28/03/2011

FLAVINHO MINISTÉRIO DE MÚSICA CANÇÃO NOVA

"Eu vim para que todos tenham vida, que todos tenham vida plenamente"


Para ter mais vida

Aos católicos que desejam levar a sério a vida espiritual e chegar à maturidade cristã (cf Ef. 4,13), sempre foi recomendada a prática da Confissão frequente.

Você sabe que a Confissão é um os sete Sacramentos - o Sacramento da Reconciliação ou da Penitência -, instituído por Jesus Cristo, quando, depois de ressuscitado, apareceu aos Apóstolos reunidos no Cenáculo e lhes disse: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes ão retiros (Jo 20, 21-23). É impressionante. Se Cristo não tivesse dado esse poder aos sacerdotes, nós não nos atreveríamos a pensar que isso fosse possível.

Mas Jesus não quis limitar-se só a facilitar por meio da confissão o perdão dos pecados. Fez muito mais.

Um canal de vida divina
Para entender isso, você tem que pensar que todos os Sacramentos são fontes de graça, canais por onde Cristo nos concede a vida divina, a graça do Espírito Santo que Ele ganhou para nós na Cruz: Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância (Jo 10,10). Ele é generoso, não dá a graça com medida (cf. Jo 7,38-39).

Por esquecerem essa realidade, muitos acham que só deveriam confessar-se quando tem a desgraça de cometer pecados mortais, para ficarem livres deles e poder comungar. Quando não têm consciência de pecado grave, dizem: «Por que confessar-se? Para que a confissão frequente, mensal, ou até semanal?».

Os que pensam assim ignoram que a Confissão não foi instituída por Cristo somente para perdoar os pecados, mas - como veremos a seguir - também para nos unir a Deus com mais amor, para nos fortalecer e para nos fazer amadurecer. Um texto antigo, citado no Catecismo da Igreja Católica (CIC), diz, de maneira muito bonita: «Toda a força da Penitência reside no fato de ela nos reconstituir na graça de Deus e de nos unir a Ele com a máxima amizade» (n. 1468).

Para compreendermos melhor isso, vamos considerar agora as duas circunstâncias em que os católicos bem formados costumam se confessar.
A) Recorrem quanto antes à confissão quando têm consciência de estarem em pecado mortal e, portanto, de terem perdido a graça de Deus.

B) Procuram frequentemente e com devoção (uma vez por mês, cada quinze dias, semanalmente), confessar-se dos pecados veniais, daquelas faltas que não nos privam da graça habitual.

A confissão dos pecados graves
«Aquele que quiser obter a reconciliação com Deus e com a Igreja - diz o Catecismo - deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que ainda não confessou e de que se lembra, depois de examinar cuidadosamente a sua consciência» (CIC, n. 1493).

Depois, acrescenta: «A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da absolvição, continua sendo o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja» (CIC, n. 1497). Esta doutrina faz parte da nossa fé católica.

Após lembrar isso, volto ao que dizíamos acima. Será que a confissão só «apaga» o pecado… e pronto? E resposta é: Não. Além de conferir o perdão dos pecados e restituir a graça santificante (o «estado de graça»), concede a graça sacramental .

Em que consiste essa graça sacramental? Fundamentalmente em duas coisas:
a) Em receber, junto com o perdão, um especial auxílio de Deus para fortalecer a alma na luta contra as tentações e evitar cair de novo nos mesmos pecados;

b) Mais ainda: Santo Tomás ensina que, depois de uma confissão bem feita o penitente pode sair do confessionário tendo na alma um grau mais elevado de graça, do que aquele que tinha antes de cair no pecado grave. Por isso, como é importante confessar-se com frequência!

Se você achar que não é bem assim, eu lhe direi que não compreendeu a parábola do filho pródigo. O rapaz abandona o pai, despreza-o, cai na gandaia, esbanja tudo, e acaba na miséria material e espiritual. Feito um farrapo humano, volta tremendo de medo para pedir perdão ao pai, e só espera que lhe permita ficar em casa como o último empregado.

E o pai, que faz? Radiante de alegria, adianta-se, vai ao encontro do filho que volta, lançou-se-lhe ao pescoço e o cobriu de beijos. A seguir, mandou colocar aquele filho ingrato no lugar de honra da casa: Trazei depressa a melhor veste, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado (Lc 15, 17-24).

Você percebe? Deus não se limita a dizer: «Eu te perdoo, vamos esquecer». Faz muito mais. O filho pecador recebe mais carinho, mais honra e mais bens do que nunca antes tinha tido. O amor de Deus sempre «exagera», e nós somos tão tolos que o desprezamos…, com essa pretensão de que «não preciso me confessar!».

A confissão dos pecados veniais
«Apesar de não ser estritamente necessária - diz o Catecismo -, a confissão das faltas cotidianas (pecados veniais) é vivamente recomendada pela Igreja». A seguir dá quatro razões: «A confissão regular de nossos pecados veniais nos ajuda a formar a consciência, a lutar contra as nossas más tendências, a deixar-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito (na santidade)» (CIC, n. 1458).

Medite sobre essas palavras. A pessoa que se confessa «regularmente», periodicamente, se recorrer a um confessor que dedique um pouco de tempo à orientação espiritual:

a) terá uma consciência cada vez melhor formada: saberá distinguir o que é certo e o que é errado, o que é grave e o que é leve, terá segurança nas suas decisões morais, etc.

b) além disso, como já vimos, será cada vez mais forte para lutar contra suas más inclinações (impaciências, irritações, preguiça, curiosidade sensual, vaidade, críticas, descontrole da gula, inveja, etc.). Muitos cristãos, por não procurarem essa ajuda da confissão frequente, ficam encalhados nas mesmas falhas e não são «curados»por Cristo.

c) finalmente, a pessoa que pratica a confissão frequente progride no caminho do amor de Deus e do próximo, renova-se constantemente, descobre novas maneiras de fazer o bem.

Elementos essenciais da Confissão

Na vida, tudo o que se faz bem feito é eficaz, traz um bem. Uma casa conseguirá ser bela, prática e aconchegante, se for construída com plantas e cálculos bem feitos, com bons materiais, com perfeito acabamento de todos os elementos que a compõem.

De maneira análoga, uma confissão será «boa» e dará «frutos de graça» - como víamos na reflexão anterior -, se forem bem cuidados e praticados todos os elementos que a compõem. Você sabe que os «elementos essenciais» do Sacramento da Penitência (cf. CIC n. 1448) são os «atos do penitente» e a «absolvição do sacerdote». Sem eles, não haveria Sacramento.

De nós dependem os atos do penitente. Como aprendemos (tomara!) no catecismo da primeira Comunhão são quatro: 1º o exame de consciência; 2º o arrependimento (que inclui o propósito), 3º a confissão ao sacerdote; 4º a penitência ou satisfação.

