus me desse uma metralhadora do Espírito Santo para explodir a cabeça deles" - Falando sobre "os caçadores de heresias.

6º) "Embora nós não sejamos o Deus Todo-Poderoso, apesar de tudo, nós agora somos divinos. Benny Hinn, 12/1/90, TBN

7º) Afirmou que o Espírito Santo lhe revelou que as mulheres foram originalmente criadas para dar à luz pelo lado. Todavia, por causa do pecado, passaram a dar à luz pela parte mais baixa de seu corpo.

A loucura deste profeta é tão grande que ele costuma visitar os túmulos de Kathry Kuhlman e Aimee S. McPherson, para receber a “unção” que flui de seus ossos. Para piorar a situação, em seu livro Good Morning, Holy Spirit (p.56), Hinn afirma que, em uma de suas supostas conversas com o Espírito Santo, o Consolador teria implorado para que ele ficasse em sua presença: “Hinn, por favor, mais cinco minutos; apenas mais cinco minutos”.

Caro leitor, não seriam estas provas mais do que suficientes para acreditarmos que o senhor Benny Hinn é um apóstata e falso profeta? Por acaso a teologia do cai-cai não é espúria e antibíblica? Ora claro que sim, no entanto, não demorará muito para que surjam defensores deste profeteiro ensinuando de que o homem do topeta levou multidões a Cristo e que por isso deve ser considerado como profeta de Deus.

Como diz o ditado popular, contra fatos não existem argumentos.

Fonte: blog  Pr.Celmir Guilherme

Acho que não preciso dizer nada a imagem diz por si...

A Bíblia da falsa profecia


“E surgirão falsos profetas em grande número e enganarão a muitos” (Mt 24,11).


Causou um grande escândalo um pastor pentecostal brasileiro vendendo uma Bíblia por R$900,00 em seu programa de televisão de cujo título é vergonhoso: “Bíblia de Batalha Espiritual e Vitória Financeira”. O pior de tudo isso é a falsa profecia de um pastor pentecostal americano que diz ter profetizado a crise financeira internacional. Com base nessa enganosa profecia foi editada e vendida essa tal Bíblia.

Como é terrível e de tamanha heresia, desrespeito e blasfêmia usar a Bíblia por interesse econômicos mentirosos.

Afirma o economista e ex-ministro Delfim Netto: “Os lucros exercem fascínio sobre o homem”.Sobre a crise financeira diz Delfim Netto que é uma grande autoridade no Assunto:

“As crises são próprias do capitalismo. Nos últimos 150 anos, houve 42 crises. Umas maiores, outras menores. Esta foi diferente no sentido de que uma crise de omissão do Estado. Criou-se a mitologia de que o marcado era perfeito, resolveria sozinho qualquer problema. O mercado é um instrumento poderosíssimo, mas precisa de regras. Não há mercado sem Estado forte, justamente para garantir seu funcionamento. Não houve só um fracasso dos economistas. Houve um fracasso, na verdade, de orientação da teoria econômica.” (1).

A crise financeira internacional mal havia estourado, em outubro do ano passado, quando a escritora canadense Margaret Atwood lançava “Payback – Dívida e o Lado Sombrio da Riqueza”. Originalmente uma coletânea de cinco palestras tratando do endividamento sob a ótica da literatura, da psicologia, da teologia e até da ecologia, o livro foi um sucesso de crítica e de vendas, possivelmente impulsionadas pela situação da época.

Ela própria já havia escrito sobre o colapso financeiro na véspera da invasão do Iraque.

“A crise era certamente previsível e muitos a previram. Guerras, principalmente as que têm campanhas como a de Napoleão na Rússia, então entre as primeiras causas de endividamento das nações”, disse a escritora em entrevista ao Jornal Valor, durante a viagem à Europa para promover o último livro “O Ano da Inundação.” (2).

OS CÃES PASTORES
“Os ministros evangélicos têm desapontado e explorados as pessoas, provocando seu desvio”.

Rev. Carroll Thompson
Pastor Americano

Os pastores que estão explorando e causando escândalo no cristianismo são os pregadores da teologia da prosperidade, batalha espiritual, G12, onda da titulação de apóstolos e profetas, onda gospel, pentecostalismo, neojudaísmo (práticas da antiga Lei judaica).

Esses pastores causam tantas heresias, cismas e desvio de milhares de pessoas que estas não querem saber mais de igrejas, Bíblia e de Deus por perderem a fé.

Esses pastores que só pregam curas, milagres, exorcismos, posse da bênção, sucesso, vitória e riqueza dos bens materiais, são gananciosos, materialistas e idólatras por dinheiro, poder e sexo.

O profeta Isaías chama esses pastores de: “Cães vorazes, gulosos, gananciosos e interesseiros” (Is 56,11.12).

São Paulo Apóstolo nos adverte contra esses falsos pastores: “Cuidado com os cães, cuidado com os maus operários” (Fl 3,2).

Esses pastores-cães não vão herdar o Reino de Deus: “Ficarão de fora os cães” (Ap 22,15).

CONCLUSÃO
Esses pastores não querem saber das questões sociais e nem ajudar os pobres. Sua visão é fatalista e a sua pregação e fundamentalista com seu apocalipcismo de fim do mundo.

Eles sabem da malícia que pregam e sabem que os tolos vão acreditar no seu engano.

Diz Provérbios: “O ingênuo acredita em tudo o que se diz” (Pr 14,15).

São João Apóstolo nos exorta contra os falsos profetas: “Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo” (1Jo 4,1).

Esses pastores são impiedosos, com seus enganos cooperam ainda mais para desgraça da humanidade.

Vejam o que afirma Jaques Diouf, diretor da FAO: “É com profundo pesar que vos anuncio que, pela primeira vez, teremos mais de um bilhão de pessoas que sofrerão de desnutrição, embora a riqueza e a produção de bens alimentares continue aumentando no mundo. O problema é político, pois consiste na injusta distribuição. Alguém repetirá: ‘É mais importante ensinar a pescar do que dar o peixe!’ não há dúvida, mas também não é menos verdade que, até lá, ‘é preciso manter os peixes vivos”.

O Banco Mundial anunciou, em 5 de outubro, que a crise econômica mundial pode levar cerca de 90 milhões de pessoas em países em desenvolvimento a entrarem no nível de pobreza extrema. Apenas em 2009, a crise gerou 100 milhões de pobres. O objetivo do alerta foi fazer com que as instituições continuem aumentando a ajuda esses países. Ao mesmo tempo, a Organização Nacional das Nações Unidas (ONU) assegurou que o crescente nível da pobreza mundial indica que a recuperação da crise não é iminente, como poderia ser imaginado.

