24/07/2011

16/07/2011

Papa excomunga bispo chinês ordenado sem permissão

  O papa Bento XVI excomungou o novo bispo de Shantou (China), Lei Shiyin, ordenado em 14 de julho sem a permissão da Igreja Católica Apostólica Romana, informou neste sábado o Vaticano. Em comunicado, o órgão máximo da Igreja Católica explica que neste caso foram aplicadas as sanções previstas no artigo 1.382 do Código de Direito Canônico, que preveem a excomunhão automática. A lei estabelece a sanção a quem confira a consagração episcopal sem mandato pontifício e também a quem a receba. O Vaticano acrescenta que o sacerdote já foi informado de que não podia ser aceito pela Santa Sé como bispo. No dia de sua ordenação, o Vaticano expressou em comunicado sua "dor e preocupação" pela "ordenação ilegítima" de outro bispo na China sem a permissão de Bento XVI, e justificou que o ato era "contrário à unidade da Igreja universal". O sacerdote José Huang Bingzhang foi ordenado bispo de Shantou (Guangdong) em cerimônia presidida pelo prelado Fang Xinyao, presidente da Associação Patriótica Nacional, conhecida como "Igreja Patriótica", controlada pelo Partido Comunista chinês. Pelos dados do Vaticano, na China existem entre 8 e 12 milhões de católicos, divididos entre os pertencentes à Igreja controlada pelo governo comunista e a clandestina, fiel ao Vaticano e perseguida por Pequim. O Vaticano e a China não mantêm relações diplomáticas desde 1951 e, para retomá-las, Pequim exige que a Santa Sé rompa previamente com Taiwan e não "interfira" nos assuntos internos chineses.

fonte:http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5244982-EI8142,00-Papa+excomunga+bispo+chines+ordenado+sem+permissao.html

Bispo da universal incentiva criança a dar brinquedo à igreja

VEJAM ESTA MATERIA, ISTO É CHAMADO A IGREJA DE CRISTO?

Uma criança de nove anos é incentivada por um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus a vender seus brinquedos e doar o dinheiro à igreja para que os pais parem de brigar. Enquanto isso, sua mãe é exorcizada no altar.A cena ocorreu em culto da Universal em Santo Amaro, zona sul de São Paulo, e está sendo exibida em vídeo no blog do bispo Edir Macedo, fundador e líder da igreja.A Universal foi procurada ontem para comentar o vídeo, mas não deu retorno até o fechamento desta edição.
No vídeo, o menino conta ao bispo Guaracy Santos que seus pais têm brigado com frequência. O bispo pergunta que sacrifício ele fará pelos pais. "Eu vou dar tudo que eu tenho", responde a criança. Guaracy devolve: "E o que é tudo que você tem?". "Brinquedo", diz o menino.

O bispo insiste: "Você vai vender?". A criança diz que sim, e Guaracy pergunta, referindo-se ao dinheiro: "Pra colocar onde?" "No altar", promete a criança.

Em seguida, sua mãe aparece em crises de convulsão, sendo segurada por um obreiro da Universal. O bispo diz que ela tem "o demônio" e "uma praga". Depois, incentiva a criança a se aproximar. "Vai lá perto e fala: acabou pra você, diabo."E conclui: "Seja fiel, vende o que você tem. Tem fé pra isso? Vai na tua fé".
Especialistas disseram à Folha que, embora não haja um artigo que trate explicitamente do caso, o vídeo fere os princípios do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ao expor o menino a possíveis constrangimentos, mesmo com o rosto borrado.

DIREITO DA CRIANÇA
Ricardo Cabezón, presidente da Comissão de Direitos Infanto-Juvenis da OAB-SP, diz que o recurso não impede que o menino seja identificado por conhecidos.

"A criança deve ser poupada. Se a própria mãe está numa situação de incapacitada, nas mãos de outra pessoa, não se pode pegar uma criança para que ela explique o que está se passando."