Bem sabe que não estamos aqui para ter aulas teóricas, nem de catecismo nem de teologia. Mas o pequeno catecismo clássico é um guia excelente para a vida espiritual. Vamos ver, então, recordando esse catecismo, algumas sugestões práticas sobre cada um dos atos do penitente.

O exame de consciência
O catecismo ensina que, para fazer uma boa Confissão, é necessário, antes de tudo, pedir luzes a Deus para conhecermos todos os nossos pecados. Para isso, sugiro:

1) Antes de se confessar (no próprio dia, o antes) dedique uns minutos a se examinar diante de Deus, procurando lembrar os seus pecados. Se acha que depois os vai esquecer, pode anotá-los. Pouco antes de se confessar, reveja a listinha que escreveu nessa santa «cola», para refrescar a memória. Depois, triture ou risque totalmente o papel.

2) Quando se trata de uma pessoa que leva muito tempo sem se confessar, a preparação deverá ser mais demorada, e é aconselhável que tenha antes uma conversa calma com o confessor, pedindo-lhe que o ajude a preparar-se.

3) Há impressos bem práticos para nos ajudar a fazer o exame, como os que trazem os livrinhos de «Orações do cristão» ou outros devocionários. Normalmente trazem o elenco dos possíveis pecados contra cada um dos Dez Mandamentos.

4) Às pessoas que se confessam com frequência, eu aconselharia a basear o exame, de preferência, sobre os sete Pecados Capitais (soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça), sem descurar os Mandamentos. Por quê? Porque as faltas cotidianas costumam ser pequenos «satélites» desses sete pecados.

Como um pequeno subsídio, vou enumerar os pecados capitais, colocando entre parênteses uns poucos exemplos de «satélites:

Soberba ou orgulho (vaidade, exibicionismo, falar de si e não ouvir os outros, preocupar-se demais com o que os outros pensam de nós…).

Avareza (não ajudar os necessitados, ser avarento do tempo, da ajuda, do que poderia emprestar e não quer…).

Luxúria ou sensualidade (olhares sensuais pela rua, na tv, etc.; flertar à toa no trabalho, para parecer simpático; ter maus pensamentos ou desejos não afastados com a devida rapidez…).

Ira (irritações, impaciências, respostas bruscas, reclamações ásperas, xingações, explosões…).

Gula (excessos no comer e no beber, exigir requintes impróprios, abusar do chocolate, etc., «manias» injustificadas nas comidas…).

Inveja (tristeza porque os outros são ou têm mais do que nós, mesmo que não lhes desejemos mal; maledicência oriunda da inveja; competitividade ansiosa…)

Preguiça (de levantar, de estudar, de rezar, de ir à Missa, de arrumar a cama, de colaborar nas coisas materiais do lar, de visitar parentes ou doentes que precisam, etc. etc….)

Algumas dessas faltas podem aumentar de «calibre» e constituir um pecado mortal. Para esclarecer a consciência, procure a orientação do confessor.

O arrependimento ou contrição
Uma definição clássica diz que é «a dor da alma e o repúdio do pecado cometido, com a resolução de esforçar-se para não mais pecar no futuro» (cf. CIC, n. 1451).

A Igreja ensina que há dois tipos de contrição:

1) A chamada «contrição perfeita», que é a dor que tem como motivo o amor a Deus. É or de amor por tê-lo ofendido, por ser Ele quem é, bondade suma, e ter dado a vida por nós. Essa contrição é a ideal e, quanto mais impregnada de amor estiver, mais graça divina vai atrair.

Tenha em conta que«perfeita» não significa «máxima», e, além disso, que não precisa «sentir» emocionalmente essa dor. Basta ter a «convicção» de que Deus é bom e nos ama, e nós o ofendemos ao pecar. Pode ajudá-lo olhar para um crucifixo, pensando em Jesus que morreu pelos nossos pecados.

2) A «contrição imperfeita» (ou «atrição») é, como lembra o pequeno catecismo, a dor e detestação dos pecados cometidos, por temor dos castigos de Deus nesta vida ou na outra; ou ainda porque nos incomoda demais andar com essas ofensas de Deus dentro da alma.

Essa contrição, unida à absolvição sacramental, é suficiente para fazer uma confissão válida (mesmo de todos os pecados mortais), mas é bom lembrar que o «fruto» do Sacramento aumenta na medida do amor. Por isso, Jesus disse da pecadora que chorava aos seus pés: Seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela muito amou (Lc 7, 47).

É claro que a autêntica contrição inclui o propósito de não pecar mais. O propósito deve ser sincero, ainda que não exclua o temor de voltar a fraquejar. Mas será sincero, mesmo havendo esse receio (que é diferente da má vontade), se concretizarmos alguns «meios»práticos para evitar os pecados confessados, como pedir mais ajuda a Deus e à Virgem, comungar com mais frequência, evitar determinadas ocasiões perigosas, lugares, pessoas ou conversas que nos possam levar a pecar, etc.

A confissão ao sacerdote
«A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da absolvição, continua sendo o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja [...]. Aquele que quiser obter a reconciliação… deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que ainda não confessou e de que se lembra depois de examinar cuidadosamente a sua consciência». Assim ensina o Catecismo da Igreja (CIC nn. 1493 e 1497).

«Todos os pecados graves»: não só cada um dos tipos de pecado grave que cometeu (caluniei, cometi adultério, caí em corrupção ativa, faltei à Missa dominical sem motivo importante…), mas também o número de cada um dos pecados, pelo menos o número aproximado (tantas vezes por mês, ou faltei à Missa durante tantos anos ou meses, ou aproximadamente dez vezes, etc.).

Além disso, a confissão «integral» exige que se comentem as circunstâncias que tornam a falta mais grave (p.e., ter assistido a um programa pornográfico estando presente um menor; ou ter ofendido gravemente a própria mãe, etc.).

Em se tratando de pecados veniais, não é preciso dizer o número, nem acusá-los todos (a lista poderia ser interminável e angustiante), mas sobretudo aqueles em que mais tropeçamos, que sabemos é mais necessário vencer, ou que prejudicam mais os que convivem ou trabalham conosco.

«Esvaziar o lixo da alma» traz-nos uma paz e uma força que nenhum psiquiatra nos poderia dar.

A penitência ou satisfação
Em toda confissão, o sacerdote deve impor-nos uma penitência, que costuma consistir em algumas orações, algum sacrifício ou obra de caridade, etc. O seu significado é de «reparação» pelos pecados cometidos. É claro que as almas generosas costumam acrescentar livremente, por conta própria, outras orações e sacrifícios, com desejos sinceros de amar a Deus, reparando o mal cometido. É bom proceder assim, ainda que não seja obrigatório.