Vamos levantar a voz profética da denúncia contra os falsos pregadores e todo sistema político e religioso de fraude e de opressão.

Pe. Inácio José do Vale
Especialista em Ciência Social da Religião
Professor e Pesquisador de História das Seitas
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com

Submissão à vontade de Deus



Maria, mãe de Jesus um exemplo para nós cristãos, refere a atitude de respeito,humildade,fidelidade e total submissão a Deus.Maria mostra essas virtudes entre tantas que ela possuia na sua total entrega quando o anjo São Gabriel lhe disse que Deus havia lhe escolhido para ser mãe do nosso Salvador, na sua simplicidade ela disse sim sem questionar,com total confiança em Deus à sublime missão que lhe cabia(Lc 1,26-38).

Maria apesar de ser bem jovem sempre foi temente a Deus e cumpridora de suas leis,filha de Santa Ana e de São Joaquim e sempre obediente aos seus pais,teve uma atitude muito amorosa com sua prima Santa Isabel,grávida de seis meses,permanecendo com ela durante três meses e depois voltando para sua casa (Lc 1,39-56).

Como uma grande mulher Maria na sua simplicidade ela exalta e dignifica a feminilidade pela sua postura pautada na humildade,no equilíbrio interior,na honra,na sabedoria,na força do espírito enfim na nobreza do caráter.Na sua condição de mãe,amorosa e incansável colaboradora de Jesus ela suportou a dor de ver seu filho ser humilhado por todos e ser crucificado.Qual a mãe que consegue ver seu filho sofrer?Nenhuma mas ela como uma mulher fiel a Deus ela sabia que fazia parte da missão de seu filho mais suas aflições foram consoladas na ressurreição de seu divino filho.

Maria é exemplo de simplicidade,humildade,submissão,fidelidade e de santidade, uma das coisas mais bonitas na Santa Igreja Católica e a devoção a Maria não no intuito de adora-la como muitos dizem por aí mais de ser espelho de sua santidade ser santo não é ser maior que Deus mais é viver a plenitude da fé

27/01/2011

CNBB anima progresso da comunicação da Igreja

Documento lançado antecede diretório da comunicação


BRASÍLIA, terça-feira, 25 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) acaba de lançar um documento de estudo que tem o objetivo de alentar e orientar o progresso da comunicação da Igreja no país.

Trata-se do documento "A comunicação na vida e missão da Igreja no Brasil", publicado pelas Edições CNBB e a Paulus.

O texto foi apresentado nessa segunda-feira na seda da CNBB em Brasília, durante o encontro de coordenadores da Pastoral da Comunicação, evento que decorre até sexta-feira.

Segundo o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação, Cultura e Comunicação Social da CNBB, Dom Orani João Tempesta, o texto tem por objetivo ser um animador e orientador para o "progresso da comunicação no Brasil".

"A nossa intenção, depois de muitas consultas, é que fosse um diretório de animação e orientação para o progresso da comunicação e uma melhor presença da Igreja na mídia", diz Dom Orani, num dos trechos da apresentação do documento

Segundo o arcebispo, o texto toca, por exemplo, em "questões espinhosas" como a "das transmissões litúrgicas televisivas e a grande discussão entre o virtual e o real".

Em entrevista à assessoria de imprensa da CNBB, o arcebispo disse que, neste momento, a ideia é colocar o texto à disposição da Igreja para que seja lido e aprofundado. Futuramente, o documento será transformado no Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil.

"Depois de lido e estudado, aguardaremos as sugestões das pessoas, para que façamos as adaptações necessárias para que o texto chegue a ser o diretório. A etapa agora é de sugestões", disse.

"A comunicação é essencial na vida do ser humano e a Igreja é feita de comunicação, da boa notícia, da Palavra de Deus, da Catequese, da Liturgia."

Segundo o arcebispo, "com as mídias sociais e com a comunicação eletrônica, é importante que aja orientação, que não corte o entusiasmo, mas que entende bem a comunicação no Brasil", afirmou

20/01/2011

Por que católicos ascendem velas?


Por que se acende uma vela a Deus ou a um santo? Para comprá-los a fim de alcançar uma graça? Ou para apaziguá-los a fim de ficarmos livres de um mal que nos atormenta ou de uma desgraça que nos ameaça? Nem um nem outro. O sentido da vela acesa é muito mais nobre e mais profundo.


Símbolo de consumação

Deus é nosso Criador e nós, suas criaturas; quer dizer que tudo o que somos e tudo o que temos nos foi dado de graça por Deus. Por conseguinte, seu poder sobre nós é absoluto e seus direitos ilimitados. Pode até exigir a nossa própria vida em sacrifício. Os povos pagãos reconheciam esse direito a seus deuses. Por isso ofereciam-lhe sacrifícios humanos (crianças, geralmente, por causa de sua inocência), para acalmar a sua ira ou conseguir o que desejavam. A Bíblia nos diz também que o Deus verdadeiro exigiu uma vez um sacrifício humano; pediu a Abraão que lhe sacrificasse seu filho único Isaac. Abraão obedeceu. Mas no instante em que segurava a faca para matar o filho em cima da fogueira, Deus enviou seu Anjo que reteve a mão do pai e substituiu o filho por um carneiro (Gn 22). Deus mostrava, assim, que os sacrifícios humanos não são agradáveis a seus olhos e que só quis pôr à prova a fidelidade e a obediência de seu servo. Na história da humanidade houve um só sacrifício de seu próprio Filho feito homem, nosso Senhor Jesus Cristo, na cruz, para a salvação e a redenção do gênero humano. Esse sacrifício continua renovando-se misticamente, de modo incruento, onde houver um sacerdote e um altar. Que relação pode haver entre um sacrifício e uma vela acesa? A vela acesa substitui diante de Deus a pessoa que a acende: Fica se consumindo, como se fosse um holocausto oferecido a Deus. O holocausto era, na Antiguidade e na lei mosaica, o sacrifício mais perfeito, porque por ele a vítima era oferecida a Deus e queimada por inteiro em reconhecimento a seu poder e direito absolutos sobre quem a oferecia. A vela acesa ê um holocausto em miniatura. A pessoa compra a vela que passa a lhe pertencer, a ser sua. Acende-a para ser consumida em seu lugar. Uma vela acesa a Deus simboliza, portanto, a adoração e a entrega total de quem a acende ao Deus Todo Poderoso, Senhor e Criador de todos os seres. Uma vela acesa a um santo tem o mesmo simbolismo, só que este sacrifício é oferecido a Deus por intermédio deste ou daquele santo. É claro que está longe de ter o mesmo valor do sacrifício eucarístico, cujo valor é infinito, visto que por ele é o próprio Homem-Deus que se oferece a seu Pai. Mas nem por isso deve ser desprezado ou abolido. Deve-se, sim, evitar a má interpretação e o exagero, isto é, evitar dar-lhe maior valor do que ele tem. Vela acesa é, pois, símbolo de consumação.

