31/05/2011

Diálogo anglicano-católico: aprender do outro, mais do que tentar convencê-lo


ARCIC III se compromete com “ecumenismo de recepção”

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 31 de maio de 2011 (ZENIT.org) – O diálogo entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana se realizará nos próximos anos tentando fazer avançar a unidade “aprendendo dos nossos companheiros, mais do que pedindo-lhes que aprendam de nós”.

A Comissão Internacional Anglicano-Católica (ARCIC) se comprometeu a fazer seu o chamado “ecumenismo de recepção”, na primeira reunião da sua terceira fase, realizada de 17 a 27 de maio, no mosteiro italiano de Bose.

Um comunicado do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, divulgado no último sábado, indica que, “na consideração do método que será usado pela ARCIC III, a Comissão se apoiou na aproximação do ecumenismo de recepção.

O ecumenismo de recepção se baseia em nós mesmos e na conversão interior, mais que na tentativa de convencer os outros.

Para o Conselho Pontifício, “anglicanos e católicos podem ajudar-se reciprocamente a crescer na fé, na vida e no testemunho cristão se estiverem abertos e dispostos a deixar-se transformar pela graça divina mediada por uns e outros”.

Discernir o ensinamento ético
Os debates do encontro se centraram na Igreja como comunhão local e universal e em como, na comunhão, a Igreja local e universal consegue discernir o justo ensinamento ético.

A ARCIC III elaborou um programa de trabalho que analisa a Igreja, sobretudo à luz do seu ser radicada em Cristo no mistério pascal.

Os representantes da Igreja Católica neste diálogo explicaram que a Comissão tentará desenvolver uma interpretação teológica da pessoa, da sociedade humana e da nova vida de graça em Cristo.

Basearão sua análise nas Escrituras, na tradição e na razão, além de aproveitar o trabalho precedente da Comissão, que também “examinará algumas questões particulares para explicar como as nossas duas comunhões se comportam na tomada de decisões de natureza moral e como áreas de tensão entre anglicanos e católicos podem ser resolvidas aprendendo uns dos outros”.

45 anos dialogando
O diálogo entre anglicanos e católicos começou oficialmente em 1966, proposto por Paulo VI e pelo arcebispo da Cantuária, Michael Ramsey. Após uma fase preparatória, constituiu-se a Comissão conjunta (ARCIC), em 1968.

A primeira fase do diálogo (ARCIC I) durou de 1970 a 1981, dirigida pelo bispo anglicano Henry McAdoo e pelo católico Alan Clark. Nessa fase, falou-se sobre doutrina eucarística, autoridade e ministério ordenado, chegando à declaração conjunta de Windsor.

A segunda fase (ARCIC II) começou em 1983 e durou até este ano, liderada pelos bispos anglicanos Mark Santer, Frank Griswold e Peter Carnley, e pelos bispos católicos Cormac Murphy O'Connor e Alexander Joseph Brunett.

No entanto, o diálogo oficial foi suspenso pelo Papa João Paulo II em 2003, após a consagração episcopal de Gene Robinson, um homossexual que mantinha uma relação carnal. Posteriormente, as dificuldades aumentaram, com a aprovação da ordenação de mulheres, especialmente para cargos episcopais.

Outro dos acontecimentos sobressalentes dessa segunda fase foi a publicação, por parte do Papa Bento XVI, da constituição apostólica Anglicanorum coetibus, em 9 de novembro de 2009.

Após sua última reunião, o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos destacou que o que une católicos e anglicanos é maior que o que os separa.

(fonte:www.zenit.org)

NÃO TENHAM MEDO DA VIDA!


A Revista VEJA (ed. 2217; ano 44, n.20 de 18/5/2011, pg. 66) publicou a seguinte notícia, muito importante:


“No mundo há um desperdício de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos anualmente, o que equivale a 1/3 da produção global”.

Preste bem atenção nestes dados. Se considerarmos que uma pessoa consuma cerca de 1 kg de alimento por dia, só esse desperdício daria para alimentar 1,3 trilhão de pessoas em um ano, ou 3,56 bilhões por dia durante um ano inteiro.

Considerando que o mundo tem cerca de 6,2 bilhões de pessoas, só esse desperdício daria para manter mais da metade da população do mundo comendo durante um ano!. Conclusão: Não há falta de alimento no mundo! Sobra!

O que falta então? Falta amor; falta distribuição; falta o que João Paulo II chamava de “globalização da solidariedade”.

Essa curta e grande notícia derruba definitivamente por terra a falácia dos que querem dizer que é preciso controlar drasticamente a natalidade por falta de alimento no mundo. É o contrário, está sobrando alimento no mundo; nos EUA e Europa, em certas épocas, o governo paga aos agricultores para não produzirem, pois não há demanda e o preço cairia muito.

O Papa Paulo VI já dizia que “não se trata de diminuir os comensais na mesa, mas de aumentar a comida”. Esta está sobrando e sendo desperdiçada; mas não chega à mesa de todos por razões de mercado (ganância), de guerra, de falta de meios de distribuição, entre outros.

Deus deu ao homem capacidade de sobra de resolver todos os problemas de sua manutenção neste mundo e deu terra, sol e água de sobra se soubermos usar.

Não há justificativa para o controle drástico da natalidade. Os países da Europa estão envelhecendo tristemente, e logo o Brasil também irá começar a envelhecer, porque, infelizmente, o índice de natalidade aqui já está em 1,8 filhos/mulher, quando o mínimo necessário para se manter o número de habitantes é 2,1 filhos/mulher.

Malthus afirmava que o crescimento da natalidade era uma “bomba” demográfica e que o mundo chegaria ao ano 2000 com 20 bilhões de pessoas, sem condições de alimentá-las; errou redondamente. Não chegou a 6 bilhões. Os catastrofistas de plantão continuam assustando a humanidade com segundas intenções. Ecologistas radicais espalham certo terror infundado.

A América Latina é um continente vazio; temos apenas 20 pessoas por quilômetro quadrado, enquanto o Japão tem 330 e os países da Europa 100, em média. E nesses lugares não existe analfabetismo, dengue, fome, analfabetos e outros males. Os países que mais se desenvolvem no mundo hoje são os que têm maior população: Índia e China, ambos com mais de 1 bilhão de habitantes. E a China acaba de suprimir a política do “filho único” porque está faltando mão de obra.

A Igreja sempre condenou esse controle egoísta e comodista da natalidade, desde que a pílula anticoncepcional foi inventada, em 1967.

Não tenho dúvida de que serão muito felizes os casais cristãos de nosso tempo que tiverem a fé e a coragem de viver a lei de Deus e desafiar esta onda contraceptiva e tiver todos os filhos que puderem criar, sem medo, sem comodismo e sem egoísmo, de acordo com a paternidade responsável ensinada pela Igreja. No Jubileu de 2000 João Paulo II pediu aos casais: “Não tenham medo da vida”.

“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude” (Sl 126,3-4).

“Sem crescimento da população não se sairá da crise econômica”, disse o especialista em população Antonio Gaspari (ROMA, 13 de julho de 2009 – ZENIT.org):

O Papa Bento XVI, na Encíclica “Caritas in Veritate”, declarou que:
“A abertura à vida está no centro do verdadeiro desenvolvimento. Quando uma sociedade começa a negar e a suprimir a vida, acaba por deixar de encontrar as motivações e energias necessárias para trabalhar ao serviço do verdadeiro bem do homem” (n. 28).

