21/10/2014

Por que só os católicos fazem o sinal da cruz?

Os primeiros cristãos poderiam receber um prêmio como publicitários, por terem criado a cruz como “logotipo de identidade corporativa” da Igreja
Lembro-me de uma das primeiras perguntas de um antigo catecismo para crianças: “Qual é o sinal do cristão? O sinal do cristão é a cruz“.
Todas as instituições, hoje especialmente, têm um logotipo que representa sua imagem corporativa. Eu acho que os primeiros cristãos deveriam receber um prêmio como publicitários, por terem criado a cruz como logotipo de identidade corporativa da Igreja: é difícil encontrar uma imagem mais simples e mais “compreensiva”, em intensidade e extensão, da visão, missão e valores da Igreja, do que a cruz.
Na simples cruz, estão condensados o passado, o presente e o futuro da instituição divina da Igreja, em favor dos homens. Ao mesmo tempo, a cruzrepresenta a caminhada diária do cristão:
“Quem quiser ser meu discípulo, tome sua cruz de cada dia e me siga” (cf. Lc 23).
Quando o cristão faz o sinal da cruz, ele não está praticando a magia, nem um exorcismo, como pensam alguns protestantes, mas está expressando, com um gesto simples, todo o ideal da sua vida, indicando que quer carregar a cruz de Cristo nesse dia, em sua cabeça, em seus lábios e em seu coração, com toda a sua alma e sua mente e, além disso, realizando um ato de fé na Trindade, pronunciando “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Por tudo isso, muitas igrejas e lugares cristãos são presididos e coroados com a imagem da cruz ou de Cristo crucificado, querendo representar o momento culminante da história no qual a humanidade foi resgatada por Jesus para Deus Pai.
Por tudo isso, ainda não entendo por que muitos protestantes consideram que fazer o sinal da cruz é uma blasfêmia…


Fonte: Aleteia

Publicado programa da visita do Papa à Turquia, a realizar-se em novembro 2014

Cidade do Vaticano (RV) - A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou os compromissos que caracterizarão a visita apostólica que o Papa Francisco realizará à Turquia de 28 a 30 de novembro próximo.
A primeira etapa será Ancara, capital turca, aonde o Santo Padre chegará às 13h de sexta-feira, dia 28. Na mesma data, a esperada visita ao Mausoléu de Atatürk e uma série de encontros institucionais com o presidente turco e as autoridades do país.
Na manhã do dia seguinte, 29 de novembro, o Pontífice se transferirá para Istambul, onde visitará o Museu de Santa Sofia e a Mesquita Sultão Ahmet, e depois presidirá à santa missa na Catedral do Espírito Santo, seguida da Oração ecumênica na Igreja Patriarcal de São Jorge e de um encontro privado com o Patriarca ecumênico ortodoxo, Bartolomeu I.
No domingo, 30 de novembro, o Papa Francisco presidirá à Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge, concluída com a Bênção ecumênica e a assinatura da Declaração conjunta com o Patriarca Bartolomeu I.
O retorno para Roma terá lugar no final da tarde do mesmo dia, com chegada ao aeroporto de Ciampino prevista para as 18h40 locais.
A presença do Papa em Istambul, dia 30 de novembro, coincide com a festa de Santo André – Patrono da Igreja de Constantinopla –, dia em que uma delegação vaticana costuma participar das celebrações do Patriarcado.
Do mesmo modo, uma representação ortodoxa participa todos os anos em Roma, em 29 de junho, da solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. (RL)



fonte: http://www.news.va/pt/news/publicado-programa-da-visita-do-papa-a-turquia-a-r

20/10/2014

Por que tantos católicos deixam a Igreja?

Relatórios e estatísticas feitas no Brasil nos últimos anos geralmente apontam uma queda do número de pessoas que se declaram católicas. A mídia, ao notar essa realidade, sai à procura de respostas para este fenômeno. Afinal, por que tantos católicos deixam a Igreja?
Trata-se de uma pergunta difícil, mas uma das situações que se impõem à análise é o fato de que muitas pessoas que se dizem católicas se comportam, na verdade, como protestantes. Isto dificulta muito o diálogo ecumênico, já que não se sabe se quem está no polo católico do debate é um católico de fato ou um protestante infiltrado na Igreja Católica. Para muitos dissidentes, de fato, a saída da Igreja representa simplesmente uma mudança de endereço, e não de mentalidade.
Para fazer um juízo desta espécie, é preciso recorrer à definição do protestantismo. A sua essência consiste em que cada fiel é o seu próprio "papa", cada protestante pode interpretar a Bíblia com a assistência infalível do Espírito Santo. Na Igreja Católica, ao contrário, o responsável por interpretar infalivelmente as Sagradas Escrituras é o Magistério da Igreja, isto é, o Papa e os bispos em comunhão com ele. E isto é assim por desejo do próprio Senhor, que confiou aos apóstolos as chaves do Reino dos céus e aos quais declarou: "Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita" (Lc 10, 16).
Portanto, o trabalho dos sucessores de São Pedro e dos demais apóstolos é um humilde serviço prestado aos católicos, não um poder arbitrário despótico, que tudo pode mudar, a qualquer tempo. Um Papa que, no exercício de sua infalibilidade, declarasse algum ponto da doutrina contrário ao ensinamento bimilenar da Igreja, ou não seria um Papa legítimo, ou, ao contrário, ver-se-ia todo o edifício eclesial vir abaixo. Não pode existir contradição no ensinamento da Igreja ao longo dos séculos. O Concílio Vaticano II, por exemplo, não poderia – como não o fez – contradizer os concílios ecumênicos anteriores, como o Vaticano I e o de Trento.
No protestantismo, prevalece o princípio do "livre exame" das Escrituras. Negada a autoridade do Papa, qualquer um pode se erigir "papa", atribuindo a si a autoridade para interpretar a Bíblia da maneira como bem entender. Infelizmente, esta mentalidade tem sido incentivada por teólogos como Hans Küng, Leonardo Boff, Andrés Torres Queiruga, constituindo o fenômeno do neoprotestantismo na Igreja.
fonte:https://padrepauloricardo.org/episodios/por-que-tantos-catolicos-deixam-a-igreja?utm_content=buffer13cf9&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