A advogada Roberta Densa, que dá aulas sobre o ECA, avalia que o bispo se aproveita da condição "vulnerável" da criança. "É uma situação de manipulação."

Para João Santo Carcan, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o papel da igreja, ao tomar conhecimento de um problema desses, seria entrar em contato com os órgãos públicos de assistência social. "Ali tratam a criança como instrumento de receita", diz.

O vídeo foi postado no YouTube e noticiado ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Até ontem tinha 571 comentários no blog de Macedo, a maioria de fiéis da Universal. Muitos elogiam a "valentia" do garoto.

13/07/2011

Bento XVI escreve seu primeiro tweet e lança portal news.va

Através de um simples clique e uma mensagem no twitter, Bento XVI deu início na noite (hora local) desta terça-feira, 28, a uma nova aventura extraordinária para os meios de comunicação do Vaticano.


A partir do Palácio Apostólico, o Pontífice lançou o novo portal noticioso do vaticano, www.news.va, e também acolheu a proposta de abençoar os usuários da rede através de uma mensagem no twitter.

A ideia foi do presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Arcebispo Claudio Maria Celli. "Devo dizer que o Papa aceitou imediatamente e de bom grado [abençoar os usuários da rede e lançar o portal]. Além disso, ele estima muitíssimo a comunicação e, sobretudo, deseja que a Igreja esteja presente lá onde o homem vive e se encontra", disse Dom Celli à edição em italiano do jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano.

O foco das notícias serão as atividades e intervenções do Magistério do Santo Padre, as tomadas de posição dos Dicastérios da Santa Sé e os mais importantes acontecimentos ou situações ligados às várias igrejas particulares espalhadas mundo afora.

Nos primeiros meses, o portal estará disponível em apenas duas línguas: italiano e inglês. Após o término do verão europeu, haverá a primeira remodelação e abertura do site em ao menos uma outra língua, provavelmente espanhol. No entanto, também se deseja que haja disponibilidade em francês e português.

fonte:canção nova




Twitter do Vaticano ganha 50 mil seguidores após tweet do Papa

O Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais revelou nesta terça-feira, 12, que em apenas duas semanas o Vaticano ganhou mais de 50 mil seguidores na rede social Twitter, após o primeiro tweet de um Papa, publicado por Bento XVI anunciando o lançamento do novo portal de notícias ‘news.va’.


“Caros Amigos, acabo de lançar o http://www.news.va. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Com minhas orações e bênçãos, Benedictus XVI” indicava o ‘tweet’ lançado no dia 28 de junho. Segundo o Vaticano, o tweet foi reproduzido por “milhares” de usuários.Os seguidores do Vaticano, na página em inglês, são já mais de 65 mil, um aumento de mais de 54 mil pessoas em menos de duas semanas.

O Twitter é uma ferramenta que permite a transmissão de pequenas mensagens [até 140 carateres], chamados ‘tweets’ e, no caso do Vaticano, a conta destina-se à transmissão de informação sobre as atividades do Papa e da Santa Sé.

A denominação Twitter deriva da palavra inglesa com a mesma grafia, que em português pode ser traduzida por “gorjear” ou “piar”, razão pela qual o logotipo da rede social é representado por um pássaro azul.

fonte: portal canção nova

07/07/2011

Por que querem legalizar o aborto?

Atualmente, vêem-se no Brasil e no mundo uma nova onda de manifestações, projetos e outras formas de clamor social reivindicando a legalização do aborto. Um dos argumentos centrais dessa nova onda pró-aborto é que a defesa da vida nascedoura, ou seja, do feto ainda no ventre da mãe, é uma questão de moral e especialmente de moral religiosa. E como a sociedade e o Estado moderno são leigos e seculares, ou seja, não possuem vinculação religiosa, então essa defesa perde quase totalmente o seu poder moral.