Convém cumprir a penitência quanto antes. Faz parte do Sacramento (dos «atos do penitente») e tem o valor do Sacramento: o fato de rezarmos uma Ave-Maria imposta pelo confessor como penitência é um ato «sacramental» e, por isso, tem mais valor que qualquer Ave-Maria ou dezenas de Ave-Marias que nós rezemos por iniciativa pessoal com fins de penitência. Vale a pena fazer a penitência - normalmente bem fácil de cumprir - com o maior esmero e fervor possível.


A paz de Cristo

Ao despedir-se dos Apóstolos na Última Ceia, Jesus lhes disse estas belas palavras, que se recordam em todas as Missas: A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração nem se atemorize! (Jo 14,27).

Jesus nasceu trazendo paz - paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2,14) - e despediu-se dando paz. Vai em paz!, diz também à mulher pecadora, depois de lhe perdoar os seus muitos pecados (Lc 7,50). É evidente que Ele quer que a Confissão seja uma fonte inesgotável de paz para as almas. Portanto, não quer que nos angustiemos com dúvidas e confusões, quase sempre causadas por mal-entendidos (na realidade, por falta de doutrina).

A reflexão de hoje vai versar sobre alguns desses mal-entendidos. Vamos ver um elenco das dúvidas mais comuns. Espero que o esclarecimentos o ajudem, e lhe proporcionem idéias para ajudar a outras pessoas.

1) Pecados duvidosos
Não é raro ter dúvidas de dois tipos:
a) «Será que este pecado é grave, ou é só leve?»
b) «Será que cometi um pecado grave ou foi só uma tentação?»

Nada como a doutrina para formar a consciência e esclarecer essas questões. Lembre-se sempre de que a Igreja ensina que, para que exista pecado grave, devem dar-se, simultaneamente, três condições: «matéria grave», «plena consciência do que se faz» e «consentimento deliberado» (CIC n. 1857).

«Matéria grave». Uma pessoa formada sabe que é grave fazer a alguém uma ofensa séria, divulgar faltas graves do próximo que outros não conhecem, dizer mentiras que causem danos a outros, ter condutas injustas (não pagar o que é devido, trapacear nos negócios, eliminar o justo ganhador de um concurso ou concorrência por motivos escusos, praticar sexo fora do casamento, abortar, etc, etc.). Em caso de dúvida, deve consultar-se um bom confessor.

«Consciência plena do que se faz». Não pode ser grave um pensamento, sentimento ou gesto maus que ocorreram durante o sono ou num estado de semi-inconsciência. Também não costuma ser grave uma reação súbita de ira perante ume estímulo inesperado (o fato de não ser grave não significa que seja coisa boa, mas quer dizer que não faz perder o estado de graça e, portanto, não impede de comungar).

«Consentimento pleno ou deliberado». É bom recordar que uma coisa é sentir e outra consentir. A tentação pode-se sentir, até com violência (por exemplo, sentir com força - sem o querer nem o procurar - o desejo de agredir uma pessoa; ou um pensamento, fantasia ou desejo contrário à castidade). Mas, mesmo que a tentação seja insistente (que volte uma e outra vez, pegajosa como uma mutuca), não haverá pecado, pelo menos pecado grave, enquanto não for aceita, enquanto não se «quiser» deliberadamente («quero mesmo fazer isso», «esse desejo sexual, se eu pudesse, levaria à prática»). Alguém dizia, de modo expressivo: «Primeiro você sentiu a tentação e, sem reparar, deteve-se um pouco nela, mas logo se acendeu na consciência o sinal vermelho: “Isto está errado, isto ofende a Deus”. Se, ao perceber o aviso da consciência, você repudia a tentação, reza e luta firmemente por afastá-la, esteja certo de que não pecou gravemente».

Ainda sobre os pecados duvidosos, lembro-lhe que a Igreja ensina que não há obrigação de confessá-los, embora quase sempre seja bom mencioná-los na confissão para obter critério, mas «o certo deve ser confessado como certo e o duvidoso como duvidoso». Caso sofra do tormento da dúvida doentia, ou seja, do escrúpulo, peça ajuda a Deus e siga fielmente as orientações do confessor. Quando for o caso - pois os escrúpulos angustiantes podem ser um doença - consulte o médico.

2) Confissões duvidosas
Há certas confissões que não são duvidosas, porque são certamente más. Lembre a esse respeito o que sempre nos ensinou o catecismo: A confissão é mal feita quando nela se oculta um pecado mortal ou não se tem arrependimento dos pecados. Quem, por vergonha ou medo, tivesse ocultado um pecado grave, ou mentido em matéria grave, não alcançaria o perdão de nenhum pecado e cometeria um sacrilégio. Por isso, deve repetir a confissão mal feita e todas as outras que tiver feito depois.

Uma coisa completamente diferente é o caso da pessoa que de repente se lembra de um pecado antigo, grave, e tem quase certeza de que nunca o confessou. A solução é simplicíssima: basta explicar o que aconteceu e acusar esse pecado na próxima confissão que fizer. O mesmo procedimento deve-se seguir quando a pessoa, depois de se confessar com contrição, repara que esqueceu involuntariamente de mencionar um pecado grave. A confissão fica sendo boa e válida. Só tem o dever de confessar o pecado esquecido na próxima confissão.

3) Sobre a penitência
Não é raro que aconteça alguma dessas três coisas:
A) Esquecer-se da penitência que o confessor impôs. Pode-se seguir uma das seguintes soluções: se puder, pergunte posteriormente ao confessor; se não puder falar com ele, reze uma penitência parecida com a que o confessor lhe costume dar em confissões análogas; ou então, fale disso com o padre com que fizer uma nova confissão; ele dará, normalmente, uma penitência pela confissão passada e outra pela atual.

B) Outro caso. Aconteceu que o confessor, com a maior boa vontade, deu-lhe uma penitência que,
honestamente, você não pode cumprir sem graves inconvenientes. Então você tem duas soluções: uma é pedir a esse mesmo confessor o favor de trocá-la por outra que seja viável; a outra é pedir isso a um outro confessor: qualquer confessor tem a faculdade de fazer essa troca.

C) Não cumpriu ainda a penitência recebida na última confissão quando vai à Missa; na hora, acha que sem ter cumprido a penitência não pode comungar. Não é assim. Para a confissão ser válida (e estarmos em condições de comungar), basta ter o propósito sincero de cumprir a penitência recebida logo que possível, ou logo que nos lembrarmos. Não tendo havido omissão por má vontade, comungue com paz e cumpra depois a penitência.

