10/01/2013

Evangelizar para que?


Dizer que “Vida de Deus existe em todas as religiões”, é lançar joio no trigo puro do Senhor; é um convite terrível para que os católicos se liguem a outras religiões, já que em todas elas existe “Vida de Deus”. No mínimo essa afirmação dá à Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo um sentido relativo; algo dispensável.
Se todas as religiões são boas, se em todas elas está a “Vida de Deus”, então, todos os deuses são verdadeiros e todos os credos dessas religiões são válidos e a morte de Cristo foi em vão, o trabalho de evangelização da Igreja é inútil; os mártires morreram e morrem hoje em vão.Desta forma se nivela Jesus Cristo com Buda, Maomé, Massaharu Tanigushi, Alan Kardec, etc. Se é assim, então, para que 2000 de lutas da Igreja contra as heresias, os 21 Concílios ecumênicos para vencer o arianismo, o pelagianismo, o nestorianismo, o macedonismo, o monofisismo, o monoteletismo, o iconoclasmo, o jansenismo, o protestantismo e outras heresias?
Será que tudo isso foi em vão? Uma perda de tempo da Igreja e dos seus santos Padres, santos e doutores? Não, ao aprovar o Catecismo em 1992, na “Constituição Fidei depósitum” o Papa disse: “Guardar o depósito da fé é a missão que o Senhor confiou à sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos”. A Igreja sabe que se o sagrado “depósito” (1Tm 6,20) , a “sã doutrina” (1Tm 1, 10; Tt 2, 1), for corrompido, tudo estará perdido. Para São Paulo, a salvação está na verdade e esta está na Igreja. “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade!” (1Tm 2, 4); mas, “A Igreja é a coluna e fundamento da  verdade” (1Tm 3,15). S. Paulo fala do perigo das “doutrinas estranhas” (1 Tm 1,3); dos “falsos doutores” (1 Tm 4, 1-2).
Evangelizar é levar o Evangelho da salvação a todos os povos. A ordem do Senhor é esta: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20).
E sabemos que não há salvação fora de Jesus Cristo e da Igreja Católica. São Pedro diz claro:
“Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. (At 4, 12). São Pedro explica-nos que essa salvação eterna foi conquistada “não  por  bens  perecíveis,  como a prata e o ouro… mas pelo  precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imolado” ( I Pe 1,18).
“Carregou os nossos pecados em Seu corpo sobre o madeiro, para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados” (1 Pe 2,24)Jesus não disse: eu sou “um” caminho, como se houvesse muitos, não. Ele disse: eu sou “o” Caminho, “a” Vida, “a” Verdade. Fora de Jesus Cristo não há vida eterna. O nosso Catecismo diz no seu §846 que:
“Fora da Igreja não há salvação”. “Como entender esta afirmação, com frequência repetida pelos Padres da Igreja? Formulada de maneira positiva, ela significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça através da Igreja que é o seu Corpo: Apoiado na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente no seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar, ou então perseverar (LG 14)”.Fora da Igreja Católica, há sementes de verdade e de bem, que devem ser reconhecidas, como disse o Concílio Vaticano II, mas não a verdade plena, e nem a “plenitude dos meios da salvação”, que só existe na Igreja Católica (Unitatis Redintegratio, 3).