O raciocínio do movimento pró-aborto é o seguinte: numa sociedade secular, onde o ser humano não é regido por normas religiosas, o indivíduo poder fazer o que quiser, inclusive matar o(a) próprio(a) filho(a) ainda no ventre da mãe. Aparentemente este raciocínio faz sentido. A moral de fundamento religioso estaria atrapalhando o desenvolvimento do Estado e da sociedade secular. Entretanto, é preciso refazer uma pergunta que já foi realizada diversas vezes, sendo ela: por que querem legalizar o aborto? É preciso realizar esta pergunta por três razões. Primeira, estudos recentes demonstram que a maioria da população mundial é contra o aborto. Segunda, uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, publicada com exclusividade no jornal Folha de São Paulo de 07 de outubro de 2007, constatou que nos últimos anos aumentou de 61% para 71% o número dos brasileiros que acham que a prática do aborto é “muito grave” e que hoje apenas 3% dos brasileiros pensam que o aborto é moralmente aceitável.

Terceira e última razão, de 14 a 18 de novembro de 2007, realizou-se em Brasília, capital do Brasil, a 13ª Conferência Nacional de Saúde, reunindo 4.500 pessoas. Dentre elas, tinham direito a voto 2.275 delegados estaduais e nacionais eleitos em conferências de saúde regionais - 50% deles são usuários do SUS, 25% trabalhadores do sistema e 25% gestores (secretários estaduais e municipais e representantes do Ministério da Saúde). Contrariando as expectativas do próprio Ministério da Saúde brasileiro e dos diversos grupos pró-aborto existentes no país, o resultado foi surpreendente: 70% dos delegados votaram contra a proposta de legalização do aborto no Brasil (POR AMPLÍSSIMA MAIORIA, 2007). Isto é, a maioria absoluta dos representantes do povo dentro do setor saúde é contra a legalização do aborto. Apesar da conferência de saúde ser uma questão nacional e não internacional, ela é um pequeno exemplo de como a opinião pública mundial percebe esse problema.

Oficialmente, a sociedade moderna é democrática. Se os princípios democráticos realmente fossem prevalecer à discussão sobre o aborto estaria concluí a, pois a maioria democrática do mundo e também do Brasil é contrária a essa discussão.

O problema é que o movimento pró-aborto procura desqualificar essa maioria democrática. Para este movimento a maioria da população mundial, incluindo a população brasileira, ainda esta presa a moral religiosa, especialmente a moral cristã que defende a vida em todos os casos. Segundo a ideologia desde movimento fora da moral religiosa não há qualquer argumento contrário ao aborto. E que à medida que a população mundial passar por um processo de secularização da fé religiosa e de adesão ao ateísmo, à aceitação do aborto será automática.

De acordo com essa ideologia, fora da moral religiosa não há um único argumento que possa condenar o aborto. Todavia, será que essa ideologia está correta? Fora da moral religiosa não há argumentos contrários ao aborto?

Para esclarecer essa questão é preciso desenvolver quatro argumentos.
O primeiro é o desenvolvimento econômico. Desde o final da segunda guerra mundial, em 1945, o mundo passa por um processo de crescimento econômico. Este processo foi acelerado a partir da década de 1990. Países pobres como a China (VIEIRA, 2006), que antes amargavam graves índices de pobreza, passaram a ser o motor da nova economia mundial. Até Angola, país pobre da África, que amargou décadas de ditadura socialista-marxista e uma brutal guerra civil, hoje passa por um surto de crescimento econômico. Este país deve crescer economicamente em 2007 aproximadamente 15%. Um recorde para qualquer economia. Fundamentado por Harberler (1976), afirma-se que este crescimento econômico traz em seu seio a necessidade do aumento da população. Pois, com um número maior de bens e serviços sendo produzidos pela sociedade, passa a haver uma necessidade maior de consumidores. Logo, a ideologia pró-aborto não tem fundamento, pois se as mulheres abortarem seus filhos haverá uma redução do consumo e, por conseguinte, uma crise econômica mundial.

