22/10/2012

Jesus, nosso amor eucarístico


"A devoção à Eucaristia - disse São Pio X, o Papa da Eucaristia - é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por seu objeto; é a mais salutar, porque nos dá o próprio Autor da graça; e é a mais suave, pois suave é o Senhor".

A devoção à Eucaristia, unida à devoção a Nossa Senhora, é uma devoção do Paraíso, porque é a devoção que tem os Anjos e os Santos. "Imaginemos uma academia do Paraíso - dizia a extática Santa Gema Galgani - onde é preciso que não se aprenda nada mais, senão amar. O Cenáculo é uma escola, Jesus é o Mestre, e as doutrinas que ele ensina são sua Carne e seu Sangue".

A Eucaristia é Jesus Amor. Por isso ela é o Sacramento do Amor, e de um Amor total: ela contém Jesus vivo e verdadeiro, e ele é o "Deus Amor" (Jo 4,8), o Deus que nos amou até o fim (cf. Jo 13, 1).

Todas as expressões do amor, as mais altas e profundas, estão contidas na Eucaristia: o Amor Crucificado, o Amor de União, o Amor de Adoração, o Amor contemplativo, o Amor orante e o amor que inebria.

Jesus Eucarístico é Amor Crucificado no Santo Sacrifício da Missa, no qual se faz imolação por nós; é Amor de União na Comunhão Sacramental e Espiritual, pela qual se torna um só com quem o recebe; é Amor de Adoração no santo tabernáculo no qual está presente como um holocausto de adoração ao Pai; é Amor contemplativo, no encontro com as almas que se comprazem em "ficar a seus pés", como Maria de Betânia (Lc 10, 39); é Amor de Oração, em sua "incessante intercessão por nós" diante dos olhos do Pai (Hb 7, 25); é Amor inebriante, nos celestes êxtases da união nupcial com os seus prediletos, os virgens e as virgens, que ele faz que se unam a sim com um amor exclusivo, como fez com São João Evangelista, o Apóstolo virgem, o único que no Cenáculo "esteve reclinado sobre o peito de Jesus" (Jo 21, 20)

"Ser possuídos por Jesus, e possuí-lo: eis o Reino perfeito do Amor" - assim escreveu São Pedro Julião Eymard. Pois bem; é a Eucaristia que realiza este "Reino perfeito do amor" em todos os puros de coração, que se aproximam dos santos Tabernáculos e se unem a Jesus sacramentado, com humildade e amor. Jesus na Eucaristia se imola por nós, e se dá a nós, e fica entre nós com uma humildade e um amor infinitos.

"Ó maravilhosa altura e dignação que nos espanta!" - exclama o seráfico São Francisco. "Ó humildade sublime e humilde sublimidade, que o Senhor do Universo, Deus e Filho de Deus, tenha querido humilhar-se, a ponto de esconder-se sob a pequena figura do pão, por nossa salvação! Contemplai, irmãos, até que ponto Deus desceu!... E, a partir daí, não reserveis mais nada para vós mesmos, a fim de que sejais inteiramente acolhidos por aquele que se dá todo a vós".

E Santo Afonso de Liguori acrescenta, com aquela sua afetuosa ternura: "Meu Jesus! Que invenção amorosa foi esta do Santíssimo Sacramento, de virdes esconder-vos debaixo das aparências do pão para fazer-vos assim amar e encontrar por quem vos deseja!".

Que o pensamento do Sacerdote, que nos dá Jesus cada dia e o da Bem-aventurada Virgem Maria, que é a Mãe divina de Jesus e de todos os sacerdotes, esteja sempre presente em nosso afeto para com o Santíssimo Sacramento, porque a Eucaristia, Nossa Senhora e o Sacerdote são inseparáveis, do mesmo modo que, no Calvário, foram inseparáveis Jesus, Maria e João Evangelista.

Aprendamos tudo isso na escola dos Santos. Eles viveram de maneira ardente e sublime, como verdadeiros Serafins de amor à Eucaristia. E só eles são o caminho mais seguro para irmos a Jesus, nosso Amor Eucarístico.

Fonte: Jesus Nosso Amor Eucarístico - Nossa Vida Eucarística, segundo os exemplos dos Santos (traduzido do italiano pelo Côn. A. Taciano). Pág. 3 a 6