“Para sair da crise econômica é necessário fazer crescer a população. Considerar o aumento da população como a primeira causa do subdesenvolvimento é errado, inclusive do ponto de vista econômico” (n. 44).

“Os pobres não devem ser considerados um ‘fardo’, mas um recurso, mesmo do ponto de vista estritamente econômico” (n. 35).

E o Catecismo da Igreja Católica ensina que “o filho é o dom mais excelente do matrimônio” (CIC §2378).
É a palavra da Igreja na qual os católicos precisam acreditar e viver.

17/05/2011

"Negar a adoção a homossexuais não é discriminatório"


Bispos colombianos afirmam que adotar não é um direito

BOGOTÁ, terça-feira, 1º de março de 2011 (ZENIT.org) - Os bispos da Colômbia expressaram-se contra a adoção de crianças por pares homossexuais, advertindo que adotar "não é um direito" e que portanto "não há discriminação".
Em nota datada de 25 de fevereiro, os bispos afirmam que não consideram discriminatório "o fato de que o atual ordenamento jurídico nacional não contemple a possibilidade de que pares do mesmo sexo possam adotar crianças".
Não é discriminatório porque "os requisitos para a adoção valem tanto para casais heterossexuais ou pares do mesmo sexo, tendo em conta o bem daquele que é adotado e suas necessidades, que antecedem às dos que adotam".
A adoção - acrescenta a nota - "consiste em criar entre duas pessoas uma relação de filiação, quer dizer, uma relação jurídica e socialmente semelhante à que existe entre um homem e uma mulher e seus filhos biológicos".
"Tal semelhança coloca em evidência não só o alcance jurídico e social da adoção, mas também seus próprios limites: o que a natureza permite, mas também o que a natureza impede, constitui o marco jurídico da adoção.   Não é a Igreja nem o Estado nem a sociedade quem nega aos homossexuais a possibilidade de adotar, mas a própria natureza das coisas".
  O interesse do menor "é a motivação e o fundamento da adoção como figura jurídica". A adoção "só pode ser definida no âmbito das necessidades e do respeito por quem é adotado".
Em resumo - afirmam os bispos -, "a adoção não é um direito dos que querem adotar, sejam eles homossexuais ou heterossexuais, e por isso não se pode falar de violação de um direito fundamental".





"Luz do Mundo": Não fica nem aprovado nem aconselhado o uso do preservativo, afirmou o Cardeal Scherer


SÃO PAULO, 25 Nov. 10 / 05:17 pm (ACI).- Ontem, 24,pela manhã, o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, afirmou em entrevista coletiva concedida na Cúria Metropolitana que "não houve mudança da posição do Papa ou da Igreja em relação à questão do uso do preservativo". Dom Odilo ressaltou que o Papa não disse nada de novo, mas apenas retomou aquilo que por vezes estava esquecido em relação ao uso do preservativo. "O problema não é usar ou não o preservativo, mas a questão verdadeiramente é a humanização da sexualidade e a atitude correta em relação à sexualidade", afirmou o cardeal.


Em nota publicada na página oficial da Arquidiocese da capital paulista, o purpurado explicou que quando o Papa se refere ao caso de pessoas prostituídas usarem o preservativo para evitar que outras pessoas possam ser contaminadas pelo vírus que elas têm, significa que essas pessoas estão dando "um primeiro passo de responsabilidade moral em relação a outras".
"Mas com isso, não fica nem aprovado, nem aconselhado o uso do preservativo", pontuou.

O cardeal mostrou o livro aos jornalistas e leu o trecho em que o entrevistador faz uma questão ao pontífice referente à sua visita à África, em 2009, em que ele afirmou que, nesse continente, a doutrina tradicional da Igreja se revelou o único modo seguro para frear a difusão do vírus HIV. Ao responder, Bento XVI ressaltou que, do ponto de vista jornalístico, a visita "ficou obscurecida" por causa de uma única afirmação. Ele também destacou que "a Igreja é a única instituição que atua concretamente, na prevenção, na ajuda, no aconselhamento e no fato de estar ao lado das pessoas doentes".

No livro, o Papa também destacou que, no âmbito secular, se desenvolveu a chamada "teoria ABC" (traduzindo: abstinência, fidelidade e preservativo), em que o profilático (meio de impedir o contágio) é considerado somente como uma alternativa, quando faltam os outros dois elementos. Sobre isso, Dom Odilo explicou que quando o Papa cita a "teoria ABC", não a assume como parte da moral católica, "mas chama a atenção para o fato de que até no mundo laico já não se fala simplesmente do uso do preservativo".

O cardeal Scherer também destacou que, desde o surgimento da epidemia de AIDS, a Igreja sempre se manifestou e, sobretudo, pela sua ação concreta. "A Igreja Católica convida a todos para um comportamento sexual responsável e para a humanização da sexualidade. Se colocarmos muito destaque no preservativo, esquecemos o que é muito mais grave", completou.

Carta vaticana sobre abusos de menores -

DOCUMENTOS > SANTA SÉ - ORGÃO

Congregação para a Doutrina da Fé


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 16 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos a carta circular que a Congregação para a Doutrina da Fé enviou como subsídio para as Conferências Episcopais na preparação diretrizes para tratar os casos de abusos sexual contra menores por parte de clérigos.

CARTA CIRCULAR
para ajudar as Conferências Episcopais na preparação de linhas diretrizesno tratamento dos casos de abuso sexual contra menores por parte de clérigos

Dentre as importantes responsabilidades do Bispo diocesano para assegurar o bem comum dos fiéis e, especialmente das crianças e dos jovens, existe o dever de dar uma resposta adequada aos eventuais casos de abuso sexual contra menores, cometidos por clérigos na própria diocese. Tal resposta implica a instituição de procedimentos capazes de dar assistência às vítimas de tais abusos, bem como a formação da comunidade eclesial com vistas à proteção dos menores. Tal resposta deverá prover à aplicação do direito canônico neste campo, e, ao mesmo tempo, levar em consideração as disposições das leis civis.

I. Apectos gerais:

a) As vítimas do abuso sexual:
A Igreja, na pessoa do Bispo ou de um seu delegado, deve se mostrar pronta para ouvir as vítimas e os seus familiares e para se empenhar na sua assistência espiritual e psicológica. No decorrer das suas viagens apostólicas, o Santo Padre Bento XVI deu um exemplo particularmente importante com a sua disposição para encontrar e ouvir as vítimas de abuso sexual. Por ocasião destes encontros, o Santo Padre quis se dirigir às vítimas com palavras de compaixão e de apoio, como aquelas que se encontram na sua Carta Pastoral aos Católicos da Irlanda (n. 6): "Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade."

b) A proteção dos menores:
Em algumas nações foram lançados, em âmbito eclesiástico, programas educativos de prevenção, a fim de assegurar "ambientes seguros" para os menores. Tais programas tentam ajudar os pais, e também os operadores pastorais ou escolásticos, a reconhecer os sinais do abuso sexual e a adotar as medidas adequadas. Os supracitados programas mereceram amiúde um reconhecimento como modelos na luta para eliminar os casos de abuso sexual contra menores nas sociedades hodiernas.

c) A formação dos futuros sacerdotes e religiosos
O Papa João Paulo II dizia no ano de 2002: "No sacerdócio e na vida religiosa não existe lugar para quem poderia fazer mal aos jovens" (n. 3, Discurso aos Cardeais americanos, 23 de abril de 2002). Estas palavras chamam à atenção para a responsabilidade específica dos Bispos, dos Superiores Maiores e daqueles que são responsáveis pelos futuros sacerdotes e religiosos. As indicações dadas na Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis, bem como as instruções dos Dicastérios competentes da Santa Sé, possuem uma importância sempre crescente com vistas a um correto discernimento vocacional e a uma formação humana e espiritual sadia dos candidatos. Em particular façam-se esforços de sorte que os candidatos apreciem a castidade, o celibato e a paternidade espiritual do clérigo e que possam aprofundar o conhecimento da disciplina da Igreja sobre o assunto. Indicações mais específicas podem ser integradas nos programas formativos dos seminários e das casas de formação previstas na respectiva Ratio Institutionis Sacerdotalis de cada nação e Instituto de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica.