Símbolo de Cristo, Luz do mundo

A vela acesa tem também outro simbolismo. Irradiando luz iluminadora, simboliza Cristo "Luz do mundo", conforme ele próprio se qualificou. Por isso, nos ofícios litúrgicos, usam-se freqüentemente velas acesas, sobretudo durante a semana santa e o tempo pascal.

Por que Acender Velas?

O costume de acender velas tem origem nas prescrições do Antigo Testamento: "O Senhor disse a Moisés: "Ordena aos israelitas que te tragam óleo puro de olivas esmagadas para manter, continuamente acesas as lâmpadas do candelabro. Disporás as lâmpadas no candelabro de ouro puro para que queimem continuamente diante do Senhor". Lev 24, 1-4. A vela acesa, enquanto rezamos, tem um significado muito especial. A idéia básica da "LUZ" como oposição às "trevas" está nas suas raízes: Por exemplo, o profeta Simeão falou da vinda de Cristo como "Luz para revelação dos gentios". Simeão refletia consigo mesmo a profecia do profeta Isaías sobre a vinda do Messias: "O povo que andava nas trevas viu uma Grande Luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma Luz" Is 9,1. Esta profecia cumpriu-se no Novo Testamento, quando a Virgem Maria apresentou seu filho Jesus no templo de Jerusalém. (Lc. 2, 22-32:). Também Jesus identificou-se a si mesmo com estas palavras: "Eu Sou a LUZ do mundo, aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a Luz da Vida" Jo 8,12. Acender velas nas igrejas é, portanto, uma tradição muito antiga. Claramente, a prática individual de acender a vela quando entramos na igreja, é um meio poderoso de unir a nossa oração individual com a oração da Igreja e com Cristo, a Luz do mundo. Mas atenção: as velas não devem substituir nossas orações nem devemos esperar efeitos mágicos de seu uso. Mas, como expressão de nossa presença diante do Altíssimo, a suplicar a luz que ilumina as trevas de nossos pecados fazendo-nos deles tomar consciência para uma contínua conversão a que somos todos chamados

17/01/2011

BEATIFICAÇÃO DE JOÃO PAULO II PODE OCORRER EM MAIO, DIZ BISPO

DA EFE, EM VARSÓVIA (POLÔNIA)

DE SÃO PAULO

A beatificação de João Paulo 2º poderá ocorrer em maio próximo, afirmou nesta quinta-feira o bispo polonês Tadeusz Pieronek, acrescentando que “só falta a decisão do papa Bento 16 sobre a data” específica.

Em declarações à rádio pública polonesa, Pieronek apontou os meses de maio e outubro como os cenários da esperada cerimônia, embora tenha detalhado que é mais provável que seja em 1º de maio.

Para o bispo, a beatificação de João Paulo 2º será uma grande oportunidade para a Polônia mostrar ao mundo a importância e o bem que o papa polonês fez durante os 26 anos de seu Pontificado, o terceiro mais longo na história da Igreja Católica.

A imprensa italiana informou nos últimos dias que o processo de beatificação do papa está na fase final, a poucos dias da apresentação de novas provas de seus milagres ao seu sucessor, Bento 16.

Bento 16 deve então aprovar a recomendação à beatificação de seu antecessor e marcar uma data para a cerimônia, menos de seis anos depois da morte do antigo pontífice.

Para que alguém seja beatificado, é preciso a comprovação de um milagre. Para a canonização, são necessários dois milagres.

Na terça-feira, os cardeais e bispos participantes da Congregação da Causa dos Santos aprovaram os laudos médicos e teológicos de que João Paulo 2º curou milagrosamente uma freira com mal de Parkinson.

Em geral, as fases iniciais dos processos de canonização levam décadas ou mesmo séculos. Mas em maio de 2005, um mês depois da morte de João Paulo 2º, seu sucessor abriu uma exceção, dispensando-o do prazo habitual de cinco anos após a morte do candidato a santo.

Esse era o pedido da multidão que acompanhou o funeral do papa, em 8 de abril de 2005, com gritos de “santo súbito”.

O pontificado de João Paulo 2º foi um dos mais históricos e turbulentos dos tempos modernos. Durante esse período, os regimes comunistas desmoronaram em toda a Europa Oriental, inclusive na Polônia, seu país natal.

Primeiro não-italiano no cargo em 450 anos, ele foi gravemente ferido em um atentado em 1981. Nos últimos anos, o papa sofria do mal de Parkinson.

A freira francesa Marie Simon-Pierre, 47, diz ter sido repentinamente curada da mesma doença, dois meses depois da morte de João Paulo 2º, quando ela e uma colega rezaram pela intercessão dele.

Rosa de Saron encara desafio de evangelizar no meio secular

Ser uma das bandas católicas mais antigas ainda em atividade no Brasil e, ao mesmo tempo, ter uma legião de tocadores de música ligados nas composições carregadas de significado e arranjos bem elaborados.


Essa proeza é da Banda Rosa de Saron, fundada em 1988 e que alcança uma projeção cada vez maior no cenário nacional, extrapolando os limites do próprio segmento católico e adentrando com força no meio secular, um grande desafio.

O grupo fez parte das apresentações musicais do Acampamento Revolução Jesus, na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), ao longo da última semana. Durante o evento, o Rosa participou de uma coletiva de imprensa e destacou o tipo de evangelização que realizam. O grupo é composto por Guilherme de Sá (voz), Eduardo Faro (guitarras), Rogério Feltrin (baixo) e Wellington Greve (bateria).

Os integrantes da Banda ressaltam que, como cristãos, têm a obrigação de levar valores morais, éticos, espirituais, influenciando e permeando esses mesmos valores na sociedade. "Isso também é evangelização", afirmam.