No Consistório dos Cardeais, em Roma, de 4 a 6 de abril de 1991, o Cardeal Josef Tomko, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, fez um alerta importante: apresentou uma nova teoria nascida em alguns ambientes teológicos que distingue entre o Cristo cósmico Logos e Jesus Cristo histórico. O Cristo Logos cósmico “estaria presente em todas as religiões do mundo”, não só no Cristianismo, ao passo que o Cristo histórico só no Cristianismo. Isto leva à conclusão de que não se deveria fazer um esforço missionário de evangelização e catequese dos povos não católicos, mas apenas cuidar da promoção temporal e econômica de todos os povos.
A tese é muito perigosa, pois anula o conceito de verdade e relativiza todas as mensagens religiosas, colocando no mesmo plano o politeísmo, o panteísmo e o monoteísmo, como se todas as religiões fossem boas e igualmente verdadeiras.
Eis um resumo das colocações do Cardeal sobre este perigo:
“As conseqüências sobre a missão são simplesmente devastadoras. A finalidade da evangelização é desviada e reduzida, a necessidade da fé em Jesus Cristo, do batismo e da Igreja, é posta em dúvida. “Neste contexto do pluralismo religioso – exclama um teólogo indiano – ainda tem sentido proclamar Cristo como o único Nome em que todos os homens encontram a salvação a chamar a fazerem-se discípulos mediante o batismo e a entrar na Igreja”?
A evangelização no sentido global, em que o “novo ponto focal” é a construção do Reino, ou seja, da nova humanidade, consistiria só no diálogo, na inculturação e na libertação. Estranha mas significativamente, é omitido o anúncio ou proclamação; antes, ela é classificada como propaganda ou proselitismo.  A evangelização é reduzida ao diálogo de tipo social ou à promoção econômico-social e à “libertação” das raças com todos os meios, incluída a violência.  Sobre a conversão, um teólogo indiano escreve: “A conversão religiosa é o resultado do jacobinismo ocidental e da sua intolerância… A conversão nasce do sentido de superioridade de uma religião a respeito de outra, enquanto nenhuma religião tem o monopólio da verdade”O abandono das estações missionárias, das pregações do Evangelho e da catequese, por parte dos missionários, do clero, das religiosas, e a fuga para obras sociais, como também o contínuo falar em sentido redutivo dos “valores do Reino” (justiça, paz) é um fenômeno difundido na Ásia e propagandeado por alguns centros missionários, também noutros continentes.”
Note que este Jesus histórico teria outras manifestações paralelas e equivalentes. Assim,  o objetivo do catolicismo não seria reunir todos os povos na Igreja fundada por Jesus Cristo, e entregue a Pedro e seus sucessores (cf. Lumen Gentium nº 14; Decreto Ad. Gentes nº 7), mas apenas reunir todos os homens, de qualquer religião, no Reino de Deus. Mas este Reino não seria caracterizado por uma única crença religiosa, um Credo católico, mas, por amor, justiça, paz, bem estar da humanidade, ecologia, libertação dos homens…; logo, o zelo missionário seria condenável como proselitismo e intolerância, e a evangelização se reduziria à promoção econômico-social e à libertação das raças.
fonte: Prof. Felipe Aquino

