A Revista VEJA (ed. 2217; ano 44, n.20 de 18/5/2011, pg. 66) publicou a seguinte notícia, muito importante:
“No mundo há um desperdício de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos anualmente, o que equivale a 1/3 da produção global”.
Preste bem atenção nestes dados. Se considerarmos que uma pessoa consuma cerca de 1 kg de alimento por dia, só esse desperdício daria para alimentar 1,3 trilhão de pessoas em um ano, ou 3,56 bilhões por dia durante um ano inteiro.
Considerando que o mundo tem cerca de 6,2 bilhões de pessoas, só esse desperdício daria para manter mais da metade da população do mundo comendo durante um ano!. Conclusão: Não há falta de alimento no mundo! Sobra!
O que falta então? Falta amor; falta distribuição; falta o que João Paulo II chamava de “globalização da solidariedade”.
Essa curta e grande notícia derruba definitivamente por terra a falácia dos que querem dizer que é preciso controlar drasticamente a natalidade por falta de alimento no mundo. É o contrário, está sobrando alimento no mundo; nos EUA e Europa, em certas épocas, o governo paga aos agricultores para não produzirem, pois não há demanda e o preço cairia muito.
O Papa Paulo VI já dizia que “não se trata de diminuir os comensais na mesa, mas de aumentar a comida”. Esta está sobrando e sendo desperdiçada; mas não chega à mesa de todos por razões de mercado (ganância), de guerra, de falta de meios de distribuição, entre outros.
Deus deu ao homem capacidade de sobra de resolver todos os problemas de sua manutenção neste mundo e deu terra, sol e água de sobra se soubermos usar.
Não há justificativa para o controle drástico da natalidade. Os países da Europa estão envelhecendo tristemente, e logo o Brasil também irá começar a envelhecer, porque, infelizmente, o índice de natalidade aqui já está em 1,8 filhos/mulher, quando o mínimo necessário para se manter o número de habitantes é 2,1 filhos/mulher.
Malthus afirmava que o crescimento da natalidade era uma “bomba” demográfica e que o mundo chegaria ao ano 2000 com 20 bilhões de pessoas, sem condições de alimentá-las; errou redondamente. Não chegou a 6 bilhões. Os catastrofistas de plantão continuam assustando a humanidade com segundas intenções. Ecologistas radicais espalham certo terror infundado.
A América Latina é um continente vazio; temos apenas 20 pessoas por quilômetro quadrado, enquanto o Japão tem 330 e os países da Europa 100, em média. E nesses lugares não existe analfabetismo, dengue, fome, analfabetos e outros males. Os países que mais se desenvolvem no mundo hoje são os que têm maior população: Índia e China, ambos com mais de 1 bilhão de habitantes. E a China acaba de suprimir a política do “filho único” porque está faltando mão de obra.
A Igreja sempre condenou esse controle egoísta e comodista da natalidade, desde que a pílula anticoncepcional foi inventada, em 1967.
Não tenho dúvida de que serão muito felizes os casais cristãos de nosso tempo que tiverem a fé e a coragem de viver a lei de Deus e desafiar esta onda contraceptiva e tiver todos os filhos que puderem criar, sem medo, sem comodismo e sem egoísmo, de acordo com a paternidade responsável ensinada pela Igreja. No Jubileu de 2000 João Paulo II pediu aos casais: “Não tenham medo da vida”.
“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude” (Sl 126,3-4).
“Sem crescimento da população não se sairá da crise econômica”, disse o especialista em população Antonio Gaspari (ROMA, 13 de julho de 2009 – ZENIT.org):
O Papa Bento XVI, na Encíclica “Caritas in Veritate”, declarou que:
“A abertura à vida está no centro do verdadeiro desenvolvimento. Quando uma sociedade começa a negar e a suprimir a vida, acaba por deixar de encontrar as motivações e energias necessárias para trabalhar ao serviço do verdadeiro bem do homem” (n. 28).
“Para sair da crise econômica é necessário fazer crescer a população. Considerar o aumento da população como a primeira causa do subdesenvolvimento é errado, inclusive do ponto de vista econômico” (n. 44).
“Os pobres não devem ser considerados um ‘fardo’, mas um recurso, mesmo do ponto de vista estritamente econômico” (n. 35).
E o Catecismo da Igreja Católica ensina que “o filho é o dom mais excelente do matrimônio” (CIC §2378).
É a palavra da Igreja na qual os católicos precisam acreditar e viver.
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