Uma diligência especial deve ser ademais reservada à indispensável troca de informações acerca daqueles candidatos ao sacerdócio ou à vida religiosa que são transferidos de um seminário a outro, de uma a outra Diocese ou de Institutos religosos a Dioceses.

d) O acompanhamento dos sacerdotes
1. O Bispo tem o dever de tratar a todos os seus sacerdotes como pai e irmão. Além disso, o Bispo deve providenciar com atenção especial à formação permanente do clero, sobretudo nos primeiros anos seguintes à sagrada Ordenação, valorizando a importância da oração e do mútuo apoio na fraternidade sacerdotal. Os sacerdotes devem ser infomados sobre o dano provocado por um clérigo à vítima de abuso sexual e sobre a própria responsabilidade diante da legislação canônica e civil, como também a reconhecer os sinais de eventuais abusos perpetrados contra menores;

2. Os Bispos devem assegurar todo esforço no tratamento dos casos de eventuais abusos que porventura lhes sejam denunciados de acordo com a disciplina canônica e civil, no respeito dos direitos de todas as partes;

3. O clérigo acusado goza da presunção de inocência até prova contrária, mesmo se o Bispo, com cautela, pode limitar o exercício do ministério, enquanto espera que se esclareçam as acusações. Em caso de inocência, não se poupem esforços para reabilitar a boa fama do clérigo acusado injustamente.

e) A cooperação com as autoridades civis
O abuso sexual de menores não é só um delito canônico, mas também um crime perseguido pela autoridade civil. Se bem que as relações com as autoridades civis sejam diferentes nos diversos países, é contudo importante cooperar com elas no âmbito das respectivas competências. Em particular se seguirão sempre as prescrições das leis civis no que toca o remeter os crimes às autoridades competentes, sem prejudicar o foro interno sacramental. É evidente que esta colaboração não se refere só aos casos de abuso cometidos por clérigos, mas diz respeito também aos casos de abuso que implicam o pessoal religioso ou leigo que trabalha nas estruturas eclesiásticas.

II. Breve relatório da legislação canônica em vigor relativa ao delito de abuso sexual de menores perpretado por um clérigo
No dia 30 de abril de 2001, o Papa João Paulo II promulgou o Motu Própio Sacramentorum Sanctitatis Tutela (SST), com o qual se inseriu o abuso sexual de um menor perpetrado por um clérigo no elenco de delicta graviora, reservado à Congregação para a Doutrina da Fé (CDF). A prescrição de um tal delito foi fixada em 10 anos a partir do 18º aniversário da vítima. A legislação do Motu Próprio vale tanto para os clérigos latinos quanto para os clérigos orientais, igualmente para o clero diocesano como para o religioso.

Em 2003, o então Prefeito da CDF, o Cardeal Ratzinger, obteve de João Paulo II a concessão de algumas faculdades especiais para oferecer maior flexibilidade nos processos penais para os casos dedelicta graviora, dentre os quais o uso do processo penal administrativo e o pedido da demissão ex officio nos casos mais graves. Estas faculdades foram integradas na revisão do Motu Próprio aprovada pelo Santo Padre Bento XVI aos 21 de maio de 2010. Segundo as novas normas a prescrição é de 20 anos, os quais nos casos de abuso de menores se calculam a partir do 18º aniversário da vítima. A CDF pode eventualmente derrogar às prescrições em casos particulares. Especificou-se também o delito canônico da aquisição, detenção ou divulgação de material pedopornográfico.

A responsabilidade de tratar os casos de abuso sexual contra menores é, num primeiro momento, dos Bispos ou dos Superiores Maiores. Se a acusação parecer verossímil, o Bispo, o Superior Maior ou o seu delegado devem proceder a uma inquisição preliminar de acordo com os cân. 1717 do CIC, 1468 CCEO e o art. 16 SST.

Se a acusação for considerada crível - digna de crédito, pede-se que o caso seja remetido à CDF. Uma vez estudado o caso, a CDF indicará ao Bispo ou al Superior Maior os ulteriores passos a serem dados. Ao mesmo tempo, a CDF oferecerá uma diretriz para assegurar as medidas apropriadas, seja grantindo um procedimento justo aos clérigos acusados, no respeito do seu direito fundamental à defesa, seja tutelando o bem da Igreja, inclusive o bem das vítimas. É útil recordar que normalmente a imposição de uma pena perpétua, como a dimissio do estado clerical requer um processo penal judicial. De acordo com o Direito Canônico (cf. can. 1342 CIC) os Ordinários não podem decretar penas perpétuas por decretos extra-judiciários; para tanto devem se dirigir à CDF, à qual compete o juízo definitivo a respeito da culpabilidade e da eventual inidoneidade do clérigo para o ministério, bem como a consequente imposição da pena perpétua (SST Art. 21, § 2).

As medidas canônicas aplicadas contra um clérigo reconhecido culpado de abuso sexual de um menor são geralmente de dois tipos: 1) medidas que restringem o ministério público de modo completo ou pelo menos excluindo os contatos com menores. Tais medidas podem ser acompanhadas por um preceito penal; 2) penas eclesiásticas, dentre as quais a mais grave é a dimissio do estado clerical.

Em alguns casos, prévio pedido do próprio clérigo, pode-se conceder a dispensa, pro bono Ecclesiae das obrigações inerentes ao estado clerical, inclusive do celibato.

A inquisição preliminar e todo o processo devem se desenvolver com o devido respeito a fim de proteger a discreção em torno às pessoas envolvidas, e com a devida atenção à sua reputação.

Ao menos que existam razões graves em contrário, o clérigo acusado dever ser informado da acusação apresentada, a fim de que lhe seja dada a possibilidade de responder à mesma, antes de se transmitir um caso à CDF. A prudência do Bispo ou do Superior Maior decidirá qual informação deva ser comunicada al acusado durante a inquisição preliminar.

Compete ao Bispo ou ao Superior Maior prover ao bem comum determinando quais medidas de precaução previstas pelo cân. 1722 CIC e pelo cân. 1473 CCEO devam ser impostas. De acordo com o art. 19 SST, isto se faz depois de começada a inquisição preliminar.

Recorda-se finalmente que se alguma Conferência Episcopal, excetuado o caso de uma aprovação da Santa Sé, julgue por bem dar normas específicas, tal legislação particular dever ser considerada como um complemento à legislação universal e não como substituição desta. A legislação particular dever portanto harmonizar-se com o CIC/CCEO, bem como com o Motu Próprio Sacramentorum Sanctitatis Tutela (30 de abril de 2001) como foi atualizado aos 21 de maio de 2010. Se a Conferência Episcopal decidir estabelecer normas vinculantes, será necessário requerer a recognitio aos Dicastérios competentes da Cúria Romana.

