"O que tem me agitado são muitos e-mails que eu tenho recebido. E a questão é essa da eleição. E eu não posso deixar de falar também porque eu sou sacerdote de Nosso Senhor Jesus Cristo. Diante de tantos pastores se pronunciando, diante de tantos bispos se pronunciando, nunca vi uma eleição tão agitada como essa, nunca vi. Tenho 44 anos de idade e nunca vi uma eleição tão agitada. Por que de tanta agitação? Porque os rumos da nação brasileira estão prestes a mudar, e eles poderão mudar para o pior, para o lado pior se nesse segundo turno - eu vou falar com clareza - se o PT ganhar", disse o sacerdote aos fiéis.
"Podem me matar, podem me prender, podem fazer o que quiser. Não tenho advogado nenhum. Podem me processar e, se tiver de ser preso, serei. Não tem problema, mas eu não posso me calar diante de um partido que está apoiando o aborto, e a Igreja não aprova. Não votei e não votarei. Deixando bem claro, porque sou a favor da vida. Estou agitado porque não é possível que os cristãos estejam tão alheios à situação, preocupados apenas com seu trabalhozinho, com seu emprego, com suas coisas, sabendo que o PT está querendo aprovar leis aonde o sacerdote não pode se pronunciar, aonde o sacerdote não pode falar, aonde os meios de comunicação religiosos só vão ter uma hora de programação", completou o padre, que se posicionou de forma contrária ainda ao casamento homossexual.
"Chega de sermos católicos mornos, frios e medrosos. Até atores e atrizes estão se pronunciando com medo do que pode vir no futuro, como é que nós ficamos assim como se nada estivesse acontecendo, na boa, com medo de perder isso, de perder aquilo. Que se perca tudo. Só não podemos perder Jesus Cristo na nossa vida", afirmou o padre José Augusto.
Na campanha da petista Dilma Rousseff, o sermão exibido na Canção Nova foi tema de reuniões nesta terça. O assunto é tratado com cautela por conta do risco de, ao condenar a homilia do sacerdote, a ex-ministra seja taxada como favorável à censura. Em todo caso, um "grupo de diplomacia" deve ser acionado para abafar a propagação de mensagens de que Dilma seria contra o aborto.
Depois de o sermão do padre José Augusto ter ido ao ar, o fundador da Comunidade Canção Nova,
Monsenhor Jonas Abib, divulgou nota em que pede desculpas por "qualquer excesso" e afirma que a TV "não vê cada candidato por suas bandeiras, mas os acolhe como filhos amados de Deus".
"Cada fiel deve votar de acordo com suas convicções e com a doutrina social da Igreja. Para este tempo, peço a cada um oração e silêncio. Acolhamos a todos. Rezemos para que eles possam conhecer a verdade.
A Canção Nova não apoia candidatos ou partidos. Acolhe a todos. Por fim, peço em nome da Canção Nova, perdão por qualquer excesso. Nosso objetivo é promover o amor, nosso carisma maior", afirma na nota o fundador da TV, que teve a mensagem veiculada no rádio, TV e na internet.
De acordo com a assessoria da Canção Nova, a orientação da emissora é não apoiar nenhum candidato e também não fazer "trabalho contra" qualquer presidenciável
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