Posso comungar e confessar-me depois?
Se, infelizmente, tiver algum pecado mortal, não pode. A Igreja ensina isso claramente, e até em tempos antigos excomungava o padre que dissesse que fazer isso estava certo. O Catecismo da Igreja Católica recorda-o claramente: «Aquele que tem consciência de ter cometido um pecado mortal não deve receber a Sagrada Comunhão, mesmo que esteja profundamente contrito, sem receber previamente a absolvição sacramental, a menos que tenha um motivo grave para comungar e lhe seja impossível chegar ao confessor» (n. 1457).

Este último caso se daria, por exemplo, se uma pessoa acidentada, vítima de um mal súbito, etc., estivesse em perigo de morte e não se achasse sacerdote que pudesse atendê-la; só está disponível um ministro leigo: este pode dar-lhe a comunhão, após ajudar a pessoa a fazer um ato de contrição. Outro exemplo seria o caso daquele pai ou mãe que, tendo-se preparado para acompanhar a Primeira Comunhão de um filho, no próprio dia da celebração, ou poucos dias antes, teve a desgraça de pecar mortalmente, e não conseguiu um padre que o confessasse antes dessa Missa especial. Também poderia comungar.

Basta a «confissão comunitária»?
Neste tema, em que já houve e ainda há enorme confusão, nada melhor que ater-se fielmente à doutrina da Igreja Católica.

Há dois casos diferentes:
A) A «celebração comunitária» da penitência. Dentro da igreja ou capela, os fiéis ouvem a palavra de Deus , rezam e se preparam para confessar-se e agradecem em conjunto, mas, num dado momento, cada um, individualmente, vai confessar-se com algum dos padres presentes e recebe dele a absolvição (nestes casos, costumam reunir-se vários sacerdotes): cf. CIC, n. 1482. É uma celebração lícita e louvável.

B) «Absolvição geral sem confissão individual». Só é lícita em caso de «necessidade grave». O Catecismo (n. 1483) cita o «perigo iminente de morte» (p.e., um avião em perigo, um naufrágio, um terremoto, um incêndio), ou situações extremas, como pode ser - caso isso aconteça - a de uma comunidade de fiéis que moram isolados na floresta amazônica, e só recebem, de passagem, a visita breve de um padre uma vez por ano, sem tempo de se confessarem com ele.

Mas «um grande concurso de fiéis - afirma o Catecismo - por ocasião das grandes festas ou de peregrinação não constitui caso de tal necessidade grave»

Nestes casos, porém, a absolvição só será válida se os fiéis, além de estarem contritos, têm o propósito firme de se acusar individualmente dos seus pecados graves e de receber pessoalmente a absolvição na primeira oportunidade que se lhes apresentar..

(fonte:http://www.padrefaus.org/?p=883)


21/03/2011

A BENÇÃO DE DEUS


Há um Salmo na Bíblia que nos dá um dos mais preciosos ensinamentos para a nossa vida:

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem.Se o Senhor não guardar a cidade, debalde vigiam as sentinelas” (Sl 126,1).

Não é por acaso que o título desse salmo é “A fonte de todo bem”, isto é, a bênção de Deus.
Muitas vezes, nosso trabalho não produz o que esperamos e nossas obras não dão o fruto que planejamos, porque confiamos apenas em nós mesmos e nos esquecemos de pedir a Bênção Daquele que é o Senhor de tudo e de todos, e que “tem o mundo em Suas mãos”. Tantas vezes Deus permite que nossos projetos fracassem para que aprendamos que sem a Sua Bênção nada podemos fazer.

É próprio daquele que é humilde pedir a Bênção de Deus para sua vida e atividades. Da mesma forma, é próprio daquele que é orgulhoso e auto-suficiente contar apenas consigo mesmo e esquecer-se da graça de Deus. Muitos, após inúmeros sofrimentos e insucessos, acabam, pela própria graça de Deus, encontrando a face do Senhor entre os acontecimentos da vida. Outros, lamentavelmente, persistem em não querer ver a Face daquele que tudo criou. Diz um autor anônimo que “Deus não fala, mas que tudo fala de Deus”. Basta olharmos a natureza e ouviremos Sua voz. “São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando suas obras” (Sb 13,1).

Ser humilde é reconhecer que “toda dádiva boa e todo dom perfeito vem de cima: desce do Pai das luzes” (Tg 1,17a) e que, portanto, não temos motivo algum para orgulho, vaidade e auto-suficiência. Da mesma forma, ser humilde é não se desesperar com a própria fraqueza, miséria ou impotência, uma vez que se reconhece que toda a força vem da Bênção de Deus. O livro dos Provérbios ensina que “De resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (2 Pe 5,5; Pr 3,34). Ele não ouve a oração do soberbo e, conseqüentemente, não lhe dá a Sua Bênção. Por outro lado, Deus ama aquele que reconhece a própria fraqueza, e lhe dá a Sua graça.

Somente quando reconhecemos nossa pequenez é que podemos experimentar em nós o poder de Deus. Foi o que o Senhor disse a São Paulo: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (2 Cor 12,9). Foi essa grande verdade, fruto da humildade, que levou o apóstolo a exclamar: “Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo” (II Cor 12,9b);
Vivemos grande parte da vida preocupados com nossas responsabilidades como pais, como profissionais, etc. Quando nos sentimos abalados e amedrontados com nossas tarefas diárias, não será porque contamos apenas com nós mesmos, esquecendo-nos da Bênção de Deus? Nossos fardos são por demais pesados para que os carreguemos sozinhos. É preciso deixar que Deus os carregue para nós. De que forma? Confiando-Lhe nossas obras, entregando-Lhe nossas preocupações, confessando-Lhe nossa fraqueza e pedindo-Lhe Sua Bênção para tudo o que fizermos. Além disso, a melhor maneira de sermos copiosamente abençoados por Deus é fazendo a Sua santa vontade, realizando todas as coisas para Ele e por amor a Ele. É exatamente o que São Paulo ensinou quando disse: “Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor” (Cl 3,23-24). O mesmo Salmo 126 ensina que:

Inútil levantar-vos antes da aurora, e retrasar até alta noite vosso descanso, para comer o pão de um duro trabalho, pois Deus o dá aos seus amados até durante o sono” (Sl 126,2).

Quando estivermos cansados e oprimidos pelo peso das nossas atividades, é o momento de pararmos e perguntarmos a nós mesmos se não nos está faltando a Bênção de Deus. Se a resposta for sim, devemos olhar para o céu e dizer ao Senhor, do fundo do coração: “Daí-me a Vossa Bênção! Não me oculteis a Vossa face, para que eu não pereça.”
“Apressai-vos em me atender, Senhor, pois estou a ponto de desfalecer” (Sl 142,7a).