III. Indicações aos Ordinários sobre o modo de proceder
As linhas diretrizes preparadas pela Conferência Episcopal deveriam fornecer orientações aos Bispos diocesanos e aos Superiores Maiores no caso em que fossem informados de possíveis (presunti) abusos sexuais contra menores perpetrados por clérigos presentes no território da sua jurisdição. Tais linhas diretrizes devem levar em conta as seguintes considerações:

a.) o conceito de "abuso sexual contra menores" deve coincidir com a definição do Motu Próprio SST art. 6 ("o delito contra o sexto mandamento do Decálogo cometido por um clérigo com um menor de dezoito anos"), bem como com a praxe interpretativa e a jurisprudência da Congregação para a Doutrina da Fé, levando em consideração as leis civis do País;

b.) a pessoa que denuncia o delito dever ser tratada com respeito. Nos casos em que o abuso sexual esteja ligado com um outro delito contra a dignidade do sacramento da Penitência (SST, art. 4), o denunciante tem direito de exigir que o seu nome não seja comunicado ao sacerdote denunciado (SST, art. 24);

c.) as autoridades eclesiásticas devem se empenhar para oferecer assitência espiritual e psicológica às vítimas;

d.) o exame das acusações seja feito com o devido respeito do princípio de privacy e da boa fama das pessoas;

e.) ao menos que haja graves razões em contrário, já durante o exame prévio, o clérigo acusado seja informado das acusações para ter a possibilidade de responder às mesmas;

f.) os órgãos consultivos de vigilância e de discernimento dos casos particulares, previstos em alguns lugares, não devem substituir o discernimento e a potestas regiminis dos Bispos em particular;

g.) as linhas diretrizes devem levar em consideração a legislação do País da Conferência, especialmente no tocante à eventual obrigação de avisar as autoridades civis;

h.) seja assegurado em todos os momentos dos processos disciplinares ou penais um sustento justo e digno ao clérigo acusado;

i.) exclua-se o retorno o clérigo ao ministério público se o mesmo for perigoso para os menores ou escandaloso para a comunidade.

Conclusão:
As linhas diretrizes preparadas pelas Conferências Episcopais intendem proteger os menores e ajudar as vítimas para encontrar assitência e reconciliação. As mesmas deverão indicar que a responsabilidade no tratamento dos delitos de abuso sexual de menores por parte dos clérigos compete em primeiro lugar ao Bispo diocesano. Por fim, as linhas diretrizes deverão levar a uma orientação comum no seio de uma Conferência Episcopal, ajudando a harmonizar do melhor modo os esforços dos Bispos em particular a fim de salvaguardar os menores.
Roma, da sede da Congregação para a Doutrina da Fé, 3 de Maio de 2011


William Cardinale Levada
Prefeito
+ Luis F. Ladaria, S.I.
Arcebispo Tit. de Thibica
Secretário
[Texto original: Italiano]

13/05/2011

Por que batizar as crianças?


A razão teológica pela qual a Igreja batiza crianças é que o Batismo não é como uma matricula em um clube, mas é um renascer para a vida nova de filhos de Deus, que acontece mesmo que a criança não tome conhecimento do fato. Este renascer da criança a faz herdeira de Deus. A partir do Batismo a graça trabalha em seu coração (cf. 1 Jo 3,9), como um princípio sobrenatural. Elas não podem professar a fé, mas são batizadas na fé da Igreja a pedido dos pais.


Santo Agostinho explicava bem isto:

"As crianças são apresentadas para receber a graça espiritual, não tanto por aqueles que as levam nos braços (embora, também por eles, se são bons fiéis), mas sobretudo pela sociedade espiritual dos santos e dos fiéis...

É a Mãe Igreja toda, que está presente nos seus santos, a agir, pois é ela inteira que os gera a todos e a cada um " (Epist. 98,5).

Nenhum pai espera o filho chegar à idade adulta para lhe perguntar se ele quer ser educado, ir para a escola, tomar as vacinas, etc. Da mesma forma deve proceder com os valores espirituais. Se amanhã, esta criança vier a rejeitar o seu Batismo, na idade adulta, o mal lhe será menor, da mesma forma que se na idade adulta renegasse os estudos ou as vacinas que os pais lhe propiciaram na infância.

A Bíblia dá indícios de que a Igreja sempre batizou crianças. Na casa do centurião Cornélio ("com toda a sua casa"; At 10,1s.24.44.47s); a negociante Lídia de Filipos (At 16,14s); o carcereiro de Filipos (16, 31-33), Crispo de Corinto (At 18,8); a família de Estéfanas (1Cor 1, 16).

Orígenes de Alexandria (+250) e S. Agostinho (430), atestam que "o costume de batizar crianças é tradição recebida dos Apóstolos".

Santo Irineu de Lião (+202) considera óbvia a presença de "crianças e pequeninos" entre os batizados (Contra as heresias II 24,4).

Um Sínodo da África, sob São Cipriano de Cartago (+258) aprovou que se batizasse crianças "já a partir do segundo ou terceiro dia após o nascimento" (Epist. 64).

O Concílio regional de Cartago, em 418, afirmou:

"Também os mais pequeninos que não tenham ainda podido cometer pessoalmente um pecado, são verdadeiramente batizados para a remissão dos pecados, a fim de que, mediante a regeneração, seja purificado aquilo que eles têm de nascença" (Cânon 2, DS,223).

No Credo do Povo de Deus, o Papa Paulo VI afirmou:

"O Batismo deve ser ministrado também às criancinhas que não tenham podido ainda tornar-se culpadas de qualquer pecado pessoal, a fim de que elas, tendo nascido privadas da graça sobrenatural, renasçam pela água e pelo Espírito Santo para a vida divina em Cristo Jesus" (nº 18).

A Bíblia sugere o batismo de todos, o que inclui as crianças:

Atos 2,38-39: "Disse-lhes Pedro: 'Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos que estão longe - a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar'."

Atos 16,15: "Depois que foi batizada, ela e a sua casa, rogou-nos dizendo:

'Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali'. E nos constrangeu a isso."

Atos 16,33: "Tomando-os o carcereiro consigo naquela mesma noite, lavou-lhes os vergões; então logo foi batizado, ele e todos os seus."

Atos 18,8: "Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor, com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados."

1Coríntios 1,16: "Batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro".

O Batismo é necessário a todos, inclusive às crianças

João 3,5: "Jesus respondeu: 'Em verdade, em verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus'."

Romanos 6,4: "De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo ressurgiu dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida."

"Todos pecaram" em razão do pecado de Adão, inclusive as crianças
Romanos 3,23: "Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus"

Romanos 5,12.19: "Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Pois como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos."

Salmo 51[52],5: "Certamente em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe."

A Circuncisão (em geral realizada em crianças, cf. Gênesis 17,12), foi substituída pelo Batismo

Colossenses 2,11-12: "Nele também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados com ele no batismo, nele também ressurgistes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos."

As crianças podem crer
Marcos 9,42: "E quem escandalizar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado ao mar"

Lucas 1,41-44: "Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre, e Isabel foi cheia do Espírito Santo. Exclamou ela em alta voz: 'Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. De onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor? Ao chegar-me aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre."

Salmo 21[22],10-11: "Contudo, tu me tiraste do ventre; tu me preservaste, estando eu ainda aos seios de minha mãe. Sobre ti fui lançado desde o nascer, tu és o meu Deus desde o ventre da minha mãe."

fonte:Prof. Felipe Aquino























Gnosticismo: O que é?