Já imaginou países pobres como, por exemplo, China e Angola terem seu crescimento econômico e, por conseguinte, a melhoria dos índices sociais prejudicados pela prática do aborto? Do ponto de vista estritamente econômico o aborto é prejudicial à sociedade.

O segundo argumento é a arrecadação de impostos. Todos sabem que na sociedade moderna o Estado é a organização social responsável em manter a estrutura social (escola, segurança, previdência, lazer e outras) necessária à vida dos indivíduos. Ele realiza e mantém esta organização por meio da arrecadação de impostos. Sem entrar na discussão se o Estado moderno arrecada mais impostos do que deveria, é preciso perceber que essa arrecadação é diretamente proporcional ao número de habitantes de um país. Quando menor a população, menor será a arrecadação de impostos.

Fundamentado em autores como, por exemplo, Lula (2007) e Harberler (1976), afirmasse que se as mulheres abortarem, então haverá uma diminuição na arrecadação de impostos e, por conseguinte, o Estado moderno terá sérias dificuldades para gerenciar a sociedade.

Já imaginou o aumento da criminalidade, da pobreza e outras mazelas sociais porque o Estado não consegue arrecadar impostos devido ao aborto? Do ponto de vista da arrecadação de impostos pelo Estado, o aborto é prejudicial à sociedade.

O terceiro argumento é a democracia. Não é intenção desse ensaio discutir a chamada crise da democracia. Apenas enfatiza-se que a democracia é o grande paradigma político da sociedade moderna. Fundamentado em autores como, por exemplo, Lipson (1966) e Miguel (2001), afirma-se que para a democracia existir é preciso que haja uma massa de eleitores. Os partidos e as demais agremiações políticas estão sempre em busca da maioria de votos, ou seja, de eleitores, que lhes garantam a vitória nas diversas eleições realizadas. O problema é que se as mulheres abortarem o número de eleitores cairá drasticamente e a própria democracia, enquanto paradigma político, estará em perigo.

Já imaginou a democracia que é defendida por diversos segmentos sociais, inclusive pelo movimento pró-aborto, entrando numa séria crise e até correndo risco de desaparecer devido à sucessiva prática do aborto? Do ponto de vista da democracia, aborto é prejudicial à sociedade.

O quarto e último argumento é a era da TV e da mídia. Não é intenção desse ensaio discutir os desdobramentos morais dessa era. Apenas enfatiza-se que a sociedade atual é marcada pela constante presença dos meios de comunicação na vida das pessoas.

Fundamentado em teóricos como, por exemplo, Abrecrombre (1996) e Bogart (1972), afirma-se que um dos objetivos principais da TV e dos demais seguimentos de mídia (jornais, revistas e outros) é a obtenção de constantes e crescentes índices de audiência. É por meio do crescimento da audiência que os seguimentos da mídia podem negociar patrocínios, pagar os impostos e funcionários e auferir lucro. Sem audiência não existe a mídia. O problema é que se as mulheres abortarem o número de espectadores dos diversos programas midiáticos cairá drasticamente e, por conseguinte, a média de audiência também. Com um índice menor de audiência os segmentos da mídia não poderão negociar melhores patrocínios e, com isso, haverá uma diminuição dos investimentos nesta área. A conseqüência é que haverá uma paralisia econômica, desemprego e outros problemas sociais.

Já imaginou uma crise no setor midiático ocasionada pelo aborto? Uma crise que gere desemprego e outros problemas sociais? Do ponto de vista da mídia, o aborto é prejudicial à sociedade.

Então, se existem argumentos não religiosos que contrariam a ideologia do aborto, porque esses argumentos não são difundidos? Por que este movimento ainda encontra amplo apoio na mídia e em setores da classe média? Por que continuar tentando legalizar o aborto?

Respondem-se estas perguntas de forma objetiva por meio de duas questões: uma ideológica e outra econômica.

A questão ideológica é o avanço nos meios midiáticos e da classe média da cultura secular ou neopagã. A ideologia neopagã afirma que grande parte ou todos os problemas do Ocidente são causados pelo cristianismo, por suas convicções morais e todas as ações sociais decorrentes dessas convicções.