Oração do Papa Paulo VI para pedir a chuva


“Deus, nosso Pai, Senhor do Céu e da terra
Tu és para nós existência, energia e vida
Criaste o homem à Tua imagem
a fim de que com o seu trabalho ele faça frutificar
as riquezas da terra
colaborando assim na Tua criação.
Temos consciência da nossa miséria e fraqueza:
nada podemos fazer sem Ti.
Tu, Pai bondoso, que sobre todos fazes brilhar o sol
e fazes cair a chuva,
tem compaixão de todos os que sofrem duramente
pela seca que nos ameaça nestes dias.
Escuta com bondade as orações que Te são dirigidas
com confiança pela Tua Igreja,
como satisfizeste súplicas do profeta Elias
que intercedia em favor do Teu povo.
Faz cair do céu sobre a terra árida
a chuva desejada
a fim de que renasçam os frutos
e sejam salvos homens e animais.
Que a chuva seja para nós o sinal
da Tua graça e da Tua bênção:
assim, reconfortados pela Tua misericórdia,
dar-te-emos graças por todos os dons da terra e do céu,
com os quais o Teu Espírito satisfaz a nossa sede.
Por Jesus Cristo, Teu Filho,
que nos revelou o Teu amor,
fonte de água viva, que brota para a vida eterna. Amem”.
Papa Paulo VI
(Angelus de 04/07/l976, L´Osservatore Romano, 11/07/1976)

Cristãos no Medio Oriente perseguidos perante a indiferença de muitos – o Papa no Consistório

Nesta segunda-feira, dia 20, teve lugar na Aula do Sínodo o Consistório Ordinário Público presidido pelo Papa Francisco para Causas de Canonização. Foi vontade do Santo Padre, comunicada durante o Sínodo dos Bispos, que estivessem presentes neste Consistório também os Patriarcas do Medio Oriente para informar os membros do Colégio cardinalício sobre a atual situação dos cristãos neste região.
Tomando a palavra, o Papa Francisco explicou o motivo pelo qual quis realizar este Consistório, que foi, segundo o Santo Padre, a vontade comum de resolver os conflitos com o diálogo e ajudar de todas as formas possíveis as comunidades cristãs a permanecerem na região. Disse o Papa:
“Não podemos imaginar o Médio Oriente sem os cristãos, que há dois mil anos ali confessam o nome de Jesus. Os últimos acontecimentos, principalmente no Iraque e na Síria, são muito preocupantes. Assistimos a um fenómeno de terrorismo de dimensões jamais pensadas. Muitos irmãos são perseguidos e tiveram que deixar as suas casas de modo brutal. Ao que parece, perdeu-se a consciência do valor da vida humana; é como se as pessoas não contassem mais e pudessem ser sacrificadas em nome de outros interesses. Isto acontece, infelizmente, no meio da indiferença de muitos”.
“Esta situação injusta requer, além da nossa constante oração, uma resposta adequada também da Comunidade Internacional. Estou certo que, com a ajuda do Senhor, emergirão do encontro de hoje válidas reflexões e sugestões para ajudar os nossos irmãos que sofrem e abordar o drama da redução da presença cristã na terra onde nasceu e da qual se difundiu o cristianismo”, afirmou ainda o Papa Francisco no seu discurso aos Cardeais reunidos em Consistório. (RS)

fonte:http://www.news.va/pt/news/cristaos-no-medio-oriente-perseguidos-perante-a-in