Esta palavra tem aparecido ultimamente por causa do chamado "Evangelho de Judas", que é de fundo gnóstico; e também por causa do livro "O Código da Vinci", de Dan Brown (Editora Sextante, 2004), onde o autor diz que se baseou nos evangelhos apócrifos e gnósticos de Maria Madalena, Filipe e Tomé, para fazer as suas afirmação contra a Igreja católica. O gnosticismo está também na base filosófica e religiosa de muitos movimentos e seitas como a Nova Era, o espiritismo, hinduísmo, etc. Mas, afinal , o que é este gnosticismo?


Em poucas palavras vamos tentar explicar. É uma concepção religiosa muito antiga, de antes de Cristo, que veio do Oriente, provavelmente da Pérsia, e que se infiltrou na Igreja gerando uma terrível heresia que foi severamente combatida já pelos Apóstolos São Paulo, São Pedro e São João em suas cartas, e também por Santo Irineu (130-200) no seu famoso livro "Contra os Hereges" (Ed. Paulus, Patrística, Vol. 4, 1995, SP).

O gnosticismo acredita que há como que dois deuses; um deus bom e outro mau; e o mundo teria sido criado pelo deus mau, um deus menor, que eles chamam de demiurgo; este seria o nosso Deus da Bíblia, dai todas as tragédias contadas nela. Para esta crença, as almas dos homens já existiam em um universo de luz e paz (Plenoma); mas houve uma "tragédia" - algo como uma revolta - e assim esses espíritos foram castigados sendo aprisionados em corpos humanos, como em uma cadeia, pelo deus demiurgo, e que os impede de voltar ao estado inicial. A salvação dessas almas só seria possível mediante a libertação dessa cadeia que é o corpo, que é mau, e isto só seria possível através de um conhecimento (gnose em grego) secreto, junto com práticas mágicas (esotéricas) sobre Deus e a vida, revelados aos "iniciados", e que dariam condições a eles de se salvarem. Por isso os gnósticos não acreditam na salvação por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo; não acreditam no pecado, nos anjos, nos demônios, e nem no pecado original. Para eles o mal vem da matéria e do corpo humano, que são maus. A Igreja muitas vezes teve que se pronunciar contra isto e muitas vezes relembrou que "tudo o que Deus fez é bom". Para o gnosticismo tudo que é material foi criado pelo deus mal e deve ser desprezado; assim, por exemplo, o casamento e tido como mau porque através dele o homem (corpo) se multiplica. São Paulo combateu isto em 1Tm 4, 1ss. Tudo o que é espiritual teria sido criado pelo deus bom.

Segundo ainda o gnosticismo "cristão", o Deus bom , Supremo, teria enviado ao mundo o seu mensageiro, Jesus Cristo, como redentor (um eon), um "Avatar", portador da "gnósis", a palavra revelada a alguns escolhidos e que leva à salvação (libertação do corpo). Jesus não teria tido um corpo de verdade, mas apenas um corpo aparente (docetismo); doceta em grego quer dizer aparente. Jesus teria então um corpo ilusório que não teria sido crucificado. S. João combateu isto em suas cartas (cf.1 Jo 18,-23)

O gnosticismo acredita também na reencarnação para a salvação da pessoa; vê-se então, que é radicalmente oposto ao Cristianismo.

fonte:Prof. Felipe Aquino

ENCOSTO E DESCARREGO

Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"

D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 495 - Ano: 2003 - p. 418

Em síntese: A revista ÉPOCA de 26/04/03 publicou significativa reportagem sobre o procedimento do descarrego (pretenso exorcismo) praticado na Igreja Universal do Reino de Deus. Esta, embora combata as religiões afro-brasileiras, conserva certa afinidade com elas: todas as desgraças seriam produto de um "espírito encostado", que deve ser "descarregado" na Igreja Universal do Reino de Deus. Esta também distribui aos carentes objetos usuais nos terreiros afro-brasileiros: arruda, sal, óleo, (...).

A revista ÉPOCA, edição de 26/04/03 publicou uma reportagem intitulada "O Exorcismo e Atração da Noite" e redigida por Alexandre Mansur e Luciana Vicária. Tem por subtítulo: "Humilhantes rituais para ganhar fiéis pela TV baseiam-se em técnicas conhecidas para produzir um transe". Os repórteres analisam um programa de televisão filmado numa sessão da IURD, põem em evidência as táticas de libertação ou cura aplicadas pelos respectivos pastores. - Tal artigo, embora nada de novo diga, merece a atenção do grande público.

Pressuposto
Na raiz dos mencionados rituais está a premissa segundo a qual toda desgraça - financeira, profissional, afetiva, doentia (...) - é devida a um espírito "encostado", que pode ser um anjo mau (demônio) como pode ser uma "alma penada" que tenha o poder de entravar a vida das pessoas na terra.

Ora tal concepção não é cristã. A fé cristã ensina que o demônio existe, sim, e, por permissão de Deus, tenta os homens ao pecado; é esta a sua grande meta; pode também apoderar-se do corpo de alguém em casos raros, mas não se pode dizer que seja o autor de todos os males que acometem o homem. As criaturas humanas e infra-humanas, limitadas como são, trazem em si mesmas a causa de muitos dos males que padecem. A respectiva solução, por conseguinte, não está em rituais religiosos, mas na medicina e no emprego dos recursos humanos (que a oração e a graça divina podem tornar eficientes).

O neopentecostalismo da Igreja Universal do Reino de Deus (URD) retrocede assim ao plano do animismo dos povos primitivos.

Eis como os repórteres descrevem o programa de televisão "Atração da noite".
Os rituais aplicados
Num desses programas, o bispo da Igreja Universal Romualdo Panceiro interroga, no púlpito, uma fiel que se debate, como se estivesse possuída. Com voz rouca e enrolada, ela se identifica como um "mau espírito" - a serviço de inimigos da pobre mulher. O bispo, então, a agarra, puxa seus cabelos, torce-lhe o braço e verga seus joelhos. No ponto alto da cena humilhante, Panceiro pergunta quais desgraças o anjo caído causa na vida daquela cristã. A voz gutural retruca:

- Deram um bode para mim matar ela. O marido dela já ficou sem as duas pernas. Ele tem que fumar maconha até morrer.

A câmera se aproxima.
- Eu quero deixar o filho dela morrer primeiro. É para fazer ela sofrer - completa a voz.

O bispo assegura-se de que a platéia extasiada da Catedral da Fé, o maior templo da Universal em São Paulo, acompanhou o depoimento. Depois, acena a expulsa do espírito. Profere uma oração invocando o poder de Jesus e ordena que ele deixe o corpo sofredor. A fiel acorda do transe.

Encerrado o espetáculo, o mesmo bispo exorcista completa a pregação. Diz que dificuldades da vida de todo tipo são causadas por olho gordo ou feitiçaria materializados nos "encostos". E a única coisa a fazer é correr para um templo da Universal e submeter-se a um ritual de exorcismo - as "sessões de descarrego". Na Sexta-feira 18 de abril, o programa se superou ao exibir o exorcismo de um jovem em conflito com sua sexualidade. Ao expulsar o "encosto", o bispo explicou que as inclinações gays do rapaz eram resultado de um "feitiço" encomendado por um homem que se apaixonara por ele. "Agora você pode engrossar sua voz. O encosto foi embora", disse.

Esses rituais são corriqueiros em cultos da Universal e de outras igreja neopentecostais.