O grande teórico da ideologia neopagã é o filósofo alemão Fridrich Nietzsche. Para ele, o cristianismo foi a pior criação do ser humano e está criação conduziu-o a um estado de opressão e medo. Alicerçada pelas idéias de Nietzsche, a ideologia neopagã pretende destruir o cristianismo e toda a cultura que emane dele. Como o cristianismo é uma religião que defende a vida em todas as situações, principalmente a vida em perigo como, por exemplo, a vida do bebê no ventre da mãe, a ideologia neopagã ataca a vida com a contraproposta do aborto.

É preciso lembrar que o aborto é uma prática do velho paganismo gregoromano. Na sociedade grego-romana quando uma criança nascia com alguma deficiência era imediatamente assassinada. Esta prática foi abolida com o advento do cristianismo e da moral da caridade e do perdão pregada por Jesus Cristo. Entretanto, o neopaganismo pretende restabelecer está prática.

O movimento pró-aborto não passa de um subproduto da ideologia neopagã. Por trás da aparente defesa da liberdade e dos direitos humanos, esconde-se um dos atos mais antidemocráticos já perpetrados pelo ser humano. Grande parte da sociedade ocidental é cristã e, como já foi demonstrado por várias pesquisas, à maioria da população não apenas do Ocidente, mas mundial é contra o aborto. O que o movimento pró-aborto pretende, alicerçado pela ideologia neopagã, é de forma antidemocrática, autoritária, ignorar os valores religiosos da população e instaurar uma ditadura ideológica, onde as mulheres que não praticarem o aborto serão discriminadas e poderão até sofrer sanções penais.

A segunda questão é a problemática econômica. No atual modelo social o ser humano é, cada vez mais, incentivado e impulsionado a trabalhar para consumir.

Baudrillard (2007) enfatiza o alto grau de escravidão que o ser humano está submetido, principalmente a escravidão do consumismo. Na sociedade contemporânea existe um constante apelo, na grande maioria realizado pelos aparelhos midiáticos (TVs, jornais, rádios e outros), para que as pessoas sejam magras, bonitas, tenham o corpo perfeito, troquem de carro, de casa e até de cônjuge. Tudo para realimentar a indústria e o consumo. Dworkin (2007) afirma que atualmente o ser humano é submetido a uma “felicidade artificial”, onde as exigências do consumo é que determinam o estado de felicidade. André (2007) demonstra como no atual modelo social o consumo, e as exigências decorrentes dele, constroem a identidade do ser humano. As pessoas são o que consumem.

A conseqüência desse processo é que ter filhos(as) se transformou em uma maldição. Ao invés da gravidez e, por conseguinte, do nascimento de um bebê, ser visto como a manifestação natural da vida, a continuidade da família e da espécie humana e um fator de grande alegria para um casal, é visto de forma contrária. Ou seja, vê-se o nascimento de uma nova vida como um prejuízo: a mulher vai engordar e não terá mais o corpo perfeito exigido pelas atuais normas sociais, o casal terá que gastar dinheiro com a criação do novo ser humano e não poderá investir num carro novo, jóias, roupas e qualquer outra futilidade imposta pela sociedade. Este fato é o que Gauthier (1998) classifica de “sociedade do egoísmo”, isto é, quando o ser humano abandona a dimensão da humanidade, da caridade e vive em função de seus instintos e convicções pessoais. Esse abandono pode chegar ao extremo de se rejeitar o próprio filho.

Além disso, o novo ser humano, o bebê, exige muito tempo por parte dos pais. Eles terão que levar o bebê ao médico, para passear, para a escola e todas as demais atividades que são atribuídas aos pais. A decorrência disso é que os pais não terão tempo para se dedicar às outras atividades que a sociedade neopagã e do consumo considera essencial como, por exemplo, fazer turismo, ir para bares e boates, ir para as academias de ginástica e fazer cirurgias plásticas.