Prof. Felipe Aquino

16/03/2011

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA


As pessoas mais produtivas são aquelas que se organizam
O Papa João Paulo II disse – na Carta às Famílias, escrita em 1994 –, que “o ato de educar o filho é o prolongamento do ato de gerar”. O ser humano só pode atingir a sua plenitude, segundo a vontade de Deus, se for educado; e essa missão é, sobretudo, dos pais. É um direito e uma obrigação deles ao mesmo tempo. É pela educação que a criança aprende a disciplina, por isso os genitores não podem se descuidar dela, deixando-a abandonada a si mesma. Se isso ocorrer, essa criança será como um terreno baldio onde só nasce mato, sujeira, lixo e bichos venenosos. Sem disciplina não se consegue fazer nada de bom nesta vida.
Muitas pessoas não conseguem vencer os problemas e vícios pessoais porque não são disciplinadas. Muitas não conseguem ser perseverantes em seus bons propósitos porque lhes falta essa virtude [disciplina]. Para vencer um vício ou para dominar um mau hábito é preciso disciplina. É por ela que aprendemos a nos dominar. Vale mais um homem que se domina do que o que conquista uma cidade, diz a Bíblia.
A disciplina depende evidentemente da força de vontade; e esta é fortalecida pela graça de Deus. São Paulo diz que é Deus “ que opera em nós o querer e o fazer” (cf. Fil 2,13). As grandes organizações, fortes e duradouras, como, por exemplo, a Igreja, apoiam-se em uma rígida disciplina. É isso que lhes dá condições de superar os modismos e as ameaças de enfraquecimento. Também as grandes empresas fazem o mesmo.
Em primeiro lugar, é preciso organizar a sua vida. Defina e marque, com clareza, todas as suas atividades; sejam elas profissionais, religiosas ou de lazer. Deve haver um tempo definido para cada coisa; o improviso é a grande causa da perda de tempo e de insucesso. As pessoas mais produtivas são aquelas que se organizam. Essas fazem muitas coisas em pouco tempo. Não deixam para depois o que deve ser feito agora.
Não adianta você ter muitos livros se eles não estiverem arrumados por assunto, assim você não vai encontrar um livro que desejar. Não adianta você ter muitos artigos guardados se eles não estiverem classificados e indexados. No meio da bagunça não se pode achar nada, e perde-se muito tempo. Então, aprenda a arquivar tudo com capricho. O povo diz que um homem prevenido vale por dois. Então, seja prudente, cauteloso, previdente. Se você sabe que a sua memória falha, então carregue com você uma caneta e papel, e anote tudo o que deve fazer durante do seu dia, ou sua ida à cidade.
Muitos fracassam em seus projetos porque não sabem fazer um bom planejamento, com critérios, organização e método, porque não são disciplinados. A pressa atropela o planejamento, por falta de disciplina; é um perigo. Sem disciplina não se consegue fazer um bom planejamento. Muitas obras são construídas repletas de defeitos, e custam mais, porque faltou planejamento, disciplina e ordem. Lembre-se: é muito mais fácil, rápido e barato, fazer uma obra planejada, do que fazer tudo às pressas e depois ter que ficar remendando os erros cometidos.
Foi muito feliz quem escreveu em nossa bandeira: “Ordem e Progresso”. Disciplina significa você fazer tudo com ordem, critério, método e organização. Então, disciplina é uma virtude que se adquire desde a infância, em casa com os pais, na escola, na Igreja, no trabalho…
Sem disciplina gastamos muito mais tempo para fazer as coisas e pode-se ficar frustrado de ver o tempo passar sem acabar o que se pretendia fazer. Por isso, é preciso aprender a organizar a vida, o armário e a casa, arrumar a mesa de trabalho, a agenda de compromissos, etc. A disciplina se adquire com o hábito. Habitue-se a fazer tudo com planejamento, ordem, capricho, etapa por etapa, sem atropelos. Deus nos dá o tempo certo e suficiente para fazer o que precisamos fazer.
São Paulo disse aos coríntios que “os atletas se impõem todo tipo de disciplina. Eles assim procedem, para conseguir uma coroa corruptível. Nós o fazemos por um coroa incorruptível”(1Cor 9,25).
Nenhum atleta vence uma competição sem muita disciplina, treinos, regimes, horários rígidos, etc. Ora, na vida espiritual, pela qual desejamos ganhar a “coroa incorruptível”, a disciplina é mais necessária ainda. Ninguém cresce na vida espiritual sem disciplina: horário para rezar, meditar, trabalhar, etc. Estabeleça para você uma rotina de exercícios espirituais diários, e cumpra isto rigorosamente.
Assim Deus vai lentamente ocupando o centro de sua vida, como deve ser com cada cristão. Sem isto você será um cristão inconstante e tíbio.
É preciso insistir e persistir no objetivo definido. Não recue e não abandone aquilo que decidiu fazer. Para isto, pense bem e planeje bem o que vai fazer; não faça nada de maneira afoita, atropelada, movido pelo sentimentalismo ou apenas pela emoção. Não. Só comece uma atividade, física ou espiritual, se tiver antes pensado bem e estiver convencido de que precisa e quer de fato realizá-la. Peça a graça de Deus antes de iniciar a atividade; e prometa a você mesmo não recuar e não desanimar. Cada vez que você começa uma atividade de maneira intempestiva, e logo desiste dela, enfraquece a sua vontade e deixa a indisciplina ganhar espaço em sua vida.
Sem disciplina não se pode chegar à santidade. São Paulo chegou a dizer: “Castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros” (I Cor 9,27)

12/03/2011

O PECADO TRAZ A MORTE


“Sendo seus colaboradores, exortamo-vos a não receberdes em vão a graça de Deus” (2Cor 6,1). A graça de Deus é o Seu auxílio a nossa alma. O que nossa alma seria incapaz de fazer sozinha, a graça faz. Ela potencializa a nossa natureza dando a capacidade de fazer o sobrenatural.


A graça de Deus vem em socorro de nossas fraquezas. Não podemos receber a graça de Deus no vazio, deixar-se perder. Na vida espiritual o Senhor dá a graça a todos, mas nem todos a aproveitam e cooperam com ela. Se você colocar a semente numa terra fofa, e cuidar dela, vai dar um pé maravilhoso, mas Deus não irá capinar aquela horta, Deus fará o que você não pode fazer, que é fazer germinar, mas se você guardar a semente e não colocá-la na terra, Ele não poderá fazê-la crescer. Deus não ajuda o preguiçoso, não ajuda aquele que não quer trabalhar, pois Ele sabe que não estamos nos valorizando.

Não podemos deixar a graça passar em vão, pois pode ser que não tenhamos outra chance. “Quem deixa para fazer depois o que precisa fazer hoje, é porque não quer fazer nunca”. Não deixe para depois, não deixe a graça de Deus em vão.