O teatro da possessão demoníaca é eficiente também porque é divertido. O paulistano Eduardo Oliveira, de 28 anos, tornou-se figura conhecida no placo da Catedral da Fé, megatemplo da Igreja Universal. Incorpora encostos e demônios quase toda semana. "Não tenho culpa, sou mais sensível que os outros e me entrego com mais facilidade", explica. Oliveira foi batizado na Igreja Católica. Há pouco mais de um ano, abalado pela perda do emprego e do fim de um antigo namoro, foi atraído por um programa de TV da Igreja Universal. "Já experimentei outras Igrejas, mas, em matéria de libertação, não existem melhor que a Universal : a reza é forte e específica". Oliveira fecha os olhos, une e aperta as mãos contra o peito. Começa a rezar em voz alta. Um obreiro atento aos fiéis mais exaltados se aproxima. "Eu ordeno, se manifeste", diz o obreiro, fazendo movimentos circulares com a cabeça do fiel. Oliveira se joga no chão e começa a se debater. "Minha perna fica bamba, meus braços amolecem, quando dou por mim estou no altar", diz.

Comentam os repórteres
A pretexto do combater "espíritos do mal", o programa Coisas da Vida exibe rituais de exorcismo que reproduzem transes da umbanda e do espiritismo.

Igrejas de massa precisam dominar a televisão para sobreviver. Programas de rádio e televisão religiosos não atraem receita publicitária, mas não há modo melhor de chamar fiéis para os templos - o verdadeiro celeiro de ofertas. Oito em cada dez fiéis para os templos - o verdadeiro celeiro de ofertas. Oito em cada dez fiéis que chegam a um templo de Edir Macedo foram cativados pela pregação no vídeo. A cada minuto, o programa da Universal exibe o telefone do SOS Espiritual, que fornece o endereço da igreja mais próxima do espectador. "A TV é vital para garantir que o crente vá a um templo e lá entregue dízimos e ofertas", diz Regina Novaes, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser).

Ainda que impressionem à primeira vista, os transes testemunhados nos templos e nas TVs da Igreja Universal recorrem a truque conhecidos. A começar por uma mensagem sedutora: o pastor diz que o fiel é uma boa pessoa e todo o mal que ele faz ou sofre é causado por um espírito maligno. Quem vive dramas insuperáveis se entrega facilmente à fantasia.

"As pessoas são sugestionadas pela voz autoritária do pastor até atingirem uma espécie de estado hipnótico", diz a psicóloga paulista Denise Ramos. A repetição das orações em voz alta, de olhos fechados, conhecia pela medicina como respiração holotópica, produz um fenômeno de superoxigenação no cérebro. O resultado é um rebaixamento dos níveis de consciência. Quem está no meio de um agrupamento tomado pela euforia tende a se deixar contaminar pela emoção. Há um mecanismo do sistema límbico do cérebro, o mais básico da área nervosa, que induz a pessoa a se comportar segundo as atitudes da multidão que a cerca. "É por isso que choramos em comícios ao ouvir o Hino Nacional", compara Denise Ramos.

A gritaria dos milhares de fiéis que participam das sessões de descarrego contagia a quem está lá carregando conflitos psicológicos. "O povão não tem acesso á psicanálise. As pessoas procuram esses cultos populares para aplacar seu inferno interior", diz o pastor Mozart Noronha, da Igreja Luterana do Brasil. Pastores e seus auxiliares, chamados de obreiros, aprendem a induzir o transe. "Quando a pessoa está tonta, fica mais aberta para manifestar os demônios", diz a obreira Aparecida Santos, ex-fiel da Igreja Universal, atualmente na Igreja Internacional da Graça de Deus. Ela costuma a mão na cabeça dos fiéis e faze-la rodar. Outro recurso que funciona é tocar músicas altas no teclado, com acordes bem tenebrosos. "Porque o demônio não gosta de silêncio", explica a obreira. Aparecida aprendeu as técnicas do exorcismo na Universal, onde passou cinco anos como auxiliar de pastores. Está convencida de que as cenas na Igreja são manifestações reais de entidades do mal. "O diabo está lá mesmo", afirma. Só discorda dos métodos de sua ex-igreja. "A Universal expõe muito a privacidade da pessoa". Nos cultos dos quais participa hoje, Aparecida identifica quem está possesso e o encaminha a um canto da Igreja.

Jogar a culpa por tudo que há de errado no demônio é uma solução confortável para quem busca alívio nos cultos. As conseqüências podem ser perigosas. "A pessoa sai da Igreja acreditando que não tem responsabilidade moral pelos erros que comete", diz o pastor evangélico Ariovaldo Ramos. O crente também fica convencido de que possui uma personalidade frágil e influenciável. "Ele está pronto para ser manipulado por qualquer líder espiritual que se apresente como solução. Escapa dos vícios para virar escravo desses pregadores", acusa.

O neopentecostalismo se desenvolve nos extratos mais pobres da população. Pesquisas revelam que um terço dos fiéis sobrevive com menos de dois salários mínimos, 68% não passaram do ensino fundamental e um em cada dez é analfabeto. Em geral, acreditam em magia negra e forças ocultas. "O povo acha que o demônio está por aí. Agindo através dos incautos", diz a antropóloga Regina Novaes, do Iser.

Até aqui os repórteres da revista ÉPOCA.

Objetos "poderosos"
Em complemento do descarrego, a IURD distribui aos seus fiéis objetos tidos como poderosos. A fim de obter seus benefícios, as pessoas vão buscá-los no altar, prometendo fazer ofertas generosas. Eis o que vem oferecido:

1. Pedras, pois não é só com orações que se expulsam os encostos. As pedras devem ser atiradas contra um boneco gigante colocado sobre o altar da Catedral da Fé em São Paulo, como representante do gigante Golias, que Davi venceu com um lance de pedra (cf. 1Sm 17, 43-54).
2. Arruda sob forma de sabonete, destinado a livrar o corpo de impurezas.
3. Óleo: o azeite é colocado em frascos. Seja agitado para afastar "maus olhados".
4. Sal: vem em pratos de plástico, tendo por finalidade purificar o lar e o local de trabalho.
5. Envelope vazio, que na semana seguinte deverá se devolvido com a respectiva oferta, sinal da fé do oferente.
Estes dados bem mostram quanto a IURD se aproxima das religiões afro-brasileiras e se vai afastando da autêntica mensagem cristã.

11/05/2011

DENOMINAÇÃO AMERICANA APROVA OFICIALMENTE A ORDENAÇÃO DE OFICIAIS GAYS


Segue-se uma maioria dos votos dos 173 presbitérios (organismos que regem o distrito) nesta terça-feira (10/05/2011) para alterar a constituição da igreja a fim de permitir que membros que matenham relacionamento com pessoas do mesmo sexo sejam ordenados como pastores, ministros, presbíteros e diáconos. A mudança acaba com a exigência constitucional para os oficiais de viverem na fidelidade dentro da instituição do casamento entre um homem e uma mulher, ou a castidade no celibato.


Também termina 33 anos de disputa entre partidários e adversários do movimento e inverte o resultado de uma votação-chave de dois anos atrás, quando a maioria dos presbitérios vetaram a proposta.

No ano passado, na Presbyterian Church USA (Denominação Presbiteriana dos Estados Unidos) o seu mais alto órgão legislativo votou para retirar a proibição contra a ordenação do clero homossexual. Foi a quarta vez, desde 1997, que a Assembleia Geral aprovou uma resolução deste tipo. Anteriormente, a medida foi rejeitada pelos presbitérios da denominação quatro vezes seguidas. O voto da maioria dos presbitérios é necessária para alterar a constituição da Igreja.