03/01/2013

Quando morremos, somos julgados ou ficamos dormindo?


Os Protestantes e os Testemunhas de Jeová em sua maioria ensinam que os mortos estão “dormindo” e que somente na volta de Jesus haverá a ressurreição de todos; portanto, para eles, não há ninguém no Céu ainda, mesmo que seja apenas com a alma, como ensina a Igreja Católica. Por isso não acreditam na intercessão dos Santos.
Ora, desde os primórdios da Igreja ela acredita na imortalidade da alma, e que cada pessoa é julgada por Deus, imediatamente após a morte, recebendo já o seu destino eterno. E isto é muito claro nas Sagradas Escrituras.
A Carta aos Hebreus diz claramente, “como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo”. (Hb 9,27)
Isto foi definido como dogma de fé pelo Papa Bento XII em sua Constituição “Benedictus Deus” no ano de 1336, e o Concílio universal de Florença, na Itália, as reafirmou em 1439, na seguinte declaração:
“As almas daqueles que, depois do Batismo, não se tiverem manchado em absoluto com alguma mancha de pecado, assim como as almas que, depois de contraída alguma mancha de pecado, tiverem sido purificadas ou no corpo ou fora do corpo,… essas almas todas são recebidas no céu e vêem claramente o próprio Deus em sua Unidade e Trindade, como Ele é; umas, porém, vêem mais perfeitamente do que outras, conforme a diversidade de méritos de cada qual. Quanto às almas daqueles que morrem com pecado atual e mortal… sem demora são punidas no inferno por penas que variam para cada qual”. (Denzinger , Enquiridio 693).
O Concílio Vaticano II pela Constituição dogmática “Lumen Gentium” confirmou esta doutrina:
“Até que o Senhor venha na sua majestade e todos os anjos com ele (cf Mt 25,31), e até que lhe sejam submetidas, com a destruição da morte, todas as coisas (cf. 1Cor 15,26-27), alguns dos seus discípulos peregrinam na terra, outros, já passados desta vida, estão se purificando, e outros vivem já glorificados, contemplando “claramente o próprio Deus, uno e trino, tal qual é”; todos, porém, ainda que em grau e de modo diversos, comungamos na mesma caridade para com Deus e para com o próximo, e cantamos o mesmo hino de glória ao nosso Deus… Em virtude da sua união mais íntima com Cristo, os bem-aventurados confirmam mais solidamente toda a Igreja na santidade, enobrecem o culto que ela presta a Deus na terra e muito contribuem para que ela se edifique em maior amplitude (cf. 1Cor 12,12-27). Porque foram já recebidos na Pátria e estão na presença do Senhor, (cf 2Cor 5,8) – por ele, com ele e nele – não cessam de interceder em nosso favor junto do Pai, apresentando os méritos que – por meio do único Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, (cf. l Tm 2,5)… Na verdade, a solicitude fraterna dos bem-aventurados ajuda imenso a nossa fraqueza.” (LG, 49)
Em Mateus 10,28 Jesus diz: “não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma (‘psyché”); temei, antes, aquele que pode fazer perecer na geena o corpo e a alma”.
A palavra grega “psychè” significa alma; então, o texto afirma a sobrevivência da alma após a destruição do corpo da pessoa.
Em Lucas 16,19-31, na parábola do rico e do pobre Lázaro, Jesus apresenta a sobrevivência consciente tanto dos justos como dos injustos. O rico após a morte vai para um lugar de tormento; e o pobre para um lugar de gozo. Isto enquanto a vida continua na terra, quer dizer, antes da volta de Jesus. O rico tinha cinco irmãos que poderiam também se perder também; e mostra que os defuntos sobrevivem após a morte e recebem já o prêmio ou o castigo.
Não se pode dizer que esta parábola é apenas mera ornamentação; ao contrário, traz um ensinamento religioso e doutrinário fundamental.
A ressurreição da carne no último dia, na consumação da História com a volta de Jesus, darão algo mais à felicidade dos justos cujas almas já estão no gozo da presença de Deus. Essas almas se unirão a seus corpos ressuscitados e viverão na plenitude de suas pessoas. A ressurreição da carne completará a ordem e a harmonia que a alma santa já desfruta após a morte.
Vemos em Ap 6, 9-11 que as almas do justos martirizados aspiram, na presença de Deus, à plena restauração da ordem e da justiça violadas pelo pecado; e assim, esperam algo que ainda não aconteceu, e que vai acontecer só na Parusia. Embora elas já estejam revestidas de vestes brancas, que é símbolo da vitória final e da bem-aventurança, continuam a acompanhar a nossa história, aguardando com expectativa o julgamento do Senhor.
“Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos.” (Ap 6,9-11)


Viver a Bíblia ao pé da letra?

Algumas pessoas que não entendem bem da Bíblia, ou que foram doutrinadas em algumas seitas, pensam ainda que devemos interpretar a Bíblia ao pé da letra, de maneira fundamentalista. Ora, nada mais errado e perigoso. Por isso, o Magistério da Igreja interpreta a Sagrada Escritura, discernindo o que não pode ser mudado e o que é costume da época e que não vale mais hoje. Veja, por exemplo, os problemas que teríamos hoje se fossemos viver a Bíblia dessa forma:

Ex 21,2: “quando comprares um escravo hebreu, ele servirá seis anos; no sétimo sairá livre, sem pagar nada”. Quer dizer que então podemos comprar escravos? 
Levítico 25: 44 – estabelece que posso possuir escravos, tanto homens quanto mulheres, desde que sejam adquiridos de países vizinhos. “Vossos escravos, homens ou mulheres, tomá-los-eis dentre as nações que vos cercam; delas comprareis os vossos escravos, homens ou mulheres”.
EX 21,7: “Se um homem tiver vendido sua filha para ser escrava, ela não sairá em liberdade nas mesmas condições que o escravo”.Então, podemos vender a filha como serva?
Ex 21, 15: “Aquele que ferir seu pai ou sua mãe, será morto”. Então vamos decretar a pena de morte para muita gente.
Êxodo 35: 2 – claramente estabelece que quem trabalha nos sábados deve receber a pena de morte. “Trabalharás durante seis dias, mas o sétimo (sábado) será um dia de descanso completo consagrado ao Senhor. Todo o que trabalhar nesse dia será morto.” Deveríamos, então, matar todo mundo que trabalha no sábado?
Levítico 21: 18- 21 está estabelecido que uma pessoa não pode se aproximar do altar de Deus se tiver algum defeito. “Desse modo, serão excluídos todos aqueles que tiverem uma deformidade: cegos, coxos, mutilados, pessoas de membros desproporcionados, ou tendo uma fratura no pé ou na mão, corcundas ou anões, os que tiverem uma mancha no olho, ou a sarna, um dartro, ou os testículos quebrados… Sendo vítima de uma deformidade, não poderá apresentar-se para oferecer o pão de seu Deus”.
Lev. 19,27 proibe cortar cabelo: “Não cortareis o cabelo em redondo, nem rapareis a barba pelos lados.”
Levítico 11: 6-8, quem tocar a pele de um porco morto fica impuro. “E enfim, como o porco, que tem a unha fendida e o pé dividido, mas não rumina; tê-lo-eis por impuro.”
Levítico 19, 19 – “Não juntarás animais de espécies diferentes. Não semearás no teu campo grãos de espécies diferentes. Não usarás roupas tecidas de duas espécies de fios”. Ora, então não se poderia ter vacas, cabritos e galinhas na mesma terra. Não se poderia usar roupa de algodão misturado com poliéster como se usa hoje.
Levítico 20,9-16: “Quem amaldiçoar o pai ou a mãe será punido de morte. Amaldiçoou o seu pai ou a sua mãe: levará a sua culpa. Se um homem cometer adultério com uma mulher casada, com a mulher de seu próximo, o homem e a mulher adúltera serão punidos de morte. Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa. Se um homem tiver comércio com um animal, será punido de morte, e matareis também o animal.”
Veja quanta gente teria que ser morta hoje se fossemos seguir a Bíblia “ao pé da letra” de maneira fundamentalista; mas é lógico que isso não pode ser feito. Então a Bíblia errou? Não! O escritor sagrado narrou o que se vivia de costume no seu tempo; hoje não se pode viver isso a luz da verdade e do bom senso. A moral evoluiu até que Jesus Cristo a levou à perfeição.
É por isso que a “Dei Verbum” do Concilio Vaticano II ensina que: “O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida, foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo”. (n.10)
E São Pedro nos lembra algo muito importante: “Nelas [Sagradas Escrituras] há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2 Pe 3, 16).


fonte:http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/12/14/viver-a-biblia-ao-pe-da-letra/


Satanás existe e atua


O que O Catecismo da Igreja nos ensina sobre o demônio:
§414- Satanás ou o Diabo, bem como os demais demônios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente a servir a Deus a seu desígnio. Sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus.
§391 – Por trás da opção de desobediência de nossos primeiros pais há uma voz sedutora que se opõe a Deus (Gen 3,1-5) e que, por inveja, os faz cair na morte (Sab 2,24). A Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo destronado, chamado Satanás ou Diabo (Jo 8,44; Ap 12,9). A Igreja ensina que ele tinha sido anteriormente um anjo bom, criado por Deus.  – “Com efeito, o Diabo e outros demônios foram por Deus criados bons em (sua) natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa.” (IV Conc. Latrão, 1215)
§392 – A  Escritura fala de um pecado desses anjos (2Pe 2,4). Esta “queda” consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram radical e irrevogavelmente a Deus e seu Reino. Temos um reflexo desta rebelião nas palavras do Tentador ditas a nossos primeiros pais: “E vós sereis como deuses” (Gn 3,5). O Diabo é pecador “desde o princípio” (1Jo 3,8), “pai da mentira” (Jo 8,44).
§393 – É o caráter irrevogável de sua opção, e não uma deficiência da infinita misericórdia divina, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado. “Não existe arrependimento para eles depois da queda, como não existe para os homens após a morte.” (S. João Damasceno; De fide orthodoxa. 2,4).
§394 – A Escritura atesta a influência nefasta daquele que Jesus chama de “o homicida desde o princípio” (Jo 8,44) e que até chegou a tentar desviar Jesus da missão recebida do Pai (Mt 4, 1-11). “Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo” (1Jo 3,9). A mais grave dessas obras, devido às suas conseqüências, foi a sedução mentirosa que introduziu o homem a desobedecer a Deus.
§395 – Contudo, o poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre uma criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves danos – de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física – para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas “nós sabemos que Deus coopera em tudo  para o bem daqueles que o amam” (Rm 8,28).
fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/12/29/satanas-existe-e-atua/
Prof. Felipe Aquino