Nós não podemos carregar o pecado na alma, sabendo que estamos em pecado. A conversão é algo para a vida inteira, teremos que trabalhar nossa conversão até o dia de nossa morte, pois Deus nos quer santos, Ele não quer menos do que isso de nós, pois Ele nos fez para a santidade. O pecado destruiu nossa santidade original, mas Deus nos quer santos, temos que entender isso com muita naturalidade, Deus nos criou para sermos santos.

‘Deus se alegra quando lutamos contra o pecado’
“Procurai a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12,14). Sem a santidade ninguém pode ver a Deus, esse ver a Deus é viver na comunhão com o Senhor. Ninguém pode entrar na comunhão com Ele sem ser santo. A maioria de nós seremos santos depois de passarmos para o purgatório. Deus, na sua bondade, na sua misericórdia, dá uma chance para que sejamos purificados na eternidade. A alma no purgatório é como se estivesse numa cadeia, ela não consegue fazer nada para sua santificação, então quem faz é a Igreja na Santa Missa.

Nós temos essa vida inteira para buscar nossa santificação, nossa conversão, nossa salvação, e a Igreja nos oferece os meios para isso. A Igreja existe para que cheguemos à santidade. Tem pecado que é não é fácil de deixarmos, na verdade vamos deixando o pecado na luta (cai, confessa e levanta), e o pecado vai enfraquecendo e Deus vai vencendo.

Duas coisas não podem acontecer na nossa vida espiritual: o desespero e o desânimo. Não podemos nos desesperar nem desanimar de lutar contra o pecado. O Catecismo da Igreja Católica chama o sacramento da confissão de sacramento de cura, cura de depressão, autopiedade, … A Palavra de Deus é intransigente com o pecado, a Palavra de Deus nos exorta, se for preciso vamos até o sangue na luta contra o pecado.

Outro auxilio é a Eucaristia, “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”(Jo 6,56). Precisamos desse remédio todos os dias na luta contra o pecado, se não podemos ir à Missa todos os dias, pelo menos uma vez por semana precisamos ir.Não vamos desanimar nunca, Deus se alegra quando lutamos contra o pecado

A importância do jejum


Essa prática deve ser acompanhada de mudança de vida

A Igreja chama o jejum, a esmola e a oração de “remédios contra o pecado”; pois cada uma dessas atividades, a seu modo, nos ajudam a vencer o maior mal deste mundo, o pecado. A oração nos fortalece em Deus; a esmola (obras de caridade) “cobre uma multidão de pecados”; e o jejum fortalece o nosso espírito contra as tentações da carne e do espírito e nos liberta e abre para os valores superiores da alma.

“Ordenai um jejum” (cf. Jl. 1, 14). São as palavras que ouvimos na primeira leitura da Quarta-feira de Cinzas, quando começa a Quaresma. O jejum no tempo quaresmal é também a expressão da nossa solidariedade com Cristo, preso, torturado, flagelado, coroado de espinhos, condenado à morte, crucificado e morto.

Ao jejuar devemos concentrar-nos não só na prática da abstenção do alimento ou das bebidas, mas no significado mais profundo desta prática. O alimento e as bebidas são indispensáveis para o homem viver, disso se serve e deve servir-se, mas não lhe é lícito abusar, seja da forma que for. O jejum tem como finalidade nos levar a um equilíbrio necessário e ao desprendimento daquilo que podemos chamar de “atitude consumística”, característica da nossa civilização.

O homem orientado para os bens materiais, muitas vezes, abusa deles. Hoje, busca-se, acima de tudo, a satisfação dos sentidos, a excitação que disso deriva, o prazer momentâneo e a multiplicidade cada vez maior de sensações. E isso acaba gerando um vazio no coração do homem moderno; pois sem Deus ele não pode se satisfazer. O barulho do mundo e o prazer das criaturas não conseguem preencher o seu coração.

A criança hoje (e também muitos adultos) vive de sensações, procura sensações sempre novas… E torna-se assim, sem se dar conta, escrava desta paixão atual; a vontade fica presa ao hábito, a que não sabe se opor.

O jejum nos ajuda a aprender a renunciar a alguma coisa. Ele nos faz capazes de dizer “não” a nós mesmos, e nos abre aos valores mais nobres de nossa alma: a espiritualidade, a reflexão, a vontade consciente. Essa prática nos coloca de pé e de cabeça para cima. Há muitos que caminham de cabeça para baixo; isso acontece quando o corpo comanda o espírito e o esmaga. É o prazer do corpo que o comanda e não a vontade do espírito.

É preciso entender que a renúncia às sensações, aos estímulos, aos prazeres e ainda ao alimento ou às bebidas, não é um fim em si mesmo, mas apenas um “meio” que deve apenas preparar o caminho para conquistas mais profundas. A renúncia do alimento deve servir para criar em nós condições para podermos viver os valores superiores. Por isso o jejum não pode ser algo triste, enfadonho, mas uma atividade feliz que nos liberta.

Os Padres da Igreja davam grande valor ao jejum. Diz, por exemplo, São Pedro Crisólogo (†451): “O jejum é paz do corpo, força dos espíritos e vigor das almas” e ainda: “O jejum é o leme da vida humana e governa todo o navio do nosso corpo” (Sermão VII: sobre o jejum, 3.1).

Santo Ambrósio (†397) diz: “A tua carne está-te sujeita (…): Não sigas as solicitações ilícitas, mas refreia-as algum tanto, mesmo no que diz respeito às coisas lícitas. De fato, quem não se abstém de nenhuma das coisas lícitas, está também perto das ilícitas» (Sermão sobre a utilidade do jejum, III. V. VII). Até escritores que não pertencem ao Cristianismo declaram a mesma verdade. Esta é de alcance universal. Faz parte da sabedoria universal da vida.

O Mahatma Gandhi dizia:

“O jejum é a oração mais dolorosa e também a mais sincera”. “Cada jejum é a oração intensa, purificação do pensamento, impulso da alma para a vida divina, a fim de nela se perder”. “O jejum é para a alma o que os olhos são para o corpo”. (Toschi, Tomas – Gandhi mensagem para hoje, Editora mundo 3, pag. 97, SP, 1977).

O jejum confere à oração maior eficácia. Por ele o homem descobre, de fato, que é mais “senhor de si mesmo” e que se tornou interiormente livre. E se dá conta de que a conversão e o encontro com Deus, por meio da oração, frutificam nele.

Assim, essa atividade não é algo que sobrou de uma prática religiosa dos séculos passados, mas é também indispensável ao homem de hoje, aos cristãos do nosso tempo.