Durante o ano passado, presbitérios votaram para aprovar a alteração da constituição da Igreja e desta vez, 19 presbitérios que haviam votado contra o movimento mudaram seu voto, talvez por consequência da saída de muitos membros conservadores nos últimos anos. Na terça-feira, o presbitério de Twin Cities tornou-se o oitavo sétimo presbitério a apoiar o movimento, esse foi o voto decisivo para dar a luz verde.

A Igreja Unida de Cristo, a Igreja Evangélica Luterana na América e na Igreja Episcopal já permitem a ordenação dos candidatos abertamente gays.

A ordenação do gay Gene Robinson, em 2003, causou uma fissura irreversível na Igreja Episcopal, que levou à separação dos membros ortodoxos e a formação de um novo corpo, a Igreja Anglicana na América do Norte. Embora a Comunhão Anglicana, da qual faz parte do TCE, proíbe abertamente o clero homossexual, do TCE aprovou uma resolução em 2009 a abertura do processo de ordenação à todos os membros batizados, o que inclui homossexuais praticantes.

Divisão também vem ocorrendo na ELCA , que abriu as portas para as lésbicas e clérigos homossexuais em 2009. Embora o corpo da igreja Presbiteriana não tivesse aprovado a ordenação gay até este ano, muitas congregações ortodoxas foram levadas ao descontentamento com o rumo liberal que já estava se movendo dentro da denominação, de acordo com levantamento da própria denominação, cerca de 100 congregações de 11 mil já deixaram a PC (USA) nos últimos cinco anos, com a perspectiva de que mais membros podem em breve se juntar a eles.

Um grupo conservador na denominação, presbiterianos para a renovação, disse em uma indicação terça-feira que estava considerando a possibilidade de formação de novas bolsas de convênio "dentro e talvez para além da PC (USA)."

Estas bolsas seriam baseadas em acordo de mais fidelidade teológica e "apoio contínuo à fidelidade bíblica", disse.

"Embora a votação em curso nos presbitérios restante seja importante, tanto como meio de testemunho fiel, e por uma questão de compreensão do estado de nossas divisões, o padrão bíblico da fidelidade no matrimônio entre um homem e uma mulher e a castidade no celibato em breve será removida como uma norma explícita denominacional para a ordenação e / ou posse de oficiais na igreja ", disse o grupo.

"Estamos profundamente aflitos com esta ação infiel, pois traz um grande prejuízo para a vida e o testemunho da PC (USA)", continuou. "Nós temos orado para que nossa denominação matenha esse padrão bíblico, e temos trabalhado para mantê-lo. Mas agora uma linha foi cruzada.

"A revisão do nosso Livro de Ordem sinaliza uma grande mudança em nossa vida de aliança e uma partida a partir das crenças e práticas da igreja histórica e global. Nós que estamos comprometidos com retendo o ensino claro da Escritura deve orar e trabalhar ainda mais para discernir a forma de avançar com fidelidade bíblica e por uma denominação que perdeu o seu caminho. "

Outra denominação protestantes, a Igreja Metodista Unida, ainda está debatendo o assunto. A muito menor e mais conservadora Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos proíbe a ordenação de mulheres e de candidatos declaradamente gays.
 
(fonte: http://presbiterianoscalvinistas.blogspot.com/2011/05/aprovada-oficialmente-ordenacao-de.html

São Judas Tadeu -Vida dos santos parte II


Judas, apóstolo que celebramos hoje, para não ser confundido com Judas Iscariotes, "apóstolo da perdição", o traidor de Jesus, foi chamado nos evangelhos de Judas Tadeu. O nome Judas vem de Judá e significa festejado. Tadeu quer dizer peito aberto, destemido, melhor ainda, magnânimo.


Era natural de Caná da Galiléia, na Palestina, filho de Alfeu, também chamado Cléofas, e de Maria Cléofas, ambos parentes de Jesus. O pai era irmão de são José; a mãe, prima-irmã de Maria Santíssima. Portanto Judas era primo-irmão de Jesus e irmão de Tiago, chamado o Menor, também discípulo de Jesus.

Os escritos cristãos dessa época revelam mesmo esse parentesco, uma vez que Judas Tadeu seria um dos noivos do episódio que relata as bodas de Caná, por isso Jesus, Maria e os apóstolos estariam lá.

Na Bíblia, ele é citado pouco, mas de maneira importante. No evangelho de Mateus, vemos que Judas Tadeu foi escolhido por Jesus. Enquanto nas escrituras de João ele é narrado mais claramente. Na ceia, Judas Tadeu perguntou a Jesus: "Mestre, por que razão deves manifestar-te a nós e não ao mundo?" Jesus respondeu-lhe que a verdadeira manifestação de Deus está reservada para aqueles que o amam e guardam a sua palavra. Também faz parte do Novo Testamento a pequena Carta de São Judas, a qual traz os fundamentos para perseverar no amor de Jesus e adverte contra os falsos mestres.

Após ter recebido o dom do Espírito Santo, Judas Tadeu iniciou sua pregação na Galiléia. Realizou inúmeros milagres em sua caminhada pelo Evangelho. Depois, foi para a Samaria e, próximo do ano 50, tomou parte no primeiro Concílio, em Jerusalém. Em seguida, continuou a evangelizar na Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia, onde encontrou Simão, e passaram a viajar juntos.

Conta a tradição que percorreram juntos as doze províncias do Império Persa, nas quais converteram muitos pagãos. Ainda segundo essa fonte, os dois apóstolos foram torturados e mortos no mesmo dia, por pagãos perseguidores. Por isso a Igreja manteve a mesma data para as duas homenagens.

Ao certo, o que sabemos é que o apóstolo Judas Tadeu tornou-se um mártir da fé, isto é, morreu por amor a Jesus Cristo. A sua pregação e o seu testemunho eram tão intensos que os pagãos se convertiam. Os sacerdotes pagãos, furiosos, mandaram assassinar o apóstolo, a golpes de bastões, lanças e machados. Tudo teria acontecido no dia 28 de outubro de 70.

Os restos mortais, guardados primeiro no Oriente Médio e depois na França, agora são venerados em Roma, na Basílica de São Pedro. Considerado pelos cristãos o santo intercessor das causas impossíveis, foi a partir da devoção de santa Gertrudes que essa fama ganhou força no mundo católico. Ela, em sua biografia, relatou que Jesus lhe aconselhou invocar são Judas Tadeu até nos "casos mais desesperados". Depois disso, aumentou o número de devotos do seu poder de resolver as causas que parecem sem solução. Diz a tradição que não há um devoto que tenha pedido sua ajuda e não tenha sido atendido.

A festa de são Judas Tadeu é celebrada no dia 28 de outubro, tanto na Igreja ocidental como na oriental. No Brasil, é um evento que altera toda a rotina do país, pois são multidões de católicos que querem agradecer e celebrar o querido santo padroeiro nas igrejas.

fonte http://www.cot.org.br/igreja/santo.php?id=413

Santa Rita de Cássia

Neste dia celebramos a vida santa da esposa, mãe, viúva e depois religiosa: Santa Rita de Cássia que tornou-se popular pela sua intercessão em casos impossíveis. Nascida em 1381 de uma pobre família que muito bem comunicou-lhe a riqueza que é viver o Evangelho.