Por tudo o que foi exposto, conclui-se que assim como não há argumentos religiosos para fundamentar o aborto, também fora desses argumentos, ou seja, numa possível moral extra-religiosa, não é possível fundamentar ou explicar a proposta da legalização do aborto. Por trás dessa proposta o que realmente existe é a ideologia neopagã e o egoísmo do homem moderno que abdica de ter filhos para poder desfrutar de uma vida, muitas vezes, fútil e presa a um consumo alienante.


Referências
ABRECROMBIE, Nicholas. Television and society. Polity Press: Cambridge, 1996.
ANDRÉ, Maristela Guimarães. Consumo e identidade. São Paulo: FGV, 2007. AUMENTOU O NÚMERO DE PESSOAS QUE ACHAM O ABORTO MUITO GRAVE. IN: Folha de São Paulo, 07 de outubro de 2007.
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade do consumo. Lisboa: Edições 70, 2007.
BOGART, L. The age of television. New York: Frederick Unger, 1972.
DWORKIN, Ronald W. Felicidade artificial. São Paulo: Planeta, 2007.
GAUTHIER, David. Egoísmo, moralidad y sociedad. Madri: Paidos, 1998.
HARBERLER, G. Crescimento econômico e estabilidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1976.
LIPSON, Leslie. A civilização democrática. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1966.
LULA, Edla. Crescimento econômico explica arrecadação recorde em outubro, diz coordenador da receita. Disponível em www.agenciabrasil.gov.br. Acessado em 24/11/2007. POR AMPLÍSSIMA MAIORIA: REJEITADA A PROPOSTA DE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO. Disponível em http://blogdafamiliacatolica.blogspot.com/. Acessado em 08/12/2007.
VIEIRA, Flávio Vilela. China: crescimento econômico de longo prazo. IN: Revista de 10 Economia Política, vol. 26, n 23, São Paulo, jul/set 2006.

* fragmento da obra Aborto: discursos filosóficos / Ivanaldo Santos. - João Pessoa: Idéia, 2008. Disponível em www.providafamilia.org.br%2Fsite%2F_arquivos%2F2008%2F370__aborto_-_discursos_filosoficos.pdf
a fígura acima é uma lixeira de uma clínica de aborto :( 

A besta do Apocalipse

   Um dos símbolos mais mal entendidos no livro do Apocalipse é a besta que surge do mar no capítulo 13 (há também uma besta da terra, mas este artigo não focará nela). São excessivas as especulações sobre a identidade da besta. Os anticatólicos frequentemente a identificam com um futuro “Império Romano restaurado”, o qual eles também querem conectar, de um modo ou de outro, com a Igreja Católica.
Para descobrir quem é a besta realmente, é preciso olhar seriamente para o texto em questão.
Frequentemente, as pessoas raciocinam assim: A besta tem dez chifres e surge do mar (13,1). Em Daniel 7, o profeta Daniel viu uma série de quatro bestas ascendendo do mar, a última das quais tinha dez chifres (Dn 7,7). Logo, a besta de João é a mesma que a quarta besta de Daniel. Aquela besta simbolizava o Império Romano. Logo, esta besta simboliza o Império Romano.

Um problema com este raciocínio é que ele foca somente na parte do simbolismo no Apocalipse 13. Não apenas a besta que João vê tem dez chifres, como a quarta besta de Daniel; ela tem também um corpo como de leopardo (13,2a), como a terceira besta de Daniel (7,6); pés como de um urso (13,2b), como a segunda besta de Daniel (7,5); e uma boca como um leão, como a primeira besta de Daniel (7,4). A besta que João vê, desta maneira, incorpora o simbolismo de todas as quatro bestas de Daniel, tornando impossível simplesmente identificá-la com a quarta da série.