A Bíblia recomenda muito o jejum, tanto o Antigo como o Novo Testamento; Jesus o realizou por quarenta dias no deserto antes de enfrentar o demônio e começar a vida pública; e muito o recomendou. “Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum” (Mt 17,20).

“Boa coisa é a oração acompanhada de jejum, e a esmola é preferível aos tesouros de ouro escondidos” (Tb 12,8).

O nosso jejum deve ser acompanhado de mudança de vida, de conversão, de arrependimento dos pecados e volta para Deus. O profeta Isaías chamava a atenção do povo para isso:

“De que serve jejuar, se com isso não vos importais? E mortificar-nos, se nisso não prestais atenção? É que no dia de vosso jejum, só cuidais de vossos negócios, e oprimis todos os vossos operários”. Passais vosso jejum em disputas e altercações, ferindo com o punho o pobre. Não é jejuando assim que fareis chegar lá em cima vossa voz. O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor? Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? – diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo” (Is 58,3-6).

Cada um de nós tem a própria individualidade; por isso, cada um deve realizar a forma de jejum que mais lhe seja adequada. Este livro prático do monsenhor Jonas Abib, sobre o jejum, ajudará você a buscar a forma correta de viver esta prática espiritual tão importante.

Prof. Felipe Aquino

07/03/2011

OS LUGARES MAIS CATÓLICOS DO MUNDO


A título de curiosidade, divulgamos notícia de O Estado de São Paulo, de 10 de junho de 1999, sobre os lugares mais católicos do mundo:A República de San Marino e o arquipélago francês de São Pierre e Michelon são os locais "mais católicos do mundo" e superam em porcentagem a Itália, Brasil e México. Os dados, que aparecem na nova edição do Anuário Estatístico do Vaticano, foram divulgados ontem. Conforme o documento, 99,83% dos 26 mil habitantes de San Marino foram batizados e 99,36% dos 6 mil residentes do arquipélago francês, uma série de ilhas localizadas perto da Província canadense de Terra Nova, são fiéis da Igreja Católica. Outro arquipélago francês, Wallis e Futuna, perto de Samoa aparece em 3º lugar com 99,02% de católicos batizados, entre 150 mil habitantes.

Acrescentamos outras informações que possuímos: aproximadamente 925 milhões de pessoas são católicas, de modo que um em cada seis habitantes do planeta professam o Catolicismo. Trata-se, pois, da maior religião, seguida logo atrás pelo islamismo, com mais de 800 milhões de seguidores. No entanto, é de se considerar que os muçulmanos estão dividios em vários grupos, não formando uma unidade. Como tal, em se tratando de Cristianismo, poder-se-ia também acrescentar os mais de 250 milhões de ortodoxos e mais de 500 milhões de protestantes.

Mas voltando ao Catolicismo, e mais especificamente na Europa, sem contar os países minúsculos, tem-se a Irlanda como a nação de maior frequência a Missa (21% dos fiéis asssistem a Missa todo Domingo). Por sua vez, a Espanha é o país que mais envia missionários pelo mundo.A propósito, na aurora do Jubileu do Ano 2000, ainda faltam bilhões de pessoas conhecerem o Verdadeiro Deus e Sua Igreja. Há mais para se trabalhar do que para comemorar !



O QUE SÃO SEITAS PROTESTANTES?


O protestantismo negando tanto a Tradição quanto o Magistério sofre desde os seus primórdios uma desintegração doutrinária assombrosa. Onde Cristo fundou a Igreja Católica sobre a Rocha, Lutero e Cia fundaram a igreja Evangélica sobre a areia movediça da sola scriptura e do livre exame. E logo nas primeiras ventanias, pôs-se a casa dos reformadores a desabar fragorosamente: tábuas lançadas aqui e ali, telha lá e acolá, junturas e cacos em todas as direções.


Vejamos como no princípio deste século, o Reverendíssimo Pe. Leonel Franca já chamava a atenção para este fato, descrevendo lucidamente o processo de desagregação doutrinária do protestantismo, baseado no método da sola scriptura e do livre exame: "Na nova seita (protestantismo) não há autoridade, não há unidade, não há magistério de fé. Cada sectário recebe um livro que o livreiro lhe diz ser inspirado e ele devotamente o crê sem o poder demonstrar; lê-o, entende-o como pode, enuncia um símbolo, formula uma moral e a toda esta mais ou menos indigesta elaboração individual chama cristianismo evangélico. O vizinho repete na mesma ordem as mesmas operações e chega a conclusões dogmáticas e morais diametralmente opostas. Não importa; são irmãos, são protestantes evangélicos, são cristãos, partiram ambos da Bíblia, ambos forjaram com o mesmo esforço o seu cristianismo" ( In I.R.C. Pg. 212 , 7ª ed.).

Vejamos alguns exemplos práticos: um fiel evangélico quer mudar de seita? Precisa-se rebatizar? Umas igrejas dizem sim, outras não. Umas admitem o batismo de crianças, outras só de adultos, umas admitem a aspersão, infusão e imersão. Aquela outra só imersão, e mesmo há grupelho que só admite batismo em água corrente e sem cloro! Aqui e ali as fórmulas de batismo são tão variadas como as cores do arco-íris. Quer o sincero evangélico participar da Santa Ceia? Há seitas que consideram o pão apenas pão (pentecostais) outras que o pão é realmente o corpo de Cristo (Luteranos, Episcopais e outros). Uns a praticam com pão ázimo, outras com pão comum, aqui com vinho, lá com vinho e água, acolá com suco de uva. A Santa Ceia pode ser praticada diariamente, mensalmente, trimestralmente, semestralmente, anualmente ou não ser praticada nunca. Trata-se de ministérios ordenados? Esta seita constitui Bispos, presbíteros e diáconos. Àquela só presbíteros e pastores, alí pastores e anciãos, lá Bispos e anciãos, acolá presbíteros e diáconos, outras não admitem ministro nenhum. Umas igrejas ordenam mulheres, outras não. E por aí, atiram os evangélicos em todas as solfas quando o assunto é ministério ordenado.

Após a morte, o que espera o cristão? Pode um crente questionar seu pastor sobre isto? E as respostas colhidas entre as denominações seria tão rica e variada quanto a fauna e a flora. Há Pastor que prega que todos estarão inconscientes até a vinda de Cristo quando serão julgados; outros pregam o "arrebatamento" sem julgamento; outros, uma vida bem-aventurada aqui mesmo na terra; aqueles lá doutrinam que após a morte já vem o céu e o inferno; no outro quarteirão, se ensina que o inferno é temporário; opinam alguns que ele não existe; e tantas são as doutrinas sobre os novíssimos quanto os pastores que as pregam. Está cansado o fiel da esposa da sua juventude? Não tem importância, sempre encontrará uma seita a lhe abrir risonhamente as portas para um novo matrimônio. E de vez em quando não aparece um maluco aqui e ali aprovando a poligamia?