Desde pequena manifestava sua grande devoção a Nossa Senhora, confiança na intercessão de São João Batista e de Santo Agostinho. No coração de Santa Rita crescia o desejo da vida religiosa porém foi casada pelos pais com Paulo Ferdinando que de início aparentava de boa índole, porém começou a se mostrar grosseiro, violento e fanfarrão.

Santa Rita de Cássia grande intercessora sofreu muito com o esposo, até que foi assassinado e acabou gerando nos dois filhos gêmeos grande revolta e vontade de vingança. Santa Rita de Cássia se entregava constantemente a oração, e ao testemunho de caridade, tanto que perdoou o esposo e assassinos, mas infelizmente perdeu cedo os filhos. Como viúva conseguiu a graça de entrar na vida religiosa, chagada, e em meio a novas situações humanamente impossíveis, conseguiu superar com a graça de Deus todos os desafios pela santidade.



Santa Clara de Assis

Clara nasceu em Assis, no ano 1193, no seio de uma família da nobreza italiana, muito rica, onde possuía de tudo. Porém o que a menina mais queria era seguir os ensinamentos de Francisco de Assis. Aliás, foi Clara a primeira mulher da Igreja a entusiasmar-se com o ideal franciscano. Sua família, entretanto, era contrária à sua resolução de seguir a vida religiosa, mas nada a demoveu do seu propósito.


No dia 18 de março de 1212, aos dezenove anos de idade, fugiu de casa e, humilde, apresentou-se na igreja de Santa Maria dos Anjos, onde era aguardada por Francisco e seus frades. Ele, então, cortou-lhe o cabelo, pediu que vestisse um modesto hábito de lã e pronunciasse os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência.

Depois disso, Clara, a conselho de Francisco, ingressou no Mosteiro beneditino de São Paulo das Abadessas, para ir se familiarizando com a vida em comum. Pouco depois foi para a Ermida de Santo Ângelo de Panço, onde Inês, sua irmã de sangue, juntou-se a ela.

Pouco tempo depois, Francisco levou-as para o humilde Convento de São Damião, destinado à Ordem Segunda Franciscana, das monjas. Em agosto, quando ingressou Pacífica de Guelfúcio, Francisco deu às irmãs sua primeira forma de vida religiosa. Elas, primeiramente, foram chamadas de "Damianitas", depois, como Clara escolheu, de "Damas Pobres", e finalmente, como sempre serão chamadas, de "Clarissas".

Em 1216, sempre orientada por Francisco, Clara aceitou para a sua Ordem as regras beneditinas e o título de abadessa. Mas conseguiu o "privilégio da pobreza" do papa Inocêncio III, mantendo, assim, o carisma franciscano. O testemunho de fé de Clara foi tão grande que sua mãe, Ortolana, e mais uma de suas irmãs, Beatriz, abandonaram seus ricos palácios e foram viver ao seu lado, ingressando também na nova Ordem fundada por ela.

A partir de 1224, Clara adoeceu e, aos poucos, foi definhando. Em 1226, Francisco de Assis morreu e Clara teve visões projetadas na parede da sua pequena cela. Lá, via Francisco e os ritos das solenidades do seu funeral que estavam acontecendo na igreja. Anteriormente, tivera esse mesmo tipo de visão numa noite de Natal, quando viu, projetado, o presépio e pôde assistir ao santo ofício que se desenvolvia na igreja de Santa Maria dos Anjos. Por essas visões, que pareciam filmes projetados numa tela, santa Clara é considerada Padroeira da Televisão e de todos os seus profissionais.

Depois da morte de são Francisco, Clara viveu mais vinte e sete anos, dando continuidade à obra que aprendera e iniciara com ele. Outro feito de Clara ocorreu em 1240, quando, portando nas mãos o Santíssimo Sacramento, defendeu a cidade de Assis do ataque do exercito dos turcos muçulmanos.

No dia 11 de agosto de 1253, algumas horas antes de morrer, Clara recebeu das mãos de um enviado do papa Inocêncio IV a aguardada bula de aprovação canônica, deixando, assim, as sua "irmãs clarissas" asseguradas. Dois anos após sua morte, o papa Alexandre IV proclamou santa Clara de Assis

Nossa Senhora do Carmo

Ao olharmos para a história da Igreja encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor a Virgem Mãe de Deus; é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual.


Carmelo em hebraico, carmo significa vinha; e elo significa Senhor; portanto, Vinha do Senhor: este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi pré-figurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf I Rs 18,20-45). Estes profetas foram participantes da obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos; chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este por sua vez estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe: Recebe, meu filho, este escapulário da tua ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno.

Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: Devemos colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo e ainda escapulário não é carta-branca para pecar; é uma lembrança para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte". Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, não há como não falar da história dos Carmelitas e do Escapulário, pois onde estão os filhos aí está a amorosa Mãe

Arcanjos São Miguel,São Gabriel e São Rafael


O mês de setembro tornou-se o mais festivo para os cristãos, pois a Igreja unificou a celebração dos três arcanjos mais famosos da história do catolicismo e das religiões - Miguel, Gabriel e Rafael - para o dia 29 de setembro, data em que se comemorava apenas o primeiro.


Esses três arcanjos representam a alta hierarquia dos anjos-chefes, o seleto grupo dos sete espíritos puros que atendem ao trono de Deus e são seus "mensageiros dos decretos divinos" aqui na terra.

Miguel, que significa "ninguém é como Deus", ou "semelhança de Deus", é considerado o príncipe guardião e guerreiro, defensor do trono celeste e do Povo de Deus. Fiel escudeiro do Pai Eterno, chefe supremo do exército celeste e dos anjos fiéis a Deus, Miguel é o arcanjo da justiça e do arrependimento, padroeiro da Igreja Católica. Costuma ser de grande ajuda no combate contra as forças maléficas. É citado três vezes na Sagrada Escritura, que narramos na sua página. O seu culto é um dos mais antigos da Igreja.

Gabriel significa "Deus é meu protetor" ou "homem de Deus". É o arcanjo anunciador, por excelência, das revelações de Deus e é, talvez, aquele que esteve perto de Jesus na agonia entre as oliveiras. Padroeiro da diplomacia, dos trabalhadores dos correios e dos operadores dos telefones, comumente está associado a uma trombeta, indicando que é aquele que transmite a Voz de Deus, o portador das notícias. Na sua página, descrevemos com detalhes as suas aparições citadas na Bíblia . Além da missão mais importante e jamais dada a uma criatura, que o Senhor confiou a ele: o anúncio da encarnação do Filho de Deus. Motivo que o fez ser venerado, até mesmoe no islamismo.

Rafael, cujo significado é "Deus te cura" ou "cura de Deus", teve a função de acompanhar o jovem Tobias, personagem central do livro Tobit, no Antigo Testamento, em sua viagem, como seu segurança e guia. Foi o único que habitou entre nós, passagem que pode ser lida na página dedicada a ele. Guardião da saúde e da cura física e espiritual, é considerado, também, o chefe da ordem das virtudes. É o padroeiro dos cegos, médicos, sacerdotes e, também, dos viajantes, soldados e escoteiros.

A Igreja Católica considera esses três arcanjos poderosos intercessores dos eleitos ao trono do Altíssimo. Durante as atribulações do cotidiano, eles costumam aconselhar-nos e auxiliar, além, é claro, de levar as nossas orações ao Senhor, trazendo as mensagens da Providência divina. Preste atenção, ouça e não deixe de rezar para eles.