Esta é parte da “fusão de imagens” que o Apocalipse contém. Assim como João viu anjos em torno do trono de Deus (4,6-8) que incorporavam elementos de ambos o serafim de Isaías (Is 6,2-3) e o querubim de Ezequiel (Ez 10,10-14), agora ele vê uma besta que incorpora elementos de todas as bestas de Daniel 7. Isso sugere que a nova besta seja como aquelas quatro – o mesmo tipo de coisa que elas são – mas não sejam identificadas com qualquer uma delas.

Um outro problema é que a quarta besta de Daniel não simboliza o Império Romano – pelo menos não como seu referente primário. Ao contrário, o seu referente central é o reino que resultou quando o reino de Alexandre o Grande desmoronou.

Entre os chifres da quarta besta de Daniel, surgiu um pequeno chifre particular que blasfemava contra Deus (7,8). Este pequeno chifre simboliza Antíoco IV (“Antíoco Epífanes”), o rei selêucida que conquistou Jerusalém, blasfemou contra Deus e profanou o templo, e introduziu a primeira “abominação da desolação” (Dn 11,31; 12,11; 1 Mac 6,7) instalando um ídolo de Júpiter Olimpo no lugar sagrado. (Há outros tempos que uma “abominação de desolação” foi introduzida, cf. Mt 24,15-16; Lc 21,20-21).

O que as quatro bestas de Daniel têm em comum é que todas elas são reinos pagãos que perseguiram e dominaram o povo de Deus, Israel. A besta de João é o mesmo tipo de coisa – uma conquista de um império pagão. Visto que vem depois das quatro bestas de Daniel, Roma é a candidata lógica. Mas não é um porvir, “Império Romano restaurado”. É a coisa real, o Império Romano pagão dos primeiros séculos. Isto é confirmado por diversas linhas de evidência.

Primeiro, o livro do Apocalipse é explícito em declarar que diz respeito a eventos que acontecerão “em breve” (1,1; 2,16; 3,11; 22,6; 7; 12; 20). Isso indica que a carga de acontecimentos do livro (aqueles que precedem o Milênio de Ap 20,1-10, no qual estamos vivendo agora) deveria acontecer brevemente depois que o livro fosse escrito, provavelmente na década de 60 d.C.

Segundo, sabemos que o número da besta é 666 e que este é o número do nome de um homem (13,18). Não coincidentemente, o Império Romano pagão perseguidor estava chefiado nos anos 60 depois de Cristo por César Nero, cujo nome somava 666 no sistema de letras e números hebraico. (Em hebraico, “Caesar Nero" = "NRWN QSR" = N 50 + R 200 + W 6 + N 50 + Q 100 + S 60 + R 200 = 666; uma grafia variante do nome, NRW QSR, soma 616, a qual alguns manuscritos têm no lugar de 666).

Terceiro, as sete cabeças da besta são identificadas com sete montanhas (17,9). Embora não seja certo, estas são provavelmente as sete colinas sobre as quais a cidade de Roma foi construída. (A Colina do Vaticano, entretanto, não era uma das sete; está no lado do rio Tibre oposta às sete.)

Assim sendo, há boa evidência de que a besta do mar seja o Império Romano pagão do primeiro século e, em especial, o imperador em sua chefia. Isto, novamente, é como as quatro bestas de Daniel, que foram descritas tanto como quatro reis (Dn 7,17) quanto quatro reinos (cf. Dn 7,23).

Uma confirmação posterior é encontrada no Apocalipse falando do templo judeu como se ele ainda estivesse operando (11,1), mas logo ser pisoteado pelos gentios, junto com a cidade santa (11,2). Logo depois do reino de Nero, os gentios invadiram Jerusalém, pisotearam-no e destruíram o templo.

Isso sugere não somente que a besta correspondia ao Império Romano em geral e a César Nero em particular, como também que o próprio livro do Apocalipse foi escrito no começo dos anos 60, durante o reino de Nero, pouco antes da Guerra dos Judeus que levou à destruição de Jerusalém e do templo em 70 d.C.

fonte: http://www.veritatis.com.br/apologetica/artigospapaprimado/1157-a-besta-do-apocalipse