Eles acreditam que o enfoque das letras, abordando temáticas como solidão e pontos de vista diferentes do senso comum, auxilia nesse processo.

"As pessoas começam a se questionar: 'Por que isso me deixa bem?' É algo que, aos poucos, vai mexendo com os valores da pessoa", ressaltam.

A quebra de preconceitos com a música católica - muitas vezes devido aos ouvintes, em um primeiro contato, sequer saberem que se trate de uma banda desse gênero - é outro ponto ressaltado. "Tocar o coração da pessoa é uma iniciativa fundamental", afirma Guilherme.

O segredo de tanto sucesso está baseado no binômio "humildade" e "só com Deus".

"A gente sabe que isso aqui é muito passageiro. É importante ter essa visão, ter discernimento. Se não for com Deus e humildade, cai tudo por terra", acrescenta o vocalista.

Os músicos também salientam que a locomotiva não é o sucesso: o que impele é saber que sempre há alguém que precisa ouvir a mensagem em outros lugares.

"Quando você reconhece que o que você tem não é seu, mas de Deus, consegue distinguir entre fama e sucesso. Fama é ser simplesmente conhecido; já sucesso é fruto de um trabalho bem sucedido", finalizam.

(fonte site Canção nova)

13/01/2011

Holanda: Educação sexual homossexual tem de ser obrigatória

10.01.2010 - De acordo com o parlamentar holandês Boris van der Ham, do esquerdista Partido Democratas 66, o governo tem de obrigar todas as escolas, inclusive as escolas religiosas, a incluir a homossexualidade como tópico de suas aulas de educação sexual.


“Um número muito grande de crianças está sendo criada com uma moralidade homofóbica”, disse van der Ham. “Embora isso seja mais comum em famílias imigrantes urbanas, as famílias rurais holandesas também têm tais preconceitos. As escolas têm de corrigir essa imagem”.

A declaração do parlamentar foi marcada para coincidir com um debate na quinta-feira sobre esse assunto. Seis organizações homossexuais enviaram uma carta conjunta ao parlamentar holandês pedindo a inclusão da homossexualidade como tema obrigatório.

Em Amsterdã, 82 por cento das escolas nada falam sobre o assunto da homossexualidade na educação sexual, de acordo com a Rádio Holanda Mundial. Van der Ham nega que seu projeto de lei violaria a liberdade de educação religiosa conforme estipula o Artigo 23 da Constituição holandesa.

“As escolas são livres na forma de suas lições”, disse ele, “mas os objetivos principais têm de ser cumpridos”.

Boris van der Ham havia anteriormente protestado contra a atitude do governo polonês para com os homossexuais salientando o dever da Polônia de seguir os regulamentos da União Européia. Ele também apoiou uma emenda à Constituição holandesa para incluir os homossexuais entre os grupos contra os quais a discriminação é explicitamente proibida.

A Holanda já tem algumas das políticas mais pró-homossexualismo e anti-vida de todos os países do mundo. A Holanda foi o primeiro país a legalizar o “casamento” homossexual e a permitir que parceiros homossexuais adotassem crianças e tem gasto milhões de euros para promover a homossexualidade como normal.

O governo holandês também subsidia o aborto e permite que os médicos holandeses matem os doentes, os idosos e os bebês deficientes.


Veja notícia relacionada de LifeSiteNews.com
Netherlands Government Pledges 2.5 m. Euros to Crack Down on Religious Dissent from "Gay Rights"
http://www.lifesitenews.com/ldn/2007/dec/07120704.html
European Human Rights Court Rules State May Deny Parents Right to Home School Their Children
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com


Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/dec/09121112.html

07/01/2011

Carta sobre o Celibato - Parte 1

Prólogo

A experiência nos mostra que, geralmente falando, somente prestam à Igreja grande bem aqueles que professam a perfeita castidade: os sacerdotes e as religiosas, as jovens que ingressam nas Sagradas Congregações, os santos leigos que se põem ao trabalho da promoção das boas obras.

De maneira que farão bem os confessores que são imbuídos pelo zelo da religião em usar de sua diligência para ensinar aos jovens de ambos os sexos que cultivam a piedade e levam com docilidade uma vida fiel aos mandamentos divinos quão grande bem é a perfeita castidade. Exortem-nos à observância da castidade perfeita, se a tanto os virem inclinados, pois alcançarão mais facilmente a perfeição cristã e servirão com maior fruto ao bem da religião.

Isto porém os confessores não conseguirão realizar a não ser que, depostos por completo todos os preconceitos que o vulgo tem contra esta virtude, contemplarem o zelo que os Santos Padres da Igreja usaram para promoverem a perfeita castidade, a tal ponto que praticamente todos escreveram livros a este respeito; e, ademais, a não ser que também estes mesmos confessores busquem eles próprios esta virtude com grande amor, e se esforcem por levar uma vida inteiramente angélica.

A carne gera a carne; o espírito, espírito; os anjos não se procriam senão a partir dos anjos.

Ora, por ser isto coisa de imensa importância para a glória de Deus e para a santificação das almas; e porque também por parte de alguns confessores existem preconceitos danosíssimos nesta matéria, quero reproduzir aqui uma carta que publiquei em outra ocasião sobre o celibato.

Meu prezado amigo,
Admiro-me ter ouvido de tua própria pessoa que te consideras apóstolo da mais bela, da mais esplêndida entre as virtudes cristãs, que é a santa virgindade, e, em geral, a perfeita castidade, embora dizes também ter boas razões para dizer que talvez seria melhor deixar que cada um a abrace ou não, como mais lhe agradar, especialmente nos tempos de hoje pouco propícios, ou melhor, inimigos de tudo quanto é bom e de todo objetivo sagrado.

Quero confessar-te a verdade, e dizer-te que estou bastante surpreso, porque esta tua duplicidade, e ainda mais, toda a argumentação que usas para justificá-la mais parecem em dissonância com o teu costumeiro bom senso.

Mas é, por outro lado, este bom senso que me dá a esperança de, com apenas esta pequena carta, poder endireitar certas idéias que, perdoa-me, estão um tanto quanto tortas.

Que a virgindade e o celibato são virtudes muito louváveis e que devem ser preferidas ao matrimônio, tu o sabes, é uma verdade da qual nenhum católico pode duvidar, tendo definido o Concílio de Trento:

"Se alguém disser que o estado conjugal deve antepor-se ao estado de virgindade ou de celibato, ou não ser coisa melhor e mais feliz permanecer na virgindade ou no celibato que unir-se em matrimônio, seja excomungado".