Mensagem final do Sínodo é publicada

Cidade do Vaticano (RV) – Os Padres Sinodais aprovaram, no decorrer da 14ª Congregação Geral na manhã deste sábado, a mensagem final da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”. O documento conclusivo do Sínodo - Relatio Synodi- será divulgado posteriormente enquanto o documento final será provavelmente publicado na forma de uma Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, em 2015, após o Sínodo Ordinário.
Abaixo, a íntegra da mensagem:
Nós, Padres Sinodais reunidos em Roma junto ao Santo Padre na Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, nos dirigimos a todas as famílias dos diversos continentes e, em particular, àquelas que seguem Cristo Caminho, Verdade e Vida. Manifestamos a nossa admiração e gratidão pelo testemunho cotidiano que vocês oferecem a nós e ao mundo com a sua fidelidade, fé, esperança e amor.
Também nós, pastores da Igreja, nascemos e crescemos em uma família com as mais diversas histórias e acontecimentos. Como sacerdotes e bispos, encontramos e vivemos ao lado de famílias que nos narraram em palavras e nos mostraram em atos uma longa série de esplendores mas também de cansaços.
A própria preparação desta assembleia sinodal, a partir das respostas ao questionário enviado às Igrejas do mundo inteiro, nos permitiu escutar a voz de tantas experiências familiares. O nosso diálogo nos dias do Sínodo nos enriqueceu reciprocamente, ajudando-nos a olhar toda a realidade viva e complexa em que as famílias vivem. A vocês, apresentamos as palavras de Cristo: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20). Como costumava fazer durante os seus percursos ao longo das estradas da Terra Santa, entrando nas casas dos povoados, Jesus continua a passar também hoje pelos caminhos das nossas cidades. Nas vossas casas se experimentam luzes e sombras, desafios exaltantes mas, às vezes, também provações dramáticas. A escuridão se faz ainda mais densa até se tornar trevas, quando se insinuam no coração da família o mal e o pecado.
Existe, antes de tudo, os grandes desafios da fidelidade no amor conjugal, do enfraquecimento da fé e dos valores, do individualismo, do empobrecimento das relações, do stress, de um alvoroço que ignora a reflexão, que também marcam a vida familiar. Se assiste, assim, a não poucas crises matrimoniais enfrentadas, frequentemente, em modo apressado e sem a coragem da paciência, da verificação, do perdão recíproco, da reconciliação e também do sacrifício. Os fracassos dão, assim, origem a novas relações, novos casais, novas uniões e novos matrimônios, criando situações familiares complexas e problemáticas para a escolha cristã.
Entre estes desafios queremos evocar também o cansaço da própria existência. Pensemos ao sofrimento que pode aparecer em um filho portador de deficiência, em uma doença grave, na degeneração neurológica da velhice, na morte de uma pessoa querida. É admirável a fidelidade generosa de muitas famílias que vivem estas provações com coragem, fé e amor, considerando-as não como alguma coisa que é arrancada ou infligida, mas como alguma coisa que é doada a eles e que eles doam, vendo Cristo sofredor naquelas carnes doentes.
Pensemos às dificuldades econômicas causadas por sistemas perversos, pelo “fetichismo do dinheiro e na ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano” (Evangelii Gaudium 55), que humilha a dignidade das pessoas. Pensemos ao pai ou à mãe desempregados, impotentes diante das necessidades também primárias de suas famílias, e aos jovens que se encontram diante de dias vazios e sem expectativas, e que podem tornar-se presa dos desvios na droga e na criminalidade.
Pensemos também na multidão das famílias pobres, àquelas que se agarram em um barco para atingir uma meta de sobrevivência, às famílias refugiadas que sem esperança migram nos desertos, àquelas perseguidas simplesmente pela sua fé e pelos seus valores espirituais e humanos, àquelas atingidas pela brutalidade das guerras e das opressões. Pensemos também às mulheres que sofrem violência e são submetidas à exploração, ao tráfico de pessoas, às crianças e jovens vítimas de abusos até mesmo por parte daqueles que deveriam protegê-las e fazê-las crescer na confiança e aos membros de tantas famílias humilhadas e em dificuldade. “A cultura do bem-estar anestesia-nos e (...) todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não nos incomoda de forma alguma” (Evangelii Gaudium54). Fazemos apelo aos governos e às organizações internacionais para promoverem os direitos da família para o bem comum.
Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta na acolhida, sem excluir ninguém. Somos, por isso, agradecidos aos pastores, fiéis e comunidades prontos a acompanhar e a assumir as dilacerações interiores e sociais dos casais e das famílias.
Existe, contudo, também a luz que de noite resplandece atrás das janelas nas casas das cidades, nas modestas residências de periferia ou nos povoados e até mesmos nas cabanas: ela brilha e aquece os corpos e almas. Esta luz, na vida nupcial dos cônjuges, se acende com o encontro: é um dom, uma graça que se expressa – como diz o Livro do Gênesis (2,18) – quando os dois vultos estão um diante o outro, em uma “ajuda correspondente”, isto é, igual e recíproca. O amor do homem e da mulher nos ensina que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo. É isto que manifesta em modo sugestivo a mulher do Cântico dos Cânticos: “O meu amado é para mim e eu sou sua...eu sou do meu amado e meu amado é meu”, (Cnt 2,16; 6,3).
Para que este encontro seja autêntico, o itinerário inicia com o noivado, tempo de espera e de preparação. Realiza-se em plenitude no Sacramento onde Deus coloca o seu selo, a sua presença e a sua graça. Este caminho conhece também a sexualidade, a ternura, e a beleza, que perduram também além do vigor e do frescor juvenil. O amor tende pela sua natureza ser para sempre, até dar a vida pela pessoa que se ama (cf. João 15,13). Nesta luz, o amor conjugal único e indissolúvel persiste, apesar das tantas dificuldades do limite humano; é um dos milagres mais belos, embora seja também o mais comum.
Este amor se difunde por meio da fecundidade e do ‘gerativismo’, que não é somente procriação, mas também dom da vida divina no Batismo, educação e catequese dos filhos. É também capacidade de oferecer vida, afeto, valores, uma experiência possível também a quem não pode gerar. As famílias que vivem esta aventura luminosa tornam-se um testemunho para todos, em particular para os jovens.
Durante este caminho, que às vezes é um percurso instável, com cansaços e caídas, se tem sempre a presença e o acompanhamento de Deus. A família de Deus experimenta isto no afeto e no diálogo entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs. Depois vive isto ao escutar juntos a Palavra de Deus e na oração comum, um pequeno oásis do espírito a ser criado em qualquer momento a cada dia. Existem, portanto, o empenho cotidiano na educação à fé e à vida boa e bonita do Evangelho, à santidade. Esta tarefa é, frequentemente, partilhada e exercida com grande afeto e dedicação também pelos avôs e avós. Assim, a família se apresenta como autêntica Igreja doméstica, que se alarga à família das famílias que é a comunidade eclesial. Os cônjuges cristãos são, após, chamados a tornarem-se mestres na fé e no amor também para os jovens casais.
O vértice que reúne e sintetiza todos os elos da comunhão com Deus e com o próximo é a Eucaristia dominical quando, com toda a Igreja, a família se senta à mesa com o Senhor. Ele se doa a todos nós, peregrinos na história em direção à meta do encontro último quando “Cristo será tudo em todos” (Col 3,11). Por isto, na primeira etapa do nosso caminho sinodal, refletimos sobre o acompanhamento pastoral e sobre o acesso aos sacramentos pelos divorciados recasados.
Nós, Padres Sinodais, vos pedimos para caminhar conosco em direção ao próximo Sínodo. Em vocês se confirma a presença da família de Jesus, Maria e José na sua modesta casa. Também nós, unindo-nos à Família de Nazaré, elevamos ao Pai de todos a nossa invocação pelas famílias da terra:
Senhor, doa a todas as famílias a presença de esposos fortes e sábios,
que sejam vertente de uma família livre e unida.
Senhor, doa aos pais a possibilidade de ter uma casa onde viver em paz com a família.
Senhor, doa aos filhos a possibilidade de serem signo de confiança e aos jovens a coragem do compromisso estável e fiel.
Senhor, doa a todos a possibilidade de ganhar o pão com as suas próprias mãos, de provar a serenidade do espírito e de manter viva a chama da fé mesmo na escuridão.
Senhor, doa a todos a possibilidade de ver florescer uma Igreja sempre mais fiel e credível, uma cidade justa e humana, um mundo que ame a verdade, a justiça e a misericórdia.
O Cardeal Raymundo Damasceno de Assis, um dos relatores-presidente do Sínodo, comentou a redação da mensagem final durante uma coletiva de imprensa no final da manhã deste sábado, na Sala de Imprensa da Santa Sé.