Lutero mesmo admitiu tal possibilidade: "Confesso, que não posso proibir tenha alguém muitas esposas; não repugna às Escrituras; não quisera porém ser o primeiro a introduzir este exemplo entre cristãos" ( Luthers M.., Briefe, Sendschreiben (...) De Wette, Berlin, 1825-1828, II. 259 ). Não há uma pesquisa nos Estados Unidos que demonstra que entre os critérios para um evangélico escolher sua nova igreja está o tamanho do estacionamento? Eis o que é hoje o protestantismo.

Vejamos neste passo a afirmação de Krogh Tonning famoso teólogo protestante norueguês, convertido ao catolicismo, que no século passado já afirmava: "Quem trará à nossa presença uma comunidade protestante que está de acordo sobre um corpo de doutrina bem determinado ? Portanto uma confusão (é a regra ) mesmo dentre as matérias mais essenciais" ( Le protest. Contemp., Ruine constitutionalle, p. 43 In I.R.C., Franca, L., pg 255. 7ª ed, 1953)

Mas o próprio Lutero que saiu-se no mundo com esta novidade da sola scriptura viveu o suficiente para testemunhar e confessar os malefícios que estas doutrinas iriam causar pelos séculos afora: "Este não quer o batismo, aquele nega os sacramentos; há quem admita outro mundo entre este e o juízo final, quem ensina que Cristo não é Deus; uns dizem isto, outros aquilo, em breve serão tantas as seitas e tantas as religiões quantas são as cabeças" (Luthers M. In. Weimar, XVIII, 547 ; De Wett III, 6l ). Um outro trecho selecionado, prova que o Patriarca da Reforma tinha também de quando em quando uns momentos de bom senso: "Se o mundo durar mais tempo, será necessário receber de novo os decretos dos concílios (católicos) a fim de conservar a unidade da fé contra as diversas interpretações da Escritura que por aí correm" ( Carta de Lutero à Zwinglio In Bougard, Le Christianisme et les temps presents, tomo IV (7), p. 289).

(veritatis.com)

06/03/2011

ALEGRIA IMUNDA VS. A ALEGRIA DIVINA


A verdadeira alegria está em Deus. O Senhor faz as coisas boas, porque Ele é belo, perfeito e maravilhoso, por isso a nossa alegria está em nos aproximar d’Ele.

‘Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus Nosso Senhor’ (Romanos 6, 23).
Hoje, 90% dos presos são jovens; os traficantes morrem geralmente com 30 anos, porque o salário do pecado é a morte. Não pode haver alegria no pecado.

Existe uma diferença entre o prazer e alegria, prazer é a satisfação da carne; e alegria é a satisfação da alma. O prazer quando passa deixa gosto de morte; e a alegria deixa o gosto de vida. Existem prazeres que são bons desde que você não desvirtue as coisas; é muito bom sentar à mesa e se alimentar bem, e bater um bom papo com seus amigos é um prazer lícito. Da mesma forma, o desejo da relação sexual dentro do matrimônio é um prazer lícito.

O mal é o abuso daquilo que é bom. Se nós abusamos do bem, se abusamos da comida, da bebida, do sexo fora do casamento, tudo isso se torna mau. O sexo dentro do plano de Deus é lindo, mas se o tiramos dentro do plano divino, ele pode ser causa de adultério, de doenças.

A Igreja nos ensina os 7 pecados capitais: gula, avareza, luxúria, ira, melancolia, preguiça, vaidade, orgulho. São vícios que nos levam à morte. Por outro lado, há 7 virtudes que podem combater esses pecados. Contra a soberba a humildade; contra a ganância o despreendimento; contra a luxuria a castidade; contra a gula o autocontrole; contra a preguiça a vontade de trabalhar; contra a ira a paciência. Nos pecados nós encontramos o caminho da morte; nas virtudes encontramos o caminho de paz.

‘Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna’ (Gálatas 6,8).

Não cansemos de fazer o bem, porque depois o colhermos, São Paulo nos diz que façamos o bem. Há um ditado popular que diz assim: “Fazer o bem sem olhar a quem”. É fácil fazer o bem para quem eu amo, é fácil e gostoso. Mas será que é fácil fazer o bem para quem não gosto?

A exigência mais difícil da nossa fé é perdoar o nosso inimigo. Há um tempo ouvi uma história de Dona Ana Maria, que foi assaltada na sua casa e o assaltante matou o seu filho de 18 anos. E essa mulher perdoou ao assassino a ponto de toda semana ir até o Carandiru [lugar onde o assassino cumpria pena em São Paulo] para falar de Deus ao assassino de seu filho, e este disse, em lágrimas, a essa senhora: “Se eu conhecesse esse Deus que você me apresentou, eu não mataria seu filho”. Isso é Cristianismo! A verdadeira alegria nasce de fazer o bem; quanto mais bem você faz às pessoas, mais será feliz.Fazer o bem faz bem, fazer o bem cura, nós precisamos exercitar as virtudes e renunciar aos vícios.

O pior pecado que existe é a soberba, pois ele tem muitos filhos: o orgulho, a prepotência, autosuficiência, entre outros. Mas a Palavra de Deus nos ensina ‘os humilhados serão exaltados e os exultados serão humilhados’. A virtude da humildade nos traz paz e alegria. Santa Terezinha dizia: ‘Eu quero o último lugar, porque ninguém briga por ele.’

O pecado é como uma isca que pega o peixe, o peixe é atraído pela isca, mas ali naquela isca exsite o anzol que o [peixe] pega e possibilita a retirada dele da água. É assim que o pecado acontece na nossa vida; é assim o adultério: primeiramente vem o prazer, mas depois você sente que “por trás da isca está o anzol”. O pecado quando passa em nossa vida deixa o gosto de morte. O pecado é perfumado e se apresenta a você na hora da sua fragilidade. Cuidado! Santo Augostinho dizia: ‘A sua tristeza são os seus pecados; deixe que a santidade seja sua alegria’.

Não admita construir a sua casa na areia, mas, construa-a na rocha, que é Jesus Cristo. Digo aos jovens: não construam sua casa em outro alicerce que não seja Jesus Cristo. Se você constrói em outro alicerce a casa vai cair. Aos 18 anos optei por construir a minha casa em Cristo, e como sou feliz! Não me arrependo, porque quanto mais caminho com Deus, tanto mais vontade eu tenho em ser d’Ele.

Hoje não importa se você está na prostituição ou na droga, Deus não fecha as portas para você. Não se desespere se seu pecado for grande, porque a misericórdia de Deus é para o pecador.

(fonte prof. Felipe Aquino)