Devemos, portanto, como católicos, concordar todos em reconhecer este dogma de fé, e crer nele como em todos os outros que nos ensina a Igreja.

Semelhantemente, não há dúvidas quanto ao fato de que a perfeita castidade é um conselho evangélico colocado em prática por uma infinidade de santos que pelas suas virtudes heróicas mereceram as honras dos altares;enquanto que não saberíamos dizer, tirando o caso dos mártires, quais fossem os santos canonizados que não cultivaram esta virtude no estado virginal ou de viúvos.

A este respeito e a respeito de todas as outras coisas que poderiam ser ditas em louvor da perfeita castidade não é necessário que nos detenhamos, pois nisto estamos em perfeito acordo. A questão está em ver se é oportuno aconselhar aos outros, especialmente à juventude, o estado de continência. Tu achas que é melhor deixar que cada um siga a própria inclinação, e isto por diversas razões que julgas boas. Ora, haverei de comentar estas razões mais tarde; vejas agora se eu sei provar- te, como se diria, a priori, que te colocas mal.

Se este conselho não deve ser dado, por que é dado pelo Santo Evangelho? E por que São Paulo o dava assim tão geralmente que, se a coisa fosse possível, teria desejado que este conselho fosse aceito por todos os cristãos:

"Quero, de fato" - diz São Paulo - "que todos vós sejais como eu"? (ICor. 7, 7).

"Todos vós", "todos vós", gostaria que fôsseis continentes, como eu o sou, "todos vós", cristãos de Corinto: e estes, ademais, não se diferenciavam dos cristãos de todo o mundo.

E por que promovia a prática da perfeita castidade com tanto ardor a ponto de ser esta, senão a causa, pelo menos a concausa de seu martírio, como se lê na história da Igreja?

E por que os sucessores imediatos dos Santos Apóstolos, e depois, todos os Padres e Doutores da Igreja foram tão fervorosos pregadores deste assunto e todos os principais dentre eles escreveram livros inteiros para exortar os fiéis a abraçarem tão exímia virtude? Vejas São Cipriano, São Gregório Nazianzeno, Santo Atanásio, São João Crisóstomo, Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho; poderias desejar mais ardentes e mais valorosos exortadores para inflamar o povo cristão ao amor desta virtude? E no entanto viviam em tempos em que se poderiam ser ditas supérfluas tais exortações porque, como podes ver na história, esta virtude era para os fiéis um verdadeiro entusiasmo. De fato, quando lês que apenas na Oxorinca, cidade não das maiores do Egito, havia vinte mil virgens e dez mil monges, pode-se conjecturar que número haveria em todo o mundo cristão de cultores da vida casta. Não obstante isso os Santos Padres não julgavam coisa inoportuna que com as suas pregações e com os seus livros aumentassem mais ainda aquele ardor sagrado que hoje em dia nos parece já excessivo por si mesmo.

Ora, portanto, acreditava o divino autor do Envangelho, acreditava São Paulo, os homens apostólicos acreditavam, os padres e os doutores da Igreja acreditavam que a perfeita castidade fosse algo para ser aconselhado assim calorosamente; e tu, entretanto, meu prezado amigo, julgas em tua perícia que mais se deve crer que a melhor coisa é não dar palavra a respeito, nem dar este santo conselho a ninguém?

Paraste para refletir sobre a guerra que a esta virtude fazem as pessoas do mundo? Não há mal que dela não digam, e que, além disso, publiquem por escrito. E poderá ser jamais um bem que, enquanto a virtude mais bela e mais esplêndida é assim tão geralmente e impunemente caluniada, e enquanto se fomenta contra a mesma a aversão e o desprezo, aqueles que a conhecem e lhe conhecem os seus predicados divinos e a injustiça das imputações que lhe são feitas fiquem em silêncio, nem sequer uma voz se levante em sua defesa e cada um se guarda de comentar-lhe o esplendor e o mérito e de aconselhar a sua prática à juventude? Parece-te isto uma boa prudência? Ou podes ainda duvidar do teu engano?

Vamos agora comentar as razões que consideras boas, as quais, entretanto, por estarem em oposição a uma verdade manifesta, não podem ser elas mesmas senão más, isto é, sofísticas e falsas.

Tu sublinhas com muita ênfase a dificuldade de conservar perseverantemente esta virtude. Parece que se deveria dizer que és do número daqueles que julgam a continência uma virtude reservada a poucas almas privilegiadas, fora das quais nenhuma pessoa pode aspirar a ela sem culpa de presunção, e sem manifesto perigo de ruína.

Mas eu devo observar ser isto uma fina arte do demônio, da qual, cada vez que lhe convém, o mundo se serve. Não sabendo nem sequer o demônio como esconder os predicados sobrehumanos da santa castidade, faz parecê-la aos homens uma virtude tão alta e que tanto excede as forças da fraqueza humana que a ela não podem aspirar senão os incautos e os presunçosos; e também o mundo, seu inimigo jurado, com a mesma boa fé do demônio, à sua semelhança, se mostra às vezes admirado com a sublimidade desta virtude, desde que, todavia, fiquem os homens dissuadidos de abraçá-la. Nada importa ao demônio e nada importa ao mundo que os cristãos tenham em abstrato grande estima da continência, como o tinham os gentios que diziam maravilhas das Vestais, assim como dos cristãos, desde que esta virtude fosse proibida na prática, como de fato era proibida por lei no mundo antigo.

E é verdadeiramente uma surpresa ver homens inteligentes, como tu também és, com a alma tão presa a este preconceito como a uma dificuldade quase insuperável, que falam da vida cristã como de um dom de Deus que devesse ser comparado em pé de igualdade, ou pouco menos, com o dom de falar em línguas desconhecidas e de dar vista aos cegos de nascença.

Vejamos se nos entendemos, meu prezado amigo: se a ti parece dificílima a prática da castidade perfeita para a fraqueza humana abandonada a si mesma, estamos de perfeito acordo, e se tu dizes ser dificílima, eu acrescento que é impossível. Mas aqui não estamos falando do poder que tenha a fraqueza humana deixada a si própria; estamos falando do poder que tem sobre ela a graça onipotente de Deus. Ora, vejas que coisa totalmente diferente: tu aceitarias se eu te dissesse que a graça onipotente de Deus torna fácil à fraqueza humana aquilo que sem ela seria dificílimo e impossível? Pois bem, não apenas eu, mas tu também comigo, junto com todos os demais católicos, dizemos que uma vida perfeitamente casta não pode senão ruir sem a ajuda daquela graça, que Deus dá abundantemente a quem a pede, e vive com as cautelas necessárias para conservá-la.

Superada a dificuldade da fraqueza humana, eu te rogo que observes se são poucos e raros no mundo aqueles que de fato são obrigados a viver em perfeita continência. Tu talvez dirás que esta é uma virtude livre, que ninguém é obrigado a praticá-la, exceto aqueles que, por terem feito um voto especial de castidade, ou por uma lei eclesiástica, à qual se submeteram voluntariamente, tenham renunciado ao estado de matrimônio; e, enquanto permaneceres no domínio do abstrato, dizes otimamente. Mas se desces ao terreno da realidade dizes muito mal. Duvidas? Então, anuncia a todos os jovens que completarem seus quatorze anos, e a todas as jovens que completarem os doze, que todos eles estão livres para se casarem. Não os farias rir? Os jovens deverão esperar, geralmente falando, os vinte e cinco anos, muitos os trinta e mesmo mais; as jovens os dezoito, os vinte, etc.. E anuncia também que estão livres para se casarem todas as centenas de milhares que estão no serviço militar, todos os deformes e enfermos, todos os desempregados incapazes de ganhar um pedaço de pão para matarem a fome, todas as moças deformadas, doentes, sem nenhuma habilidade útil, sem um tostão de dote. Diga a todos estes que estão livres para se casarem. Muitos irão rir como os jovens, e não poucos se mostrarão como que ofendidos por um insulto ou desprezo. No campo da abstração são todas pessoas que podem se casar; mas no terreno da realidade são todas pessoas que devem observar continência perfeita, e nada menos que sob pena de pecado mortal; porque não tendo eles possibilidade ou ocasião de matrimônio, devem permanecer no estado de celibato e violando a castidade mesmo que apenas com o pensamento cometeriam uma culpa grave, como nos ensina a moral cristã mais elementar.

Terias curiosidade de saber quantas sejam na Província de Gênova aqueles que em abstrato podem se casar, mas que na realidade devem permanecer no celibato? Eis a estatística de 31 de dezembro de 1857. A população total é de 313.402 indivíduos. Entre estes os cônjuges são 103.962; os solteiros e as viúvas 210.610, isto é, mais de dois terços. É verdade que destes devem ser descontados aqueles que estão abaixo da idade da puberdade; mas entende-se que o número das crianças abaixo da puberdade não chega a um terço da população total. E mesmo que chegasse, mais da metade dos habilitados ao matrimônio ficariam de fato obrigados à continência. E é notável também que muitos dos casados se somem a este número, isto é, todos aqueles que por necessidade de família, por enfermidade, por maus tratos ou desordens do outro cônjuge, vivem separados, e destes não tenho medo de errar se afirmo que hoje em dia são muitos. Depois, não é de se supor que as estatísticas das outras províncias, reinos ou impérios difiram sensivelmente da estatística da Província de Gênova.

Ora, bem, uma virtude para a qual na realidade está obrigada uma tão grande parte da população, poderá ser dita virtude tão difícil e quase impossível de se guardar senão por poucos privilegiados que tenham obtido de Deus algum dom extraordinário? Como teria então Deus provido a todos os outros pobrezinhos que de fato devem também viver em continência e sob pena de uma pequena bagatela que é um pecado mortal, a qual merece por justiça nada menos do que um inferno eterno?

A suposição de que a castidade perfeita seja assim tão difícil de se guardar, e que seja um dom extraordinário de Deus, não te parece um gravíssimo preconceito, sumamente injurioso à providência divina?

Carta sobre o Celibato - Parte 2

Ora, não duvido que o teu bom senso começará agora aos poucos a perceber que a castidade perfeita é virtude que se possa abraçar por quem quer que o queira, suposta a graça divina, a qual por sua vez pode ser obtida por quem quer que a peça, e suposta a prática dos meios necessários para tanto, como é a custódia dos sentimentos, a fuga das diversões perigosas, do ócio, etc., e que por isso mesmo trata-se de uma virtude que pode ser aconselhada a quem quer que seja capaz de ter a boa vontade para tanto, assim como, desde que alguém possa retribuir com benefícios os males recebidos, a qualquer pessoa pode-se aconselhar que faça esta retribuição.


Mas tu me dirás ainda que talvez eu não poderei bem aquelas palavras do Evangelho:
"Não todos entendem esta palavra".

Se tu duvidasses ainda que eu não as tivesse ponderado bem, eu te devolveria a acusação tirando-lhe, porém, o talvez. Certamente é verdade que "nem todos entendem esta palavra", isto é, que não são todos que abraçam a vida casta. E isto é verdade não só porque o disse Cristo, mas porque é um fato que nos é ensinado pela contínua experiência. Resta porém que se veja se "nem todos entendem" porque "não o podem entender", o que é o mesmo que perguntar se todos não abraçam a vida casta porque "não podem" ou porque "não querem". Tu, arbitrariamente, quiseste subentender o "não podem", e é por isso que aquele texto do Evangelho te pareceu um gravíssimo argumento; eu, porém, subentendo o "não querem", juntamente com Cornelio a Lápide, o qual traz uma fila de referências tiradas dos Santos Padres para mostrar que todos assim o subentenderam. E, entendido o texto evangélico neste sentido, o teu argumento não vale mais nada. Voltando à comparação acima citada, nem todos retribuem com benefícios os males recebidos. Mas por que? Talvez porque não poderiam? Não, certamente, mas sim porque não o querem.

A ti porém parece uma imprudência aconselhar a todos a castidade perfeita, e o pareceria também a mim se se tratasse de aconselhá-la a todos em particular, isto é, a cada indivíduo de um ou de outro sexo indistintamente, como me parece uma imprudência aconselhar a qualquer um a quem se fizesse uma maldade que imediatamente devolvesse o mal recebido com um benefício. Este conselho eu o daria apenas a quem visse bem animado por sentimentos de uma viva caridade; e exortaria a todos os outros a afastarem-se do ódio, e a benfazer ao inimigo desde que ele se encontrasse num estado de verdadeira necessidade de benefício e em uma situação tal em que fazê-lo se tivesse tornado uma exigência estrita da caridade. Da mesma maneira, eu aconselharia a castidade perfeita apenas a aqueles que soubesse possuírem boas disposições; e a todos os outros diria simplesmente que se abstivessem do pecado, nem oporia uma palavra contra se visse que quisessem tomar o estado de matrimônio. Eis, portanto, a quem gostaria de aconselhá-lo, a todos aqueles jovens de um ou de outro sexo que demonstrassem uma índole santa, regrada, que dessem boas esperanças de conseguir conservá-la. Além do mais, aconselhando-a, gostaria que se fizessem para tanto orações particulares para obter a luz de Deus sobre o que seria melhor para eles, e não gostaria nunca que fizessem voto, sequer temporário, sem a aprovação de seus diretores espirituais. Parece-te que assim fazendo eu pecaria por imprudência?

Mas os tempos, tu dizes, os tempos são adversos. Não vês, dizes, coisa que nunca se viu em todos os séculos, que em diversos lugares a lei está abolindo a profissão religiosa?

Lembra-te, porém, dos primeiros séculos da Igreja. Estavam então em vigor leis que condenavam o celibato diretamente em si mesmo, e os costumes dos gentios não podiam ser melhores do que aqueles dos nossos cristão degenerados. Pelo que é claro que naquela época estava-se pior, e que os tempos deviam ser adversos ainda mais do que hoje o são. Isto não obstante, como foi observado, primeiro os Apóstolos, depois os seus discípulos, e finalmente os primeiros Padres promoviam com imenso zelo a perfeita continência. Isto quer dizer, portanto, que aqueles santos homens não ficavam com medo dos tempos adversos.

Mas esta observação aos tempos que fizeste de passagem é justamente a oportunidade que eu esperava para poder terminar de te deixar persuadido que também tu tens que tomar ao peito os interesses da mais bela entre as virtudes, de te tornares um ardoroso promotor da mesma, quase um apóstolo. Aos tempos, aos tempos, tu me dizes. Vamos dar ainda uma olhada nos tempos.

Os tempos precisam que se ordene um maior número de sacerdotes, dos quais em todo lugar se percebe a deficiência, já que por culpa dos tempos é muito maior o número daqueles que anualmente morrem do que o número dos que anualmente são ordenados. E os tempos precisam de um número maior de sacerdotes, para que os povos sejam melhor cultivados com a pregação e com a administração dos Sacramentos; e têm também uma particular necessidade de que se multipliquem os missionários apostólicos nos países infiéis, onde pelas comunicações tão facilitadas seria agora tão mais fácil do que antes estender a luz do Santo Evangelho.

Os tempos têm necessidade de um grande número de irmãs de caridade, do Sagrado Coração, de São José, etc., etc., as quais hão de cultivar inumeráveis escolas, educandários, hospitais, e também prisões e patíbulos; e que, além do mais, devem prestar ajuda aos missionários que se afadigam na conversão dos gentios em todas as partes do mundo.

Os tempos necessitam de cristãos e cristãs fervorosos, que formem e mantenham em todo lugar boas associações, as quais se possam opor às más que em todo o lugar se estabeleceram e mais do que nunca prosperarem; que promovam em todo lugar as obras de religião, de caridade, onde quer que hostilizadas pelo espírito incrédulo e subversivo do século.

Colocarias em dúvida que os tempos tenham todas estas necessidades? Mostrarias que não conheces em nada os tempos, merecerias de ser chamado de homem de séculos passados, e contado entre os mortos. Ora, bem, para todas estas necessidades não se requerem homens e mulheres todos prontos e dispostos a viverem em celibato?

Para os sacerdotes seculares e regulares, para as freiras dos múltiplos institutos religiosos tu não terás dificuldades; mas talvez tu as tenhas para os seculares, parecendo-te que também os casados possam fazer todo o bem que é feito pelos que vivem no celibato. Entretanto, se tu o perguntasses a São Paulo, ele te responderia que não; porque os casados "têm o coração dividido" entre o espírito e a carne. Ademais, mesmo deixando de parte no momento a sua autoridade, observa que coisa nos ensina a grande mestra que é a experiência. Os jovens casados, falo em geral, não me referindo às raras exceções, procuram colher o quanto podem as flores da idade; os casados maduros, consolidar os interesses materiais da família; os velhos não querem depor este hábito, e depois de terem gasto a vida a serviço das paixões e do mundo, têm agora pouca inclinação e vigor para zelar com muita eficácia pelos interesses da religião e da verdadeira caridade cristã. Repito que não tenho a intenção de não citar, nem portanto de não reconhecer, as raras exceções. Tal é o que nos ensina uma experiência diária, invariável.

Se tu, portanto, não fechas os olhos para não ver quanto nos continua ensinando esta mestra, deves reconhecer que, geralmente falando, são os celibatários que levam uma vida santa aqueles que se preocupam em formar e manter aqui e ali as boas associações, e em promover as boas obras, gastando nelas os seus estudos, tempo e dinheiro.

Isto é também um fato. E se quiseres fazer um pouco de filosofia sobre o "coração dividido" de que fala São Paulo, entenderás que a coisa não poderia ser diferente.

E agora não te parece que andarias verdadeiramente errado se quisesses permanecer nas tuas dúvidas? Mas, e a perseguição que moveria o mundo aos promotores da continência, não deve também ser computada no cálculo? Eu imaginaria que estas palavras te teriam saído da pena para o papel em um momento de distração. O que terias tu a temer do mundo? Alguns risos, censuras, desaprovações, piadas e nada mais. Ou ficarias com medo? Julgar-te-ia mal quem te supusesse dotado de uma alma tão pequena. E ademais, se não quiseres ter nenhuma contradição, ou perseguição, como quiseres chamá-la, cuida-te de não realizar jamais sequer uma sombra de bem, porque de outra forma, mesmo evitando todos os demais bens, não evitarias aquela perseguição, porque a quem quer que faça o bem o demônio procura.

Vamos portanto colocar um fim às dúvidas e às objeções. Ouve, em vez disso, como eu suponho que deva ser promovida a bela virtude nos nossos dias.

Em primeiro lugar os pregadores devem mostrá-la ao povo em seu valor e seu mérito, para que não permaneça virtude quase inculta e ignorada pela pia juventude de ambos os sexos. Diria-se que certos pregadores trocam a virtude pelo vício, observando para ela as palavras de São Paulo de que "nem se nomeie entre vós", que o Apóstolo havia, no entanto, reservado para o outro. Nunca, de fato, nunca uma palavra sobre a virgindade, sobre o celibato. Assim não costumavam fazer os primeiros pregadores da Igreja, e Santo Afonso de Ligório queria que cada missão se concluísse com um discurso às jovens sobre a virgindade. Examina, a este respeito, a "Selva de Matérias para Pregação".

Em segundo lugar deveria-se promover a comunhão frequente, ou melhor, a diária. Porque, além de se saber pela fé que ela é o "trigo dos eleitos, e o vinho do qual germinam as virgens", é demonstrado por uma constante experiência que os jovens de um e de outro sexo, quando se dão a frequentar muito a Santa Comunhão, encontram,-se, sem saber eles o porquê, alheios a toda a intenção de matrimônio. O meio mais eficaz para buscar na Santa Igreja virgens em grande número seria certamente promover na juventude a frequência à mesa eucarística.

A esta frequência vai infalivelmente unida uma marcada devoção a Maria Santíssima, que como rainha das virgens quer ordinariamente tais os melhores de seus devotos.

Em terceiro lugar deveria-se difundir aquelas obras que dão uma justa ideia da bela virtude, encorajam a praticá-la, e ensinam o modo de custodiá-la com cautela. Entre estas obras deveria ter lugar o discurso que Santo Afonso de Ligório coloca como exemplo no livro acima citado. Talvez ele parecerá um pouco rígido a alguns delicados, mas fará um melhor efeito. Nas obras de Santo Afonso não há nada que seja "digno de censura", conforme declaração oficial da Igreja. Não censuremos, pois, nem sequer esta. Obras deste teor deveriam ser impressas em edições bem econômicas que pudessem com facilidade ser dadas de presente.

Em quarto lugar deveriam ser promovidas as pias uniões dos filhos e filhas de S. Maria Imaculada já instituídas em vários lugares, nas quais não se inscrevem senão os jovens e as jovens que se propõem viver em virgindade, e têm uma regra muito apropriada para conseguir no século a perfeição cristã, e para ajudar no bem e na santificação do próximo.

Em quinto lugar seria coisa muito útil juntar três ou quatro pessoas de um e de outro sexo, separadamente, os quais se empenhassem em erigir estas pias uniões onde não existissem, de conservá-las onde existem, e de estendê-las a outros lugares, e, além disto, conseguir algum subsídio para a impressão e difusão das obras acima indicadas.

Finalmente, porque todo bem há de ser esperado de Deus, deveria animar-se as almas santas para que fizessem para este fim orações particulares, e pedissem particularmente à Santíssima Virgem que olhe benignamente e abençoe todas as tentativas que se fizerem para por em maior honra, e fazer que venha abraçada e conservada por parte de muitas almas a mais bela das virtudes, que uma santa chamou em êxtase de o Paraíso na Terra.

Confio que, dissipadas aquelas sombras de dificuldades que havia em tua mente, queiras fazer-te tu também promotor e como que apóstolo desta virtude.



*José Frassinetti foi Prior de Santa Sabina em Gênova; Irmão e Colaborador de Santa Paula Frassinetti na fundação do Instituto de Santa Dorotéia; e Sacerdote, segundo breve de Pio IX de 1863, "Spectatae Doctrinae et Virtutis".

Os dez mandamentos do casal

Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava em terapia conjugal, elaborou os Dez Mandamentos do Casal.


Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.

1. Nunca irritar-se ao mesmo tempo.


A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. D. Helder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura..."

2. Nunca gritar um com o outro.

A não ser que a casa esteja pegando fogo.

Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria (...) Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.

3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro.

Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro "vença", para que mais rapidamente ela termine.

Discussão no casamento é sinônimo de "guerra" ; uma luta inglória. "A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral"; dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Às vezes uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.

4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor.

A outra parte tem que entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.

5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado.

A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos.

Toda vez que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isto que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isto não ocorra nos momentos de discussão. Nestas horas o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deve ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta, e tudo de mau pode acontecer, em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas.

Nos tempos horríveis da "guerra fria", quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear,
como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: "a paz impõe-se somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade". Ora, se isto é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo, "primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros". E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: "se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz." Portanto, para haver vida no casamento, é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.

6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge.

Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.

7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo.

Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução.

Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem.

Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.

8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa.


Muitos têm reservas enormes de ternura, mas esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isto também com palavras. Especialmente para as mulheres, isto tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem estar. Muitos homens têm dificuldade neste ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância.

Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: "eu te amo", "você é muito importante para mim", "sem você eu não teria conseguido vencer este problema", "a tua presença é importante para mim"; "tuas palavras me ajudam a viver"... Diga isto ao outro com toda sinceridade toda vez que experimentar o auxílio edificante dele.

9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas.


Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta, consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isto é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento, e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!

10. Quando um não quer, dois não brigam.


É a sabedoria popular que ensina isto. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar esta iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será "não por lenha na fogueira", isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes será por um abraço carinhoso, ou por uma palavra amiga.

Todos nós temos a necessidade de um "bode expiatório" quando algo adverso nos ocorre. Quase que inconscientemente queremos, como se diz, "pegar alguém para Cristo", a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isto é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar. Quantas e quantas vezes acabam "pagando o pato" as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Às vezes são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras vezes é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si.

Temos que nos vigiar e policiar nestas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária, etc; mas, em casa, onde somos "familiares", o desrespeito acaba acontecendo. Exatamente onde estão os nossos entes mais queridos, no lar, é ali que, injustamente, descarregamos as paixões e o nervosismo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isto não aconteça. Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração. Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Estas, até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo.

É o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o "alimento" e o "oxigênio" mais importante para os filhos. Na Encíclica Redemptor Hominis, o Papa João Paulo II disse algo marcante:

"O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente". (RH,10)

Sem o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade, isto é, ser uma comunidade de pessoas.

O amor é mais forte do que a morte e é capaz de superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o Cântico dos Cânticos:

"...o amor é forte como a morte...
Suas centelhas são centelhas de fogo, uma chama divina.

As torrentes não poderiam extinguir o amor,nem os rios o poderiam submergir." (Ct 8,6-7)

Há alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles. Será verdade?

Seria mais coerente dizer que o "verdadeiro" amor não existiu entre eles. Não cresceu e não amadureceu; foi queimado pelo sol forte do egoísmo e sufocado pelo amor próprio de cada um. Não seria mais coerente dizer: "nós matamos o nosso amor?"

O poeta cristão Paul Claudel resumiu de maneira bela a grandeza da vida do casal:

"O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de tão grande que Ele o tornou sacramento."

Do livro: FAMÍLIA, SANTUÁRIO DA VIDA Prof. Felipe Aquino