fonte:http://www.news.va/pt/news/sinodo-extraordinario-documento-final

19/09/2014

Terrorista se converte e realiza sonho de infância: entrar para o mosteiro

As torres gêmeas de Nova York, o atentado de Madri, a matança na ilha de Utoya, na Noruega, as atrocidades do Boko Haram e do Estado Islâmico, a recente bomba no metrô de Santiago do Chile… Todos esses episódios têm um fator em comum: o ódio e a desumanização com base no terrorismo.
Alguns seres humanos que colocaram em ação o terror podem se libertar e curar a maldade para renascer para uma vida nova. Deus foi e é a razão desta “ressurreição” no caso do ex-terrorista do ETA Jean Philippe Saez.
Saez foi educado no amor pela tradição dos pais, e aos 19 anos era conhecedor de Txistu (flauta tradicional). Eram os anos sessenta quando Domingo Iturbe Abasoloi, aliás Txomin, o “alistou” e o formou para torná-lo membro do primeiro comando operativo (Argala) do ETA. O grupo colocou em ação seus primeiros ataques terroristas na Espanha em 1978 e 1979.
“Naquele momento”, confessou anos depois Philippe, “o ETA representava o mito dos dias gloriosos da luta contra Franco. Unir-me a eles era uma espécie de exaltação para mim, mas logo tive de viver na clandestinidade”.
Philippe, chamado “Txistu”, descobriu rapidamente o macabro sentimento de ser protagonista do terror do ETA, participando de pelo menos quatro atentados nos quais os seus companheiros mataram sete pessoas: o industrial José Legaza, o magistrado José Francisco Mateu, o general Constantino Ortiz, o tenente geral Luis Gómes Ortigüela, os coronéis Agustín Laso e Jesús Avelós e o motorista Lorenzo Gómez.
Phillippe, auxiliar no último atentado em Laso, Avelós e Gómez, naquele dia estava prestes a fugir, mas este ato teria significado assinar a própria condenação de morte. Aproveitando os meses de “silêncio” que a própria organização havia imposto para que passasse despercebido, uma vez voltando à França, confessou-se, começou a ir regularmente à Missa e no seu coração renasceu a vocação que havia perdido na adolescência. Ingressar como monge na abadia beneditina de Notre Dame de Belloc era seu sonho.
O ETA e a abadia 
A abadia representava desde suas origens um símbolo de proteção para os bascos. Talvez era um dos motivos da influência que tinha sobre Philippe. Foi fundada em 1974 por um grupo de noviços bascos provenientes do mosteiro de Pierre-que-Vire, com o padre Agustín Bastres, de Lapurdi.
No dia 1° de setembro daquele ano, toda a aldeia de Urt acompanhou os monges para uma antiga fazenda desabitada de Belloc, cantando o Ongi etorri-aita onak-Jainkozko gizonak (Bem-vindo seja Deus, pai bom do homem), como refere a enciclopédia Auñamendi. Desde então o lugar passou a ter uma tradição de hospitalidade.
Durante a Guerra Civil espanhola refugiaram-se ali republicanos e nacionalistas. Depois na II Guerra Mundial, esconderam-se membros da resistência e pilotos aliados enviados pela rede Orion. Como consequência, alguns monges morreram no campo de concentração nazista de Dachau, e a abadia recebeu a Legião de Honra.
Em maio de 1962, os monges não acharam tão inconveniente que o grupo de ideias separatistas basco realizasse sua primeira reunião na abadia. Ali nasceu o ETA como “movimento revolucionário basco para a libertação nacional baseado na resistência patriota, socialista, de caráter não confessional e economicamente independente”. A mesma organização que anos depois, na sua quinta assembleia, teria se voltado à luta armada, escorregando para o terrorismo.
Irmão Philippe
Em 1982, Txistu conseguiu fazer com que o ETA aceitasse o seu distanciamento. Livre, em setembro de 1988, aquele que agora é “irmão Philippe” iniciou a sua formação monástica na abadia de Notre Dame de Belloc.
“Sempre tive a necessidade de viver para Deus. Disse que entraria em ummosteiro e não falaria mais do meu passado”, disse Philippe a todos que o procuraram pouco tempo depois no claustro.
A polícia o prendeu pelo seu passado e o prior Jean Jacques de Amestoy, desolado, disse aos meios de comunicação que o noviço Philippe “vivia com serenidade a formação para a sua nova vida monástica, baseada na conversão e na oração. O mosteiro não pode aprovar de nenhum modo aquilo que na sua essência não se pode justificar”, acrescentou antecipando a sentença. A última, porém, permitiu que o futuro monge continuasse a sua reclusão na abadia, e em 1997, foi condenado a dez anos de prisão.
Após cumprir sua pena, irmão Philippe continuou a ser ligado à abadia. Cada vez que é possível se move pela região, para tocar música sacra nas paróquias, com sua flauta tradicional.
Fonte: Aleteia

18/09/2014

Revista Fortune desmente mito das “grandes riquezas” do Vaticano

Segundo ACI/EWTN Noticias (16/09/14), a revista norte-americana Fortune, especializada em temas econômicos, desmentiu o mito das “grandes riquezas” do Vaticano, e informou que se a Santa Sé fosse uma corporação, nem sequer chegaria perto das 500 mais ricas da sua famosa lista Fortune 500.
No seu artigo intitulado “This pope means business” (“Este Papa leva a sério”), a Fortune indicou que “frequentemente é assumido que o Vaticano é rico, mas se fosse uma companhia, não chegaria nem perto da lista Fortune 500”.
A Fortune assinalou que o orçamento operacional do Vaticano é de apenas 700 milhões de dólares, e “em 2013 registrou um pequeno superávit global de 11,5 milhões de dólares”.
A revista estadunidense assinalou, além disso, que a maioria dos ativos mais valiosos do Vaticano, “alguns dos maiores tesouros de arte do mundo, são praticamente sem avaliação e não estão à venda”.
“A Igreja Católica é altamente descentralizada financeiramente. Em termos de dinheiro, o Vaticano basicamente está por conta. Essa é uma importante razão pela qual as suas finanças são muito mais frágeis e a sua situação econômica é muito mais modesta que sua imagem de luxuosa riqueza”.
O Vaticano, indicou a revista econômica, não tem acesso ao dinheiro nem das dioceses nem das ordens religiosas.
Explicou que “cada diocese”, em termos econômicos, “é uma corporação separada, com seus próprios investimentos e orçamentos, incluindo as arquidioceses metropolitanas”.
A Fortune assinalou que as dioceses de todo o mundo “mandam quantidades importantes de dinheiro para o Vaticano todos os anos, mas a maior parte deste dinheiro é destinada ao trabalho missionário ou às doações de caridade do Papa”.
O Vaticano, indicou, “paga salários relativamente baixos, mas oferece benefícios generosos de saúde e aposentadoria”.
“Os cardeais e bispos das congregações e dos conselhos muitas vezes não recebem mais de 46 mil dólares por ano”.
“Os empregados leigos do Vaticano têm emprego vitalício, e praticamente ninguém se aposenta antes da idade”, assinalou.

08/09/2014

Como a Igreja explica os estigmas?

Os estigmas são chagas que surgem nos corpos de algumas pessoas, as quais tem uma certa relação com a crucifixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles podem ser visíveis ou invisíveis, permanentes ou transitórias, aparecer simultânea ou sucessivamente. Ao longo da história da Igreja cerca de 300 pessoas receberam os estigmas, dessas, cerca de 60 foram canonizadas. De uma forma geral, este fenômeno é maciçamente feminino, atingindo principalmente religiosas.
Apesar disso, o primeiro estigmatizado de que se tem notícia foi São Francisco de Assis que, no dia 17 de dezembro de 1224, teve a visão de um serafim e logo em seguida recebeu os sinais. O mais famoso da história recente certamente é São Pio de Pietralcina, cujos estigmas foram analisados por médicos e estudiosos, mas permanecem ainda sem explicação científica.
Os estigmas podem ter três causas: 1. origem natural (caráter histérico); 2. origem demoníaca; 3. origem sobrenatural. No Brasil, o parecer mais adotado acerca dos estigmas foi o do Padre Oscar Quevedo. Para ele, as chagas são sempre meramente histéricas, ou seja, têm explicação natural. Contudo, essa explicação do Padre Quevedo está imbuída de um certo preconceito científico, pois parte do princípio da Navalha de Ockham, ou seja, se uma causa foi encontrada que explica suficientemente o fenômeno, ao menos em sua aparência, não há porque buscar outras causas. É justamente esse preconceito que leva o Pe. Quevedo a negar a existência do demônio e as possessões demoníacas ao constatar que o demônio é incapaz de milagres. Ora, a Igreja jamais disse isso, porém, ele pode sim agir como segunda causa, com dupla causalidade, utilizando-se de uma causa natural inferir nela a ação diabólica. Isso é possível e fica claro quando se pensa em como se dá a tentação (grosso modo, pode-se dizer que o inimigo usa uma inclinação natural da pessoa para determinados pecados e a potencializa)
Contudo, os estigmas podem realmente ter uma causa meramente natural e serem, portanto, um fenômeno histérico. Isso se vê com clareza quando os sinais aparecem em pessoas que não apresentam qualquer sinal de santidade ou em pessoas que professam religiões não cristãs. Nesses casos, além da explicação de causa natural, pode haver a causa demoníaca.
Na história dos santos existem aqueles chamados "almas vítimas", pessoas que se oferecem a Cristo com uma amor tão ardente que desejam se configurar ao Cristo Crucificado. Nem todos recebem os estigmas, como é o caso de Santa Terezinha do Menino Jesus, mas outros sim. Olhando para o caráter benéfico de santificação que os estigmas produziram na pessoa que os recebeu, bem como de evangelização ocorrido ao redor das sagradas chagas, não se pode deixar de reconhecer neles uma intervenção divina.
Atualmente, existe uma dificuldade geral em reconhecer que o sofrimento pode ser uma forma de participação na redenção. Bem entendido que Cristo é o Redentor, contudo, a própria Escritura nos diz que Ele completa em nossa carne, como diz São Paulo, aquilo que falta aos seus sofrimentos. Não que sejam incompletos, mas Ele quer a participação de pessoas generosas que se oferecem a Ele.
Um dos sinais de que os estigmas são de origem sobrenatural é que eles geralmente são precedidos por sofrimentos agudos, nos quais a pessoa se santifica, num processo de purificação. A maior parte dos santos estigmatizados os carregam quase como uma vergonha, pois gostariam de escondê-los. Santo Padre Pio de Pietralcina, por exemplo, carregou os estigmas invisíveis durante anos e não contou para ninguém. Quando eles se tornaram visíveis foram causa de um sofrimento enorme, pois sentia-se humilhado e chegou a pedir a Deus que os escondesse.
Um outro sinal extraordinário observado em Padre Pio é que aquelas feridas não saravam, nenhum médico foi capaz de curá-las, nenhum remédio ou bandagem foi capaz de reter o sangramento. Os estigmas sumiram antes da morte de Padre Pio sem deixar qualquer marca, cicatriz ou sequela. O próprio Santo explica que Jesus lhe comunicou que os estigmas permaneceriam com ele durante 50 anos, não mais.
Como se vê, existem vários tipos de origem para os estigmas e é a Santa Igreja quem deverá discernir a origem e a natureza deles.

Santo Antônio e a Natividade da Virgem Maria

Santo Antônio de Pádua, doutor da Igreja, pronunciou um Sermão no dia do nascimento de Nossa Senhora (8 de setembro). Segue o texto:
1. Digamos: A gloriosa Virgem Maria foi como a estrela da manhã entre as nuvens.
Escreve o Eclesiástico: A beleza do céu é a glória das estrelas, que ilumina o mundo (Eclo 43, 10). Nestas três palavras observam-se os três fatos que resplandeceram admiravelmente na Natividade de Maria Santíssima. Primeiramente, a exultação dos Anjos, quando se diz: A beleza do céu. Conta-se que um homem santo, mergulhado em devota oração, ouviu a doce melodia dum canto angélico no céu. Passado um ano, no mesmo dia, voltou a ouvi-lo e perguntou ao Senhor que lhe revelasse o que vinha a ser aquilo.
Foi-lhe respondido que nesse dia nascera Maria Santíssima. Por esse motivo, os Anjos no céu cantavam louvores ao Senhor. Esta a razão de se celebrar nesse dia a Natividade da gloriosa Virgem. Na segunda palavra observa-se o segundo fato, a pureza da sua Natividade, quando se afirma: A glória das estrelas. Assim como uma estrela difere de outra estrela em claridade (1Coríntios 15,41), assim a Natividade da Virgem Maria difere da natividade de todos os santos. Na terceira palavra observa-se o terceiro fato, a iluminação de todo o mundo, quando se diz: Que ilumina o mundo. A natividade da gloriosa Virgem iluminou o mundo, coberto de trevas e da sombra da morte. E por isso diz bem o Eclesiástico: Como estrela da manhã no meio da névoa etc. Maria Santíssima, mensageira do Salvador e perfeita em tudo.
2. A estrela da manhã precedendo o sol e anunciando a manhã, com a luz do seu fulgor afasta as trevas da noite. A estrela da manhã é Maria Santíssima, que, nascida no meio da névoa, afugentou a névoa tenebrosa, e na manhã da graça anunciou o sol da justiça aos que habitavam nas trevas. Dela diz o Senhor a Jó “És tu porventura que fazes aparecer a seu tempo a estrela da manhã” (Jó 38,32).
Quando chegou o tempo da misericórdia (Salmo 101,14), o tempo de edificar a casa do Senhor, o tempo aceitável e o dia da salvação, o Senhor fez aparecer a estrela da manhã, Maria Santíssima, para luz dos povos. Os povos devem dizer o que disseram a Judite, como se lê no seu livro: “O Senhor abençoou-te com a sua fortaleza, porque ele por ti aniquilou os nossos inimigos… Ó filha, tu és bendita do Senhor Deus altíssimo, sobre todas as mulheres que há sobre a terra. Bendito seja o Senhor, que criou o céu e a terra, que te dirigiu para cortares a cabeça ao príncipe dos nossos inimigos. Porque hoje engrandeceu o teu nome tanto, que nunca o teu louvor se apartará da boca dos homens” (Judite 13, 22-25).
Foi, portanto, Maria Santíssima, na sua Natividade, como a estrela da manhã. Dela diz ainda Isaías: “Sairá uma vara do tronco de Jessé, e uma flor brotará da sua raiz” (Isaías 11, 1). Repare-se que Maria Santíssima se chama vara, por causa das cinco propriedades que esta possui: é longa, reta, sólida, grácil e flexível. Maria Santíssima foi longa na contemplação, reta na perfeição da justiça, sólida na estabilidade do entendimento, grácil na pobreza, flexível na humildade. Esta vara saiu da raiz de Jessé, pai de Davi, de quem proveio Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo (Mateus 1, 16). Por isso se lê no Evangelho de hoje: Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi (Mateus 1,1).
3. Sairá uma vara da raiz de Jessé e uma flor sairá das suas raízes. Vejamos o que significam, no sentido moral, as três palavras: raiz, vara, flor. A raiz significa a humildade de coração; a vara, a retidão da confissão e a disciplina da satisfação; a flor, a esperança da felicidade eterna. Jessé interpreta-se ilha ou sacrifício, e significa o penitente, cujo espírito deve ser uma espécie de ilha. Chama-se ilha, por estar situado no sal, isto é, no mar. O espírito do penitente situa-se no mar, ou seja, na amargura. O penitente é batido pelas ondas das tentações e, todavia, fica firme. E oferece ao Senhor um sacrifício em odor de suavidade. A raiz de Jessé é a humildade da contrição, de que sai a vara da confissão reta e a disciplina da discreta mortificação. E observe-se que a flor não brota do cimo da vara, mas da raiz. Uma flor brotará da sua raiz, porque a flor, ou a esperança da felicidade eterna, brota, não da mortificação do corpo, mas da humildade do espírito. Com tudo isto concorda o que se lê no Evangelho de hoje, em que São Mateus, descrevendo a geração de Cristo, primeiro põe Abraão, em segundo lugar Davi, em terceiro a transmigração da Babilônia. Abraão que disse: “Falarei ao meu Senhor, embora eu seja pó e cinza” (Gênesis 18, 27), designa a humildade do coração; Davi, cujo coração reto esteve com o Senhor: “Encontrei Davi, um homem segundo o meu coração” (Atos 13, 22), a retidão da confissão; a transmigração de Babilônia, a disciplina da mortificação e a tolerância da tribulação. Se existirem em ti estas três gerações, conseguirás a quarta geração, a de Jesus Cristo, que nasceu da Virgem Maria, de cuja Natividade se diz hoje: Como a estrela da manhã no meio da névoa.
4. E enfim: E como a lua cheia brilha durante a sua vida. Maria Santíssima chama-se lua cheia, porque perfeita sob todos os aspectos. A lua é imperfeita no quarto crescente ou minguante, porque tem mancha e pontas. Mas a gloriosa Virgem nem na sua Natividade teve mancha, porque foi santificada no ventre materno e guardada pelos Anjos, nem durante a vida possuiu as pontas da soberba, e, por isso, brilha plena e perfeita. Chama-se luz, por diluir as trevas. Rogamos-te, portanto, Senhora nossa, que tu, Estrela da manhã, afastes com o teu esplendor a névoa da sugestão diabólica, que encobre a terra do nosso espírito; tu que és a lua cheia, enchas o nosso vazio, diluas as trevas dos nossos pecados, a fim de que mereçamos chegar à plenitude da vida eterna, à luz da glória sem falha. Auxilie-nos o Senhor, que te criou para seres a nossa luz. Para nascer de ti, fez-te nascer hoje. A Ele seja prestada honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém.
Santo Antônio de Lisboa, Obras Completas, Lello & Irmão – Editores, 1987, Volume I, pp. 901-905. Compilação: Frei Antônio Corniatti, OFM

14/07/2014

''Como Jesus, vou usar o bastão contra os padres pedófilos", diz Papa Francisco

O Papa concedeu mais uma importante entrevista esse final de semana, em que tratou de temas como a pedofilia e o celibato.


Reportagem de Eugenio Scalfari, diretor do jornal La Repubblica, veiculada nesse domingo. Tradução de Moisés Sbardelotto, publicada na IHU On-Line.

"A pedofilia é uma lepra que há na Igreja e também afeta os bispos e os cardeais. Alguns sacerdotes passam por cima do fenômeno mafioso: a denúncia pública é rara".

São as 17 horas da quinta-feira, 10 de julho, e é a terceira vez que eu encontro o Papa Francisco para conversar com ele. Sobre o quê? Sobre o seu pontificado, que começou há pouco mais de um ano e que, em tão pouco tempo, já começou a revolucionar a Igreja; sobre as relações entre os fiéis e o papa que vem do outro lado do mundo; sobre o Concílio Vaticano II concluído há 50 anos e apenas parcialmente implementado nas suas conclusões; sobre o mundo moderno e a tradição cristã e, sobretudo, sobre a figura de Jesus de Nazaré.

Finalmente, sobre a nossa vida, sobre os seus afãs e as suas alegrias, sobre os seus desafios e o seu destino, sobre o que nos espera em um esperado além ou sobre o nada que a morte traz consigo.

Esses nossos encontros foram desejados pelo Papa Francisco, porque, entre as tantas pessoas de todas as condições sociais, de todas as fés, de todas as idades que ele encontra no seu apostolado cotidiano, ele também desejava trocar ideias e sentimentos com um não crente.

E eu o sou; um não crente que ama a figura humana de Jesus, a sua pregação, a sua lenda, o mito que ele representa aos olhos de quem reconhece uma humanidade de excepcional densidade, mas nenhuma divindade.

papa considera que uma conversa com um não crente do gênero é reciprocamente estimulante e, por isso, quer continuá-la; digo isso porque foi ele quem me disse. O fato de eu também ser jornalista não o interessa especificamente; eu poderia ser engenheiro, professor escolar, operário.

Interessa-lhe falar com quem não acredita, mas gostaria que o amor ao próximo professado há 2.000 anos pelo filho deMaria e de José fosse o principal conteúdo da nossa espécie, enquanto, infelizmente, isso acontece muito raramente, dominado pelos egoísmos, por aquilo que Francisco chama de "cobiça de poder e desejo de posse".

Ele definiu isso em uma nossa conversa anterior como "o verdadeiro pecado do mundo, do qual todos somos afetados", e representa a outra forma da nossa humanidade, e é a dinâmica entre esses dois sentimentos que constrói, para o bem ou para o mal, a história do mundo.

Ela está presente em todos, e, além disso, na tradição cristã, Lúcifer era o anjo predileto de Deus, portador de luz até que se rebelou contra o seu Senhor, tentado a tomar o seu lugar, e o seu Deus o precipitou nas trevas e no fogo dos condenados.

Falamos dessas coisas, mas também das intervenções do papa nas estruturas da Igreja, das adversidades que ele encontra. Devo dizer que, para além do extremo interesse dessas conversas, nasceu em mim um sentimento de afetuosa amizade que não modifica em nada o meu modo de pensar, mas de sentir, isso sim. Não sei se é correspondido, mas a espontaneidade desse muito estranho sucessor de Pedro me faz pensar que sim.

Agora, estou esperando-o há alguns minutos na pequena sala no piso térreo de Santa Marta, onde o papa recebe os amigos e os colaboradores. Ele chega pontualíssimo, sem ninguém que o acompanhe. Ele sabe que eu tive nos últimos dias alguns problemas de saúde e, de fato, logo me pede notícias a respeito. Coloca a sua mão sobre a cabeça, uma espécie de bênção, e depois me abraça. Fecha a porta, ajeita a sua cadeira na frente da minha e começamos.

* * *

Pedofilia e máfia são os dois temas sobre os quais Francisco falou nos últimos dias e que levantaram uma onda de sentimentos e também de polêmicas dentro e fora da Igreja. O papa é muito sensível tanto em relação a um quanto ao outro assunto e já tinha falado, em várias ocasiões, mas ainda não os tinha tomado tão a peito, sobretudo sobre os pontos referentes ao comportamento de uma parte do clero.

fonte:http://www.aleteia.org/pt/religiao/conteudo-agregado/como-jesus-vou-usar-o-bastao-contra-os-padres-pedofilos-diz-papa-francisco-5891693513539584

11/03/2014

Campanha da fraternidade 2014

Estamos iniciando nossa Quaresma de 2014 e logo nos colocamos diante da temática da Campanha da Fraternidade, que vai nos fazer apelos de conversão pessoal, comunitária e social. “Fraternidade e Tráfico Humano” é o tema e a Carta de São Paulo aos Gálatas nos sugere o lema: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1). A Campanha da Fraternidade é um convite para nos convertermos a Deus e irmos ao encontro dos irmãos mais necessitados e sofredores, sugerindo em cada ano um assunto que afeta diretamente a dignidade humana ou a vida em sentido geral.

Em 2014 ocupa-se com todos aqueles e aquelas que são enganados e usados para o tráfico humano, de trabalho, de órgãos e a prostituição. Normalmente o crime organizado está por detrás das diversas modalidades de tráfico humano. As pessoas, geralmente, são atraídas com falsas promessas de melhores condições de vida em outras cidades ou países e ali são cruelmente usadas e escravizadas, gerando fortunas para consciências inescrupulosas e vorazes. A maioria das pessoas traficadas vive em situação de pobreza e grande vulnerabilidade. Isso facilita o aliciamento com falsas promessas de vida melhor.
Por isso, o cartaz da CF retrata essa situação degradante com a figura de mãos acorrentadas e estendidas, com diferentes idades, gênero e cor, em estado de impotência. A mão que sustenta a corrente da escravidão é a força coercitiva de pessoas que dominam e exploram esse tráfico humano: “Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano à imagem e semelhança de Deus” (CF 2014 – Explicação do cartaz – contracapa). Os cristãos não podem aceitar essa moderna forma de escravidão e desrespeito à dignidade humana. Por isso eles a tentam identificar, a denunciam e somam forças para evitá-la, rompendo as correntes, revigorando as pessoas dominadas por esse crime e apontando para a esperança de libertação: “Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos: ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou’” (Ibidem).
O Papa Francisco se referiu à prática do tráfico humano com palavras de veemente repúdio: “O tráfico de pessoas é uma atividade desprezível, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas”. O pontífice, em Lampedusa – Julho de 2013, ainda nos alertou para a globalização da indiferença, habituando-nos em relação ao sofrimento dos outros, não o considerando responsabilidade nossa: “Peçamos ao Senhor a graça de chorar pela nossa indiferença, de chorar pela crueldade que há no mundo, em nós, incluindo aqueles que, no anonimato, tomam decisões socioeconômicas que abrem a estrada a dramas como este” (Cf. Manual da CF – 2014, Apresentação, p. 8).
Sensibilizados com as palavras do Papa Francisco, assumamos mais uma vez o tema da Campanha da Fraternidade e rezemos para que nosso ser e agir sejam abençoados pelo Senhor, que deu sua vida para salvar a todos:
“Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus.
Nós vos pedimos pelos que sofrem o flagelo do tráfico humano.
Convertei-nos pela força do vosso Espírito, e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.
Comprometidos na superação deste mal, vivamos como vossos filhos e filhas, na liberdade e na paz. Por Cristo nosso Senhor.
Amém!”.

DOM ALOÍSIO DILLI
BISPO DE URUGUAIANA (RS)

fonte:http://www.cnbb.org.br/artigos-dos-bispos-1/-1/13781-campanha-da-fraternidade-2014

Será católico um grande e famoso pastor luterano sueco

Ulk Ekman (foto), 64 anos, chocou seus fiéis quando anunciou que ele e sua esposa ingressarão na Igreja Católica Romana. Em comunicado se justificando, ele diz que agora encontrou um "grande amor por Jesus, uma teologia sã, fundada na Bíblia em dogma clássico", experimentou "a riqueza da vida sacramental", entendeu "a lógica de ter uma estrutura sólida de sacerdócio que mantém a fé da Igreja e a passa de uma geração para a seguinte". Por fim, encontrou "uma força moral e ética consistente que que se atreve a enfrentar a opinião pública, e uma simpatia para com os pobres e fracos".

Ele fundou e liderou por 3 décadas uma igreja de grandes dimensões na Suécia. Enviou missionários para vários países, fundou a maior escola bíblica e construiu a maior igreja da Escandinávia, publicou livros em mais de 60 idiomas e fundou um programa com estações de televisão em todos os continentes.

Na Suécia, apenas 18% da população acredita em Deus e apenas 2% são católicos.

Com